Petrônio Máximo: diferenças entre revisões

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|pai = [[Anício Probino]]
}}
'''Flávio Anício''' {{PBPE|Petrônio|Petrónio}} '''Máximo Augusto'''({{langx|la|''Flavius Anicius Petronius Maximus Augustus''}};{{sfn|Drinkwater|2002|p=117–118}} [[Roma]], [[ca.]] 396 – [[Roma]], [[31 de maio]] de [[455]]),{{sfn|name=Dr118|Drinkwater|2002|p=118}}{{sfn|name=No|Norwich|1990|p=162}} melhor conhecido apenas como {{PBPE|Petrônio|Petrónio}} '''Máximo''',{{sfn|Martindale|1980|p=749}} foi um [[Imperador Romano do Ocidente]], que governou por dois meses e meio em 455. [[Senado Romanoromano|Senador]] rico e aristocrata proeminente, foi fundamental nos assassinatos de [[Aécio (general)|Flávio Aécio]] e {{lknb|Valentiniano|III}} {{nwrap|r.|425|455}}.
 
Máximo tomou posse do trono no dia seguinte à morte de Valentiniano, garantindo o apoio do senado e subornando os funcionários do palácio. Fortaleceu sua posição forçando a viúva de Valentiniano a se casar consigo e forçando a filha de Valentiniano a se casar com seu filho. Cancelou o noivado da filha de sua nova esposa com [[Hunerico]], filho do rei [[vândalos|vândalo]] [[Genserico]]. Isso enfureceu sua enteada e Genserico, que enviou uma frota para Roma. Máximo não conseguiu obter tropas dos [[visigodos]] e fugiu quando os vândalos chegaram, se separou de sua comitiva e guarda-costas durante a confusão e foi morto. Os vândalos [[Saque de Roma (455)|saquearam Roma]] completamente.
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==Assassinato de Valentiniano III e ascensão de Máximo==
A carta de [[João de Antioquia (cronista)|João de Antioquia]] diz que [[Valentiniano III]] e Máximo apostaram em um jogo que Máximo acabou perdendo.<ref name=Ma1997 /> Como não tinha dinheiro disponível, deixou seu anel como garantia de sua dívida. Valentiniano então usou o anel para convocar Lucina, a casta e bela esposa de Máximo, a quem Valentiniano há muito cobiçava. Lucina foi aà corte, acreditando ter sido convocada pelo marido, mas se viu no jantar com Valentiniano. Embora inicialmente resistisse a seus avanços, o imperador conseguiu estuprá-la. Voltando para casa e conhecendo Máximo, o acusou de traição, acreditando que a entregara. Embora Máximo jurasse vingança, estava igualmente motivado pela ambição de suplantar "um rival detestável e desprezível",{{sfn|Gibbon|1776|loc=cap. 35}} por isso decidiu se mover contra Valentiniano.<ref name=Ma1997 />
 
Segundo o historiador João de Antioquia (frag. 200-201),{{sfn|Gordon|1960|p=51ff}} envenenou a mente do imperador contra [[Flávio Aécio (general)|Flávio Aécio]], resultando no assassinato de seu rival nas mãos de Valentiniano. De acordo com João de Antioquia, tinha plena consciência de que, enquanto Aécio estava vivo, não podia se vingar, então Aécio teve que ser removido. Assim, aliou-se a um eunuco de Valentiniano, o [[Primicério#Uso civil e militar|primicério]] [[Heráclio (primicério)|Heráclio]], que há muito se opunha ao general, com a esperança de exercer mais poder sobre o imperador. Os dois convenceram Valentiniano de que Aécio estava planejando assassiná-lo e pediram que matasse seu [[mestre dos soldados]] durante uma reunião, e Valentiniano fez com as próprias mãos, com a ajuda de Heráclio, em 21 de setembro de 454.<ref name=Ma1997 />{{sfn|Whitby|2007|p=473}}
 
[[imagem:Roman_Empire_460_CE-pt.svg|thumb|esquerda|[[Império Romano do Ocidente]] por volta desse período]]
Quando Aécio morreu, Máximo pediu a Valentiniano a posição agora vaga de Aécio, mas o imperador recusou;.{{sfn|name=Ma751|Martindale|1980|p=751}} Heráclio, de fato, havia aconselhado o imperador a não permitir que ninguémalguém possuísse o poder que Aécio exercia. Segundo João de Antioquia, Máximo ficou tão irritado com a recusa de Valentiniano em nomeá-lo como seu mestre dos soldados que decidiu assassiná-lo também. Escolheu como cúmplices [[Optila]] e [[Traustila (protetor)|Traustila]], dois [[citas]] que haviam lutado sob o comando de Aécio e que, após a morte de seu general, haviam sido nomeados como acompanhantes de Valentiniano.<ref name=Ma1997 />
 
Máximo os convenceu facilmente de que Valentiniano era o único responsável pela morte de Aécio, e que os dois soldados deveriam vingar seu antigo comandante, ao mesmo tempo em que prometia uma recompensa pela traição do imperador. Em 16 de março de 455, Valentiniano, que estava em Roma, foi ao [[Campo de Marte (Roma)|Campo de Marte]] com alguns guardas, acompanhados por Optila, Traustila e seus homens. Assim que o imperador desmontou para praticar com o arco, Optila subiu com seus homens e o esfaqueou no templo. Quando Valentiniano se virou para olhar para o atacante, Optila o matou com outro golpe de sua lâmina. No mesmo momento, Traustila matou Heráclio. Os dois citas pegaram o diadema imperial e o manto e os trouxeram a Máximo.<ref name=Ma1997 />
 
