Canadá na Segunda Guerra Mundial: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Let'sGoCanada.jpg|direita|miniaturadaimagem|414x414px| ''Vamos, Canadá!'' por Henri Eveleigh 1939-1945 ]]O '''Canadá''', como colônia britânica, entrou na '''Segunda Guerra Mundial'''{{NoteTag|O nome "Canadá na Segunda Guerra Mundial" pode variar de acordo com o idioma. Em inglês é referido como "História militar do Canadá na Segunda Guerra Mundial".}} em 1 de setembro de 1939, com a invasão alemã da Polônia. As [[Forças Canadenses|Forças Armadas do Canadá]] estiveram presentes em quase todos os [[Teatro de operações|teatros de guerra]], sendo os principais: o da [[Itália]],<ref>Canadian War Museum [http://www.warmuseum.ca/cwm/chrono/1931italian_e.html "The Italian Campaign"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20080222011617/http://www.warmuseum.ca/cwm/chrono/1931italian_e.html|date=22 February 2008}}. Retrieved on: 5 August 2007.</ref> o do noroeste da Europa<ref>Canadian War Museum [http://www.warmuseum.ca/cwm/chrono/1931liberating_e.html "Liberating Northwest Europe"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20080215220005/http://www.warmuseum.ca/cwm/chrono/1931liberating_e.html|date=15 February 2008}}. Retrieved on: 5 August 2007.</ref> e do Atlântico Norte. Ao todo, cerca de 1,1 milhão de soldados canadenses participaram da guerra, com aproximadamente 42.000 mortos e outros 55.000 feridos.<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=z-SsBAAAQBAJ&pg=PT151|título=Great Canadian Battles: Heroism and Courage Through the Years|ultimo=Humphreys|primeiro=Edward|ano=2013|isbn=978-1-78404-098-7|publicação=Arcturus Publishing}}</ref> Durante a guerra, o Canadá sofreu ataques diretos na Batalha de São Lourenço e um bombardeio destruíu um farol em Estevan Point, na Colúmbia Britânica.<ref name="Milner1999">{{Citar livro|url=https://books.google.com/books?id=hpDA5HxyqG4C&pg=PA99|título=Canada's Navy: The First Century|ultimo=Marc Milner|ano=1999|isbn=978-0-8020-4281-1|publicação=University of Toronto Press}}</ref>
 
Estima-se que o custo financeiro da guerra para o Canadá foi entorno de 21,8 bilhões de [[Dólar dos Estados Unidoscanadense|dólares]] entre 1939 e 1950.<ref>{{Citar web|url=http://www.thecanadianencyclopedia.ca/en/article/second-world-war-wwii/|titulo=World War II|publicação=The Canadian Encyclopedia}}</ref> No final da guerra, o Canadá possuía a quarta maior força aérea do mundo,<ref>Canadian Air Force Journal, Vol. 3, No. 1, [http://www.airforce.forces.gc.ca/CFAWC/eLibrary/Journal/Vol3-2010/Iss1-Winter/Sections/08-Worlds_Fourth_Largest_Air_Force_e.pdf "World's Fourth Largest Air Force?"] {{Webarchive|url=https://web.archive.org/web/20130614070606/http://www.airforce.forces.gc.ca/CFAWC/eLibrary/Journal/Vol3-2010/Iss1-Winter/Sections/08-Worlds_Fourth_Largest_Air_Force_e.pdf|date=14 June 2013}}</ref> e a quinta maior marinha.<ref>''World War '' – Willmott, H.P. et al.; Dorling Kindersley Limited, London, 2004, Page 168 Retrieved on: 17 May 2010.</ref> A Marinha Mercante Canadense realizou mais de 25.000 viagens através do Atlântico<ref>Veterans Affairs Canada [http://www.vac-acc.gc.ca/clients/sub.cfm?source=history/other/merchant/hist "The Historic Contribution of Canada's Merchant Navy"]. Retrieved on: 5 August 2007.</ref> e 130.000 pilotos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|aliados]] foram treinados no Canadá no âmbito do [[Plano de Treino Aéreo da Comunidade Britânica|Plano de Treinamento Aéreo da Commonwealth Britânica]]. No [[Desembarques da Normandia|dia D]], 6 de junho de 1944, a 3.ª Divisão de Infantaria Canadense desembarcou na praia [[Praia de Juno|"Juno"]], na Normandia, em conjunto com as forças aliadas.
 
