Pedro I de Castela: diferenças entre revisões

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{{Ver desambig|redir=Pedro de Castela||Pedro de Castela (1290–1319)}}
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{{Info/Monarca
|nome = Pedro I
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|sepultamento= [[Catedral de Sevilha]]
}}
'''Pedro I de Castela''', cognominado '''''o Cruel''''' ([[Burgos]], {{dtlink|lang=pt|30|8|1334}} — {{dtlink|lang=br|23|3|1369}}), foi [[rei de Castela]] de [[1350]] até seu assassinato em Montiel por seu irmão bastardo e sucessor. Foi filho de [[Maria de Portugal, Rainha de Castela|Maria de Portugal]] {{nwrap||1313|1357}} ("''A fermosíssima Maria''" d'''Os Lusíadas'' de [[Luís de Camões]]) e de {{Lknb|Afonso|XI de Castela}} {{nwrap||1311|1350}}. Foi neto materno de {{Lknb|Afonso|IV de Portugal}} {{nwrap||1291|1357}} e de [[Beatriz de Castela (1293–1359)|Beatriz de Castela]] {{nwrap||1293|1359}} e, portanto, sobrinho do homónimo [[Pedro I de Portugal]], ''o CruJusticeiro''. Era neto paterno da infanta, [[Constança de Portugal, Rainha de Castela|Constança de Portugal]], e de {{Lknb|Fernando|IV de Castela}}.
 
== Vida ==
Único varão legítimo de Maria de Portugal e de Afonso  XI, Pedro subiu ao trono após a morte do pai, em 1350. Antes disso houve uma disputa pelo trono entre Pedro e o seu meio-irmão, [[Henrique de Trastâmara]], bastardo de Afonso XI de Castela e da sua amante [[Leonor de Gusmão]]. Pedro foi sempre apoiado pela mãe, a Rainharainha Maria, e pelos seus avós maternos, Beatriz e Afonso IV.
 
Rei de Castela e Leão em 1350, ficou manchado do sangue de numerosas vítimas. Desejando vingar-se de fidalgos castelhanos refugiados em Portugal, negociou com seu tio, o rei Pedro I de Portugal, o escambo dos perseguidos, entregando dois dos culpados da morte de [[Inês de Castro]]. Teria mandado matar, em [[Toro (Espanha)|Toro]], fidalgos que seus desvarios haviam condenado, entre eles o português [[Martim Afonso Telo de Meneses]], pai de [[Leonor Teles]], rainha de Portugal.
 
Durante o seu reinado, cometeu muitas atrocidades entre as quais, assassinar [[Leonor de Gusmão]], amante do pai, como resposta à infelicidade da sua mãe.
 
Seria assassinado em 1369 pelo seu meio-irmão Henrique de Trastâmara, o qual veio a ser rei, como [[Henrique II de Castela]], por ter mandado matar-lhe a mãe, Leonor de Gusmão, e um irmão.
 
Em sua apreciação, foi rei com grandes qualidades de generosidade, retidão e espírito de justiça, estimado pelo seu povo. Em menino, as humilhações infligidas pela amante do pai, ajudaram a criar nele um caráter amargo. Castigava com demasiada severidade, mas dentro do espírito da época. Maria de Portugal, sua mãe, trouxera como mordomo-mor [[João Afonso de Albuquerque]] (1280-1354), Conde de Albuquerque, que se tornou aio privado da Rainha e tutor dos seus filhos. Encarregado da educação de {{nowrap|D. Pedro}}, favoreceu sua desmedida ambição. Foi o artífice do casamento com [[Branca de Bourbon]], quando introduzira [[Maria de Padilla]]. Em 1353 entrou em negociações com os [[infante]]s Henrique e Telo de la Cerda.
== História ==
Em sua apreciação, foi rei com grandes qualidades de generosidade, retidão e espírito de justiça, estimado pelo seu povo. Em menino, as humilhações infligidas pela amante do pai, ajudaram a criar nele um caráter amargo. Castigava com demasiada severidade, mas dentro do espírito da época. Maria de Portugal, sua mãe, trouxera como mordomo-mor João Afonso de Albuquerque (1280-1354), Conde de Albuquerque, que se tornou aio privado da Rainha e tutor dos seus filhos. Encarregado da educação de {{nowrap|D. Pedro}}, favoreceu sua desmedida ambição. Foi o artífice do casamento com Branca de Bourbon, quando introduzira [[Maria de Padilla]]. Em 1353 entrou em negociações com os [[infante]]s Henrique e Telo de la Cerda.
 