A morte súbita e violenta de Valentiniano III deixou o Império Romano do Ocidente sem um óbvio sucessor do trono. Vários candidatos foram apoiados por vários grupos da burocracia imperial e militar. Em particular, o apoio do exército foi dividido entre três candidatos principais: [[Maximiano (doméstico)|Maximiano]], o antigo [[Doméstico (Império Romano)|doméstico]] (guarda-costas) de Aécio, filho de um comerciante egípcio chamado [[Domnino (pai de Maximiano)|Domnino]], que se tornara rico na Itália; o futuro imperador [[Majoriano]], que comandou o exército após a morte de Aécio e que teve o apoio da imperatriz [[Licínia Eudóxia]]; e o próprio Máximo, que tinha o apoio do [[Senadosenado Romanoromano]] e que garantiu o trono em 17 de março de 455, distribuindo dinheiro aos funcionários do palácio imperial.<ref name=Ma1997 />
 
==Reinado e morte==
Depois de ganhar o controle do palácio, Máximo consolidou seu poder ao se casar imediatamente com [[Licínia Eudóxia]], a viúva de Valentiniano.<ref name=Ma751 /> Ela se casou com relutância, suspeitando que estivesse envolvido no assassinato de seu falecido marido; e, de fato, Máximo tratou os assassinos de Valentiniano com considerável favor.<ref name=Ma1997 /> A corte oriental de [[Constantinopla]] se recusou a reconhecer sua adesão. Para garantir ainda mais sua posição, Máximo rapidamente nomeou [[Ávito]] como mestre dos soldados e o enviou em uma missão a [[Tolosa (França)|Tolosa]] para obter o apoio dos [[visigodos]].{{sfn|Heather|2007|p=20}} Também cancelou o noivado da filha de Licínia, [[Eudócia (filha de Valentiniano III)|Eudócia]], com [[Hunerico]], filho do rei vândalo [[Genserico]], e casou-a com seu próprio filho. Mais uma vez, antecipou que isso promoveria as credenciais imperiais dele e de sua família. Esse repúdio enfureceu o rei dos vândalos, que só precisava da desculpa do apelo desesperado de Licínia ao tribunal dos vândalos para iniciar os preparativos para a invasão da [[Península Itálica|Itália]].{{sfn|Collins|2007|p=125}}
 
Em maio, dois meses depois de Máximo conquistar o trono, chegaram a Roma notícias de que Genserico estava navegando para a Itália. À medida que as notícias se espalhavam, o pânico tomou conta da cidade e muitos de seus habitantes fugiram. O imperador, ciente de que Ávito ainda não havia retornado com a ajuda visigótica esperada, decidiu que era inútil montar uma defesa contra os vândalos. Então, tentou organizar sua fuga, pedindo que o Senadosenado o acompanhasse. No entanto, em pânico, Petrônio Máximo foi abandonado por seu guarda-costas e comitiva e saiu para se defender.<ref name=Ma1997 />
 
[[imagem:Genseric sacking rome 456.jpg|thumb|300px|''O Saque de Roma, por455''<br>Por [[Karl Pawlowitsch Brjullow|Karl Bryullov]], 1833-1836 - [[Galeria Tretiakov]]]]
 
Quando Máximo saiu da cidade por conta própria em 31 de maio de 455, foi atacado por uma multidão enfurecida, que o apedrejou até a morte (outro relato diz que foi morto por "certo soldado romano chamado Urso").{{sfn|Browne|1859|p=350}} Seu corpo foi mutilado e jogado no [[Rio Tibre|Tibre]]. Reinou por apenas setenta e cinco dias. Seu filho de seu primeiro casamento, [[Paládio (filho de Petrônio Máximo)|Paládio]], que possuía o título de [[César (título)|césar]] entre 17 de março e 31 de maio e que se casou com sua meia-irmã Eudócia, provavelmente foi executado.<ref name=Ma1997 />{{sfn|Heather|2007|p=21}}
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==Consequências==
{{Principal|Saque de Roma (455)}}
Em 2 de junho de 455, três dias após a morte de Máximo, [[Genserico]] capturou a cidade de Roma e a saqueou por duas semanas. Entre os saques da cidade, e em resposta aos apelos do papa [[Papa Leão I|Leão I]], os vândalos teriam evitado incêndio criminoso, tortura e assassinato.{{sfn|Hughes|2017|p=140}} Historiadores modernos, como John Henry Haaren, afirmam que templos, prédios públicos, casas particulares e até o palácio do imperador foram destruídos. Os vândalos também enviaram muitos barcos romanos para o norte da África como escravos, destruíram obras de arte e mataram vários cidadãos. As atividades dos vândalos durante o saque deram origem ao termo "[[vandalismo]]" moderno.{{sfn|Harper}}
 
Genserico também levou a imperatriz Licínia Eudóxia e suas filhas [[Placídia (esposa de Olíbrio)|Placídia]] e Eudócia.<ref name=No />
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==Ver também==
{{Cônsules do Império Romano
|ant1=[[Aécio (general)|Flávio Aécio]]
|ant2=[[Valério (cônsul em 432)|Flávio Valério]]
|con1=Petrônio Maximo