A Segunda Guerra Mundial teve efeitos culturais, políticos e econômicos significativos no Canadá, incluindo a crise de recrutamento em 1944, que afetou a unidade entre francófonos e anglófonos. Apesar de tudo, o esforço de guerra fortaleceu a [[Economia do Canadá|economia canadense]] e o fez um país mais importante a nível global.<ref>Stacey, C. [https://www.thecanadianencyclopedia.ca/en/article/second-world-war-wwii/#h3_jump_12 "World War II: Cost and Significance"]. ''The Canadian Encyclopedia'' online (Historica). Revised by N. Hillmer. Retrieved on: 5 August 2007.</ref>
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Em 1936, King havia dito ao [[Parlamento do Canadá|Parlamento]]: "Nosso país está sendo atraído para situações internacionais em um grau que eu próprio acho alarmante".<ref name=":1" /> Tanto o governo quanto a população permaneceram relutantes em participar de uma guerra classificada como "europeia", em parte por causa da crise de conscrição de 1917. Tanto o rei quanto o líder da oposição Robert James Manion declararam sua oposição às tropas de recrutamento para o serviço no exterior em março de 1939. No entanto, [[William Lyon Mackenzie King|King]] sempre deixou claro sua posição em ajudar o [[Império Britânico]], os [[Estados Unidos]] o fazendo ou não. Em agosto de 1939, seu gabinete, juntamente com os canadenses franceses, uniu-se a causa pré-guerra de maneira a não participar da [[Acordo de Munique|Conferência de Munique]]. Apesar do ferrenho repúdio aos i[[Nazismo|ideais nazistas]], ainda havia expectativa de uma participação mais discreta na então possível guerra.<ref name=":1" />
 
Estava bem clara, dentro do cenário diplomático, a posição do [[Canadá]] frente a [[Invasão da Polônia]] em 1 de setembro de 1939. Apenas quatro dias após o [[Reino Unido]] declarar guerra, em 3 de setembro de 1939, o Parlamento foi chamado para uma sessão especial em que King e Manion demonstraram seu apoio para com a declaração de guerra.{{Carece de fontes}}
 
Ao contrário de 1914, quando a guerra surpreendeu, o governo havia preparado medidas para controle de preços, racionamento e censura, e a Lei de Medidas de Guerra de 1914 foi re-invocada<ref name=":4">{{Citar web|titulo=Ottawa Citizen - Pesquisa no arquivo do Google Notícias|url=https://news.google.com/newspapers?id=SvguAAAAIBAJ&sjid=udsFAAAAIBAJ&pg=7009,6371286|obra=news.google.com|acessodata=2020-01-18}}</ref>. Após dois dias de debate, a [[Câmara dos Comuns do Canadá|Câmara dos Comuns]] aprovou um discurso em resposta ao discurso do trono em 9 de setembro de 1939, dando autoridade para declarar guerra ao governo de King<ref>{{Citar web|titulo=James Shaver Woodsworth {{!}} The Canadian Encyclopedia|url=https://www.thecanadianencyclopedia.ca/en/article/james-shaver-woodsworth|obra=www.thecanadianencyclopedia.ca|acessodata=2020-01-18}}</ref><ref>{{Citar periódico|titulo=Once upon a time, Canadians could be proud of Parliament|url=https://www.theglobeandmail.com/news/politics/second-reading/once-upon-a-time-canadians-could-be-proud-of-parliament/article4107034/}}</ref>. O Senado também aprovou a lei naquele dia<ref>{{Citar web|titulo=The Montreal Gazette - Pesquisa no arquivo do Google Notícias|url=https://news.google.com/newspapers?id=SHktAAAAIBAJ&sjid=w5gFAAAAIBAJ&pg=2362,1761603|obra=news.google.com|acessodata=2020-01-18}}</ref>. O Rei George VI aprovou a declaração de guerra do [[Canadá]] com a [[Alemanha Nazista|Alemanha]] em 10 de setembro<ref>{{citar periódico|ultimo=Creighton|primeiro=Donald|data=1976|titulo=A Estrada Bifurcada: Canadá 1939-1957|url=|jornal=McClelland e Stewart|acessodata=17/01/2020}}</ref>. O Canadá também declarou guerra à [[Itália]] (11 de junho de 1940), [[Império do Japão|Japão]] (7 de dezembro de 1941) e outras potências do [[Eixo]].{{Carece de fontes}}
 
== Esforço de guerra ==
Embora o [[Canadá]] fosse o domínio mais antigo da [[Monarquia do Reino Unido|Coroa Britânica]], ele encontrava muitas dificuldades ao entrar na guerra. O país, á época, que possuía uma população entre 11 e 12 milhões, acabou por mobilizar forças armadas muito numerosas. Cerca de 10% de toda a população do Canadá se juntou ao exército, com apenas uma pequena parcela recrutada. Após a longa e desgastante [[Grande Depressão]] da década de 1930, os desafios da [[Segunda Guerra Mundial]] aceleraram o processo de industrialização e urbanização do Canadá.{{Carece de fontes}}
 
