Guerra Civil Síria: diferenças entre revisões

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Enquanto isso, os Estados Unidos começaram a planejar sair da guerra. Militares americanos e lideranças políticas planejavam se manter no país, com o intuito de derrotar os extremistas islâmicos e conter a expansão da influência iraniana na região. Contudo, em dezembro de 2018, o presidente Donald Trump anunciou uma decisão unilateral de retirar todos os soldados dos Estados Unidos da Síria. Embora a decisão tenha sido aplaudida pela Rússia, políticos americanos e líderes europeus a criticaram com veemência, com o secretário de defesa [[Jim Mattis]] renunciando devido a desavenças com a Casa Branca sobre a estratégia síria.<ref>{{citar web|URL=https://www.nytimes.com/2019/01/16/world/middleeast/syria-us-troops-timeline.html|título=The Planned U.S. Troop Withdrawal From Syria: Here's the Latest|publicado=The New York Times|acessodata=26 de março de 2019}}</ref> Sob pressão, Trump reverteu parte de sua decisão e anunciou que manteria até 400 soldados para trás na Síria.<ref>{{citar jornal|obra=CBS News|url=https://www.cbsnews.com/news/about-200-u-s-peacekeepers-are-to-remain-in-syria/|título=About 200 U.S. peacekeepers are to remain in Syria|data=21 de fevereiro de 2019}}</ref> Nesse meio tempo, a guerra contra o Estado Islâmico no leste ganhava mais proeminência enquanto os avanços de Assad no norte e sul perdiam gás. Em novembro de 2017, [[Forças Armadas da Síria|tropas do regime]] já haviam [[Batalha de Deir ez-Zor (Setembro-Novembro 2017)|libertado]] a cidade de [[Deir Zor]], mas não tomaram outras medidas no leste. Então, em setembro de 2018, as [[Forças Democráticas Sírias]] (FDS), apoiadas pelos Estados Unidos e diversas nações europeias, lançaram-se numa grande ofensiva em direção a fronteira iraquiana, conquistando vários territórios e expulsando militantes do EIIL dos seus últimos redutos. Ao fim de março de 2019, líderes do FDS anunciaram que a cidade de [[:en:Al-Baghuz Fawqani|Al-Baghuz Fawqani]] havia sido reconquistada. Este era o último reduto do Estado Islâmico na Síria, liquidando assim formalmente o Califado que o seu líder, [[Abu Bakr al-Baghdadi]], havia proclamado quase cinco anos antes.<ref>{{citar web|URL=https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/03/23/forcas-democraticas-sirias-anunciam-o-fim-do-califado-do-estado-islamico.ghtml|título=Forças Democráticas Sírias anunciam o fim do 'califado' do Estado Islâmico|publicado=G1|acessodata=26 de março de 2019}}</ref>
 
Nesse meio tempo, a situação na fronteira turca-síria se deteriorou rapidamente. A [[Turquia]], que já havia lançado duas invasões pontuais dentro da Síria, anunciaram, em meados de 2019, suas intenções de lançar uma ofensiva maior em solo sírio, não para combater islamitas, mas sim os [[curdos]], encabeçadas pela milícia [[Forças Democráticas Sírias|FDS]]. Em 8 de outubro de 2019, o presidente Donald Trump anunciou formalmente que todos os soldados americanos na Síria iriam se retirar no menor prazo possível e, numa ligação com o presidente turco, [[Recep Tayyip Erdoğan]], afirmou que não interferiria em qualquer ação militar da Turquia no país vizinho. No dia seguinte, a 9 de outubro, [[Forças Armadas da Turquia|tropas turcas]] bombardearam posições [[Curdistão sírio|curdas]] e lançaram [[Operação Nascente de Paz|uma invasão terrestre]] em larga escala. Políticos por todo o mundo, especialmente no Ocidente, condenaram as ações turcas e a permissividade de Trump, afirmando que o FDS foi fundamental para derrotar o Estado Islâmico e que isso seria uma traição (os Estados Unidos passaram os últimos cinco anos apoiando, militar e financeiramente, os curdos na Síria).<ref>{{Cite web|url=https://theintercept.com/2019/10/08/syria-kurds-trump-turkey/|title=Trump Turned His Back on Syrian Kurds. Here’s How They View Their New Precarious Position.|first1=Danny|last1=Gold|first2=Murtaza|last2=Hussain|date=8 de outubro de 2019}}</ref><ref>{{citar web|URL=https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/10/09/comeca-ofensiva-turca-na-siria.ghtml|título=Turquia inicia ofensiva contra milícia curda na Síria|publicado=[[G1]]|acessodata=9 de outubro de 2019}}</ref> Após uma semana de ofensivas, em um acordo negociado com apoio de Rússia e Estados Unidos, um cessar-fogo temporário foi firmado na fronteira turco-síria. Combates retomaram no final de outubro e crimes de guerra foram denunciados, especialmente perpetrados pelos turcos.<ref>{{citar web|URL=https://www.theguardian.com/world/2019/oct/18/fighting-continues-on-syria-turkey-border-despite-ceasefire|título=Fighting continues on Syria-Turkey border as war crimes alleged|publicado=The Guardian|acessodata=10 de novembro de 2019}}</ref> Enquanto isso, em 27 de outubro, o governo americano confirmou a morte de [[Abu Bakr al-Baghdadi]], líder do EIIL, [[Operação Kayla Mueller|numa operação militar]] em solo sírio. Sua morte foi considerada mais um duro golpe aos [[Fundamentalismo islâmico|islamitas]] na Síria.<ref>{{citar web|URL=https://www.theguardian.com/world/2019/oct/27/abu-bakr-al-baghdadi-isis-leader-killed-us-donald-trump|título=Abu Bakr al-Baghdadi killed in US raid, Trump confirms|publicado=The Guardian|acessodata=11 de novembro de 2019}}</ref>
 
== Envolvimento estrangeiro ==