==Reinado==
Em 1353, influenciado pela amante, Maria de Padilla, o jovem rei de 19 anos escolhe governar como um autocrata, apoiado no povo, o que lhe valeu o apelido de ''Justiceiro''.<ref name="info">{{citar web|título=Pedro I de Castilla|publicado=Wikipédia em espanhol|url=https://es.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_de_Castilla}}</ref> Seus meio-irmãos conspiravam com o rei de Aragão. Pedro I mandou executar seus cúmplices, combateu [[reino de Aragão|Aragão]], mandou assassinar dois meio-irmãos e se tornou assim ''o Cruel''.<ref Mas foi injustamente acusado de simpatias pelos mouros e judeus.name="info"/>
 
O [[Príncipe Negro]] interveio em [[Nájera]] em 3 de abril de 1367 a seu favor. O primogênito de seus irmãos bastardos, Henrique, fez apelo ao rei de [[Aragão]] e ao da [[França]], {{lknb|Carlos|V|de França}}, ''o Sábio''. A França estava lentamente se recuperando da ocupação inglesa, do desastre de Poitiers, da Grande Peste, das rebeliões camponesas (''[[jacqueries]]'') e sofria as vexações da soldadesca desenfreada.
 
Desde o início da [[Guerra dos Cem Anos]], os reis da França tinham hábito de recrutar ''[[routiers]]'' ou [[mercenário]]s, mais disponíveis que os cavaleiros. Mas, organizados em ''[[Grandes Compagnies]]'', os mercenários se entregam a pilhagens terríveis das aldeias, quando não se combatem uns aos outros. [[Carlos V de França]] pediu a seu capitão [[Bertrand Du Guesclin]] para levá-los para a Espanha. Pedro I, diante da ameaça, se precipitou para [[Bordéus]], terra inglesa, aliando-se ao Príncipe Negro, o filho do rei inglês.<ref name="info"/> O primeiro combate foi fatal para Du Guesclin, capturado pelo Príncipe Negro, que não demorou em libertá-lo mediante resgate, montante elevado marcado pelo próprio cativo. Em 1 de março de 1369 Pedro I foi vencido por Du Guesclin em [[Montiel]], no sudeste de Castela. A batalha pôs termo à primeira guerra civil espanhola que opôs durante 15 anos o herdeiro legítimo aos bastardos do pai. Du Guesclin, bretão, se vingou de Pedro: sob falsa promessa de liberdade, leva-o a seu meio irmão Henrique de Trastamara. Os dois combateram, Henrique matou Pedro e subiu ao trono como [[Henrique II de Castela]].<ref name="info"/> Bertrand Du Guesclin, voltando a Paris, recebeu o título de [[condestável]], tornando-se uma espécie de chefe do estado-maior do rei [[Carlos V]]. Terminara a coalizãocoligação de rebeldes castelhanos e barões franceses atraídos a Castela pela expansão além PirineusPirenéus da Guerra dos Cem Anos, que mantivera o reino em torvelinho. Estava no trono a nova dinastia de Trastamara - mas nem sob Henrique II (1369-1379) nem na longa menoridade e fraco governo de João I (1379-1390) haverá interesse maior por Granada, exceto quanto à renovação das tréguasTrastâmara.
 
==Casamento ==
[[Imagem:Estatua de Pedro I el Cruel (M.A.N.) 01.jpg|thumb|upright|Estátua de Pedro I (1504)]]
 
Casou-se por procuração em 1351 na França e depois em [[Valladolid]] em 3 de Junho de 1353 com [[Branca de Bourbon]] (1339-1361), envenenada em Medina Sidonia,. Era filhairmã degémea Isabelda de Valois (1313-1383)(filha de Matilde de Chatillon, condessa de St-Pol e derainha [[Carlos IJoana de ValoisBourbon]] e,<ref portantoname="info1">{{citar netaweb|título=Branca de {{Lknb|FilipeBourbon|IIIpublicado=Wikipédia deem Françaportuguês|url=https://pt.wikipedia.org/wiki/Branca_de_Bourbon}} e de Isabel de Aragão) e de Pedro&nbsp;I (1311-1356) duque de Bourbon (1312-1356). Era irmã gémea da rainha [[Joana de Bourbon]],</ref> esposa de {{Lknb|Carlos|V de França}}. Não tiveram descendência.<ref name="info"/>
 
Branca trouxe dote de 300 mil florins de ouro.<ref name="info1"/> Seu séquito, chefiado pelo visconde de Narbona, chegou a Valladolid em 25 de fevereiro de 1353, mas Pedro estava em [[Torrijos]], com Maria de Padilla, prestes a parir. Em 3 de junho houve a cerimônia da boda, apadrinhada por [[João Afonso de Albuquerque]] e Leonor de Aragão. Três dias mais tarde, o rei voltou para Puebla de Montalbán, onde o esperava Maria de Padilla. Houve depois uma reconciliação de breves dias em Valladolid, Pedro partiu para [[Olmedo (Espanha)|Olmedo]] e não mais viu a esposa. Maria de Portugal levou a nora para [[Tordesillas]] e depois para [[Medina del Campo]], mas o marido a fez encerrar em [[Arévalo]] e no alcázar de [[Toledo]]. Don Juan Nuñez del Prado e don Juan Alfonso de Albuquerque lhe eram simpáticos. O partido político adverso a Pedro explorou o fato de que ele, secretamente, enquanto Branca vivia, se casou com Maria de Padilla. Don Beltran de la Sierra, [[Núncio apostólico|núncio]] do papa, intimou o rei a retomar Branca, assim como exigiu sua tia Leonor de Aragão. O rei entretanto a manteve presa, levando-a de Siguenza para [[Jerez de la Frontera]] e para Medina Sidonia e ali ela foi assassinada pelo ''[[Ballesteros|ballestero]]'' Juan Perez de Rebolledo. Com isso alienou Carlos V de França, cuja mulher era gêmeagémea de Branca, e deu pretexto à intervenção da França (du Guesclin) em favor do bastardo Henrique de Trastamara, futuro rei. Murmúrios de que o dote não teria sido pago ou de que ela seria amante de donD. Fadrique, Duque de Benavente, meio-irmão do rei, mas este nem se lhe acercara nem era do seu séquito.
 
Casou-se depois secretamente com sua amante [[Maria de Padilla]] (1335 - 1361 em Sevilha). Era filha de Juan Garcia de Padilla em 1355 senhor de Villagera, e de Maria Gonçales de Henestrosa. A desgraça do rei foi esta paixão. A amante, de família nobilíssima, teve dele quatro filhos até a peste de 1361, que a levou, semanas após o assassinato da Rainharainha.
 
Em 1354 casou-se em Cuellar, enquanto ainda viviam duas esposas, com Joana de Castro, senhora de Duenas e Ponferrada ([[1325]]), morta em [[1374]] na Galícia, que era viúva de Diego de Haro, senhor de [[Biscaia]], e filha de Isabel Ponce de Leão e de [[Pedro Fernandes de Castro]], ''o da Guerra'', cavaleiro da [[Galiza]], senhor de Lemos e, portanto, meia-irmã de [[Inês de Castro]], amante e depois esposa de [[Pedro I de Portugal]], e portanto, tia de Pedro I de Castela.
 
== PosteridadeDescendência ==
De [[Maria de Padilla]]:
 
* Beatriz, infanta de Castela (Córdoba, 23 de março de 1353-1369 Tordesillas), freira na Abadia de Santa Clara.
 
* [[Constança de Castela, duquesa de Lencastre|Constança]], infanta de Castela ([[Castrojeriz]], Castela, julho de 1354-24 de março de 1394 no castelo de Leicester) casada em 21 de setembro de 1371 em Roquefort-sur-Mer, na Aquitânia, com [[João de Gante|João Plantageneta de Gaunt, João de Gaunt ou João de Gand]] (Flandres 1340-1399), [[duque de Lencastre]], filho de [[Eduardo III de Inglaterra]] e [[Filipa de Hainaut, viúvo desde 1369 de Branca de Derby. Foi pretendente de 1372 a 1387 ao trono castelhano, chegando a se intitular “Rei de Castela”. Tiveram uma filha, [[Catarina de Lancaster]] ou Gaunt (morta em 1418) que em 1388 casou com [[Henrique III de Castela]] (morto em 1406), irmão de [[Fernando I de Aragão]], filhos de [[João I de Castela]].
 
* [[Isabel de Castela, Duquesa de Iorque|Isabel, infanta de Castela]] (nascida em Morales no verão de 1355 e morta em 23 de novembro de 1393) casou-se em Hertford em 1 de março de 1372 com [[Edmundo de Langley|Edmundo Plantageneta de Langley]] (1341-1 de agosto de 1402), [[conde de Cambridge]], em 1385 [[Duque de York]], irmão do precedente pois era o 4º filho de [[Eduardo IIIJoão de Inglaterra]] e Filipa de Hainaut. Tiveram três filhos: [[Eduardo de Norwich, 2.º Duque de Iorque|Eduardo]] (1373-1415); [[Constança de Iorque|Constança]] (1374 - 1416) e [[Ricardo de Conisburgh, 3.º Conde de Cambridge|Ricardo]] (1375-1415)Gante.
 
* Afonso, príncipe herdeiro de Castela (Tordesillas, 1359-19 de outubro de 1362)
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* Sancho de Castela, morto circa 1370, senhor de [[Almazán]].
 
* Diego de Castela e Sandoval (1365) casado com Isabel de Salazar.
* Diego de Castela e Sandoval (1365) casado com Isabel de Salazar. Tiveram três filhos: Maria de Castela, casada em 1434 com Gome Carrillo de Acunha, senhor de Pinto; Isabel, casada com Gonzalo de Guzmão, conde Palatino, senhor de Torija; Pedro de Castela ''o Velho'' casado com Beatriz de Fonseca e Ulloa e pais de Pedro de Castela, ''o Moço'', amante da rainha de Castela [[Joana de Portugal, Rainha de Castela|Joana de Portugal]], mãe da ''[[Joana de Trastâmara|Beltraneja]]'', que teve dele dois bastardos: André de Castela, casado com Mencia de Quinones de Banares, cujos descendentes se chamaram de [[Castela e Leão|Castela]] e de [[Portugal|Portuga]]<nowiki/>l, e Pedro de Castela.
 
De Teresa de Ayala, morta em 1424:
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==Bibliografia==
{{citar web|título=Pedro I de Castilla|publicado=Wikipédia em espanhol|url=https://es.wikipedia.org/wiki/Pedro_I_de_Castilla}}
 
[[Categoria:Reis de Castela]]