O [[Canadá]] seguiu informalmente a Regra Britânica dos Dez Anos, que reduziu os gastos com defesa mesmo depois que a [[Grã-Bretanha]] o concedeu a independência em 1932. Depois de quase 8 anos de negligência, as [[Forças Canadenses|Forças Armadas do Canadá]] eram pequenas, mal equipadas e, em grande parte, despreparadas para a guerra em 1939. O governo de King começou a aumentar os gastos em 1936, mas o aumento foi impopular. O governo o descreveu como primariamente sendo para defesa nacional, e com uma guerra no exterior, se tornaria "uma responsabilidade secundária deste país, embora possivelmente exija muito esforço final". A Crise de Sudeten em 1938 fez com que os gastos anuais quase dobrassem. No entanto, em março de 1939, a Milícia Ativa Permanente (Tropas ativas) tinha apenas 4.169 oficiais e homens, enquanto a Milícia Ativa Não Permanente (Tropas reservas) era de 51.418, todos armados com equipamento excedente já obsoleto da [[Primeira Guerra Mundial]]. Em março de 1939 a [[Marinha Real do Canadá|Marinha Real Canadense]] tinha 309 oficiais e 2967 classificações navais , e a [[Real Força Aérea Canadiana|Força Aérea Real Canadense]] possuía 360 oficiais e 2797 pilotos.<ref name=":1" />
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=== Mobilização e execução ===
[[File:Dominion and Empire Forces in the United Kingdom 1939-45 H589.jpg|thumb|O Regimento Escocês de Toronto em desfile em Aldershot, [[Reino Unido]], em dezembro de 1939.|alt=|esquerda|210x210px]]
No início da guerra, o compromisso do [[Canadá]] com a guerra na Europa foi limitado pelo governo a uma divisão e uma divisão na reserva para defesa em casa. Não obstante, o tamanho eventual das [[Forças Canadenses|Forças Armadas Canadenses]] excedeu em muito as previstas nos chamados "esquemas" de mobilização do período pré-guerra. Ao longo da guerra, o exército alcançou 730.000 homens, a força aérea 260.000 e o pessoal da marinha 115.000. Além disso, milhares de canadenses serviram na [[Força Aérea Real]]. Aproximadamente metade do exército do Canadá e três quartos do seu pessoal da força aérea nunca deixaram o país, em comparação com o destacamento no exterior de aproximadamente três quartos das forças da [[Austrália]], [[Nova Zelândia]] e [[Estados Unidos]]. No final da guerra, no entanto, a marinha cresceu de apenas alguns navios em 1939 para mais de 400 navios, incluindo três porta-aviões e dois cruzadores<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=sCtIDAAAQBAJ&pg=PA17&redir_esc=y#v=onepage&q&f=false|título=The Weight of Command: Voices of Canada’s Second World War Generals and Those Who Knew Them|ultimo=Granatstein|primeiro=J. L.|data=2016-08-01|editora=UBC Press|lingua=en|isbn=978-0-7748-3302-8}}</ref>. Esse esforço marítimo ajudou a manter as rotas de navegação abertas através do [[Oceano Atlântico|Atlântico]] durante a guerra.{{Carece de fontes}}
 
Em parte, isso refletia a política de "participação moderada" de King, além dos limites do esforço de guerra industrial do [[Canadá]]. Mas também refletia nas circunstâncias objetivas da guerra, pois com a [[Ocupação da França pela Alemanha nazista|França derrotada e ocupada]], não haveria forças aliadas em território continental europeu na [[Frente Ocidental (Segunda Guerra Mundial)|Frente Ocidental]] até a [[Batalha da Normandia|invasão da Normandia]], em junho de 1944. Além disso, os requisitos de mão-de-obra nos teatros do norte da África e do Mediterrâneo foram comparativamente pequenos e rapidamente atendidos por britânicos e outros membros do [[Império Britânico]].{{Carece de fontes}}
 
[[File:HMCS St Laurent 20 August 1941 IKMD-04199.jpg|thumb|HMCS St. Laurent seis dias após a declaração de guerra.]]
Embora inicialmente a resposta à guerra fosse "moderada", os recursos foram mobilizados rapidamente. O comboio HX-1 partiu de [[Halifax (Nova Escócia)|Halifax]] apenas seis dias após a nação declarar guerra, escoltado pelo HMCS ''St. Laurent'' e HMCS ''Saguenay''<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books?id=iqbvAAAAMAAJ&q=isbn:9780888501455&dq=isbn:9780888501455&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwiezZPMgIznAhWcJbkGHXR3AaEQ6AEIKTAA|título=The Canadians at war, 1939/45|ultimo=Association (Canada)|primeiro=Reader's Digest|data=1986|editora=Reader's Digest Association (Canada)|lingua=en|isbn=978-0-88850-145-5}}</ref>. A 1ª Divisão de Infantaria Canadense chegou à [[Grã-Bretanha]] em 1º de janeiro de 1940. Em 13 de junho de 1940, o 1º Batalhão de The Hastings e o Regimento do Príncipe Edward foi enviado para a França, na tentativa de garantir o flanco sul do Exército Expedicionário Britânico, que estava na Bélgica. Quando o batalhão chegou, os britânicos e aliados foram cercados em [[Dunquerque]], [[Paris]] havia caído e, depois de recuar 200 km no interior, o batalhão retornou a [[Brest (França)|Brest]] e depois à [[Inglaterra]]<ref>{{citar livro|url=0ahUKEwiezZPMgIznAhWcJbkