Povos ameríndios: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Spreading homo sapiens la.svg|thumb|esquerda|Mapa das primeiras migrações humanas, de acordo com a [[hipótese da origem única]].]]
 
Até recentemente, a interpretação mais largamente aceite baseada nos achados arqueológicos era de que os primeiros humanos nas Américas teriam vindo numa série de migrações da [[Sibéria]] para o [[Alasca]] através de uma língua de terra chamada [[Beríngia]], que se formou com a queda do nível dos mares durante a última [[idade do gelo]], entre 24 e 9 mil anos atrás. Na rota do Sul mudaram o pensamento dos arqueólogos. O fóssil de uma mulher com 11 mil anos foi encontrado pela [[Arqueologia|arqueóloga]] [[França|francesa]] [[Annette Laming-Emperaire]] na década de 1970. O fóssil recebeu o nome de [[Luzia (fóssil)|Luzia]], apelido dado carinhosamente pelo biólogo [[Walter Alves Neves]], do Instituto de Biociências da [[USP]].{{carece de fontes}}
 
Ao estudar a morfologia craniana de Luzia, Neves na década de 1990, encontrou traços que lembram os atuais [[Aborígene australiano|aborígenes]] da [[Austrália]] e os negros da [[África]]. Ao lado do seu colega [[Argentina|argentino]] [[Héctor Pucciarelli]], do [[Museo de Ciencias Naturales de la Universidad de La Plata]], Neves formulou a teoria de que o [[Povoamento da América|povoamento das Américas]] teria sido feito por duas correntes migratórias de caçadores e coletores, ambas vindas da [[Ásia]], provavelmente pelo [[estreito de Bering]], mas cada uma delas composta por grupos biológicos distintos. A primeira teria ocorrido 14 mil anos atrás e seus membros teriam aparência semelhante à de Luzia. O segundo grupo teria sido o dos povos mongolóides. A chegada dos mongolóides na América é estimada em 11 mil anos, dos quais descendem atualmente todas as tribos indígenas das Américas.{{carece de fontes}}
Na rota do Sul mudaram o pensamento dos arqueólogos. O fóssil de uma mulher com 11 mil anos foi encontrado pela [[Arqueologia|arqueóloga]] [[França|francesa]] [[Annette Laming-Emperaire]] na década de 1970. O fóssil recebeu o nome de [[Luzia (fóssil)|Luzia]], apelido dado carinhosamente pelo biólogo [[Walter Alves Neves]], do Instituto de Biociências da [[USP]]
 
Existem outras teorias sobre a origem dos nativos americanos:{{carece de fontes}}
Ao estudar a morfologia craniana de Luzia, Neves na década de 1990, encontrou traços que lembram os atuais [[Aborígene australiano|aborígenes]] da [[Austrália]] e os negros da [[África]]. Ao lado do seu colega [[Argentina|argentino]] [[Héctor Pucciarelli]], do [[Museo de Ciencias Naturales de la Universidad de La Plata]], Neves formulou a teoria de que o [[Povoamento da América|povoamento das Américas]] teria sido feito por duas correntes migratórias de caçadores e coletores, ambas vindas da [[Ásia]], provavelmente pelo [[estreito de Bering]], mas cada uma delas composta por grupos biológicos distintos. A primeira teria ocorrido 14 mil anos atrás e seus membros teriam aparência semelhante à de Luzia. O segundo grupo teria sido o dos povos mongolóides. A chegada dos mongolóides na América é estimada em 11 mil anos, dos quais descendem atualmente todas as tribos indígenas das Américas.
 
Existem outras teorias sobre a origem dos nativos americanos:
* Vários antropólogos, historiadores e arqueólogos têm sugerido que os nativos americanos são descendentes, quer de europeus, quer africanos que atravessaram o Oceano Atlântico. Alguns apontam a semelhança física entre os [[Olmecas]] e os africanos. [[Thor Heyerdahl]] demonstrou que é possível navegar da África para a América numa réplica dum barco de papiro do antigo Egito.
* A maioria das religiões dos nativos americanos ensinam que os humanos foram criados na América no princípio dos tempos e sempre ali viveram.
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* No século XIX e princípios do século XX, houve proponentes da existência continentes perdidos, entre os quais [[Atlântida]], e Lemúria, de onde poderiam ter vindo os primeiros habitantes humanos das Américas.
 
O mais provável, no entanto, é que as Américas tenham sido colonizadas por vagas de povos de diferentes origens, ao longo dos tempos, dando origem ao complexo mosaico de povos e línguas que hoje existem. E é possível, igualmente, que esses povos – tal como aconteceu em tempos históricos, bem documentados – tenham substituído ou tenham se juntado com populações originais que lá já existiam.{{carece de fontes}}
 
Os primeiros [[colonização|colonizadores]] das [[Américas]] (ameríndios) não tinham tecnologia de confecção de artefatos [[lítico]]s muito evoluídos, pois há indícios que seus instrumentos de caça eram [[pedra]]s e [[Canis lupus familiaris|cachorro]]s domesticados para este fim. Os [[caça]]dores e [[coletor]]es, tiveram um rápido avanço em direção ao [[sul]], e tinham instrumentos de [[caça]] mais evoluídos, como por exemplo projéteis pontiagudos.<ref name="ReferenceA">Nova Enciclopédia Ilustrada Folha, Empresa Folha de Manhã, São Paulo, 1996</ref>
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De acordo com um estudo genético autossômico de 2012<ref name="nature.com">http://www.nature.com/nature/journal/v488/n7411/abs/nature11258.html</ref> e depois outros mais tarde<ref>[https://zap.aeiou.pt/adn-antigo-revela-povo-nativo-americano-completamente-desconhecido-186387 ADN antigo revela povo nativo americano completamente desconhecido, por ZAP, 5 Janeiro, 2018]</ref>, os ameríndios descendem de pelo menos três correntes provenientes do leste asiático. A grande maior parte dos ameríndios descende de uma população única ancestral, chamada 'primeiros americanos'. Contudo, os que falam as línguas [[esquimó]] do Ártico herdaram quase metade da sua ancestralidade de uma segunda corrente vinda do leste asiático, e os que falam as [[línguas na-dene]], no [[Canadá]], por sua vez, herdaram a décima parte da sua ancestralidade de uma terceira corrente. O [[Povoamento da América|povoamento]] inicial seguiu uma expansão para o sul, pela costa, com pouco fluxo gênico posterior, especialmente na [[América do Sul]]. Uma exceção a isso são os que falam a língua [[chibcha]], que têm ancestralidade tanto do norte como do sul da [[América]].<ref name="nature.com"/>
 
Um outro estudo realizado, focado no dna mitocondrial (aquele que é herdado pela linhagem materna),<ref name="plosone.org">http://www.plosone.org/article/info:doi/10.1371/journal.pone.0000829?imageURI=info:doi/10.1371/journal.pone.0000829.g002</ref> revelou que os nativos do continente americano têm sua ancestralidade materna traçada a um pequeno número de linhagens do leste asiático, que teria chegado pelo [[estreito de Bering]]. De acordo com o estudo, é provável que os antepassados dos ameríndios tenham ficado por um tempo na região do [[estreito de Bering]], após o que teria havido um rápido movimento de povoamento das Américas, o qual teria levado todas as linhagens fundadoras até a [[América do Sul]].{{carece de fontes}}
 
Análises linguísticas corroboram os estudos genéticos, tendo sido encontradas antigas relações e padrões de similaridade entre as línguas faladas na [[Sibéria]] e aquelas faladas no continente americano.<ref name="plosone.org"/>