As Mil e Uma Noites: diferenças entre revisões

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As histórias que compõem as ''Mil e uma noites'' têm várias origens, incluindo o [[folclore]] indiano, persa e árabe. Não existe uma versão definida da obra, uma vez que os antigos [[manuscrito]]s árabes diferem no número e no conjunto de contos. O que é invariável nas distintas versões é que os contos estão organizados como uma série de histórias em cadeia narrados por [[Xerazade]], esposa do rei Xariar. Este rei, louco por haver sido traído por sua primeira esposa, desposa uma noiva diferente todas as noites, mandando matá-las na manhã seguinte. Xerazade consegue escapar a esse destino contando histórias maravilhosas sobre diversos temas que captam a curiosidade do rei. Ao amanhecer, Xerazade interrompe cada conto para continuá-lo na noite seguinte, o que a mantém viva ao longo de várias noites - as mil e uma do título - ao fim das quais o rei já se arrependeu de seu comportamento e desistiu de executá-la.
 
== Sinopse mafer ==
A história conta<ref name="SAGARZAZU">''Las mil y una noches'' trad. María Elvira Sagarzazu. Colihue Clásica, 2006. ISBN 950-563-023-9</ref> que Xariar, rei da Pérsia da dinastia dos [[Sassânidas]], descobre que sua mulher é infiel, dormindo com um escravo cada vez que ele viaja. O rei, decepcionado e furioso, mata a mulher e o escravo, convencendo-se por este e outros casos de infidelidade que nenhuma mulher do mundo é digna de confiança. Decide então que, daquele momento em diante, dormirá com uma mulher diferente cada noite, mandando matá-la na manhã seguinte: desta forma não poderá ser traído nunca mais.
 
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Xerazade, ao chegar na presença do rei, pede-lhe que permita a vinda de sua irmã, para despedir-se. O rei o permite, e Duniazade vem ao palácio e instala-se na câmara nupcial. Após o rei possuir Xerazade, Duniazade pede à irmã que conte uma história para passar o tempo. Após respeitosamente pedir a permissão do rei, Xerazade começa a contar a extraordinária "''História do mercador e do [[Gênio (mitologia árabe)|gênio]]''" mas, ao amanhecer, ela interrompe o relato, dizendo que continuará a narrativa na noite seguinte. O rei, curioso com o maravilhoso conto de Xerazade, não ordena sua execução para poder saber o final da história na noite seguinte. Assim, repetindo essa estratégia, Xerazade consegue sobreviver noite após noite, contando histórias sobre os mais variados temas, desde o fantástico e o religioso até o heróico e o erótico. Ao fim de inúmeras noites e contos, Xerazade já havia tido três filhos do rei, e lhe suplica que a poupe, por amor às crianças. O rei, que há muito havia-se arrependido dos seus atos passados e se convencido da dignidade de Xerazade, perdoa-lhe a vida e faz dela sua rainha definitiva. Duniazade é feita esposa do irmão do rei, Xazamã.
 
== Origens e manuscritos mafer ass ==
A mais antiga menção a um livro árabe das ''Mil e uma noites'' é um fragmento de um [[manuscrito]] do início do {{séc|IX}} em que se lê o título da obra e algumas linhas iniciais, em que Duniazade pede a um narrador não especificado que conte uma história.<ref name="ABBOTT">Abbott, Nabia. Cap 2. in ''The Arabian Nights reader''. Wayne State University Press, 2006 [http://books.google.com.ar/books?id=AKd6mZSGsVUC&pg=PA21&lpg=PA21&dq=nabia+abbot+%22thousand+nights%22&source=bl&ots=-Fq8eCTkK_&sig=QNWqNKXmX6p9yt1NtlHDq9IOobk&hl=es&ei=OFtcS6u5E9ChuAet3ejxDw&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CAkQ6AEwAA#v=onepage&q=nabia%20abbot%20%22thousand%20nights%22&f=false]</ref> Mais dados sobre a existência deste livro e sua origem encontram-se nos escritos do [[historiador]] [[Almaçudi]] (888-957), que se refere a uma coleção de contos fantasiosos traduzidos do [[Língua persa|persa]], [[sânscrito]] e [[Língua grega|grego]], incluindo-se entre eles um livro persa chamado ''Hazār afsāna'' ("''Mil histórias''" em persa).<ref name="IRANICA">[http://www.iranica.com/newsite/index.isc?Article=http://www.iranica.com/newsite/articles/v1f8/v1f8a035.html ''Alf Layla Wa Layla'' na Encyclopedia Iranica]</ref> Segundo Almaçudi, a coleção era conhecida como "''As mil noites e uma noite''" em [[Língua árabe|árabe]] e contava a história de "um rei, seu vizir, sua filha Xerazade e sua escrava, Duniazade". A existência desta tradução do persa ao árabe é corroborada pelo [[bibliógrafo]] [[xiita]] [[ibne Nadim]] (m. 995 ou 998), que menciona o livro em sua obra ''Fehrest'' (ou ''Fihrist''), escrita em 987-988.<ref name="IRANICA"/> ibne Nadim informa ainda que o livro possui menos de 200 contos, uma vez que cada conto ocupa mais de uma noite.<ref name="TRANSNATIONALII4">Grotzfeld, Heinz. Cap II.4. in ''The Arabian nights in transnational perspective''. Wayne State University Press, 2007 [http://books.google.com.ar/books?id=tknULXNl21oC&pg=PA49&dq=Panchatantra+%22thousand+nights%22&source=gbs_toc_r&cad=7#v=onepage&q=Panchatantra%20%22thousand%20nights%22&f=false]</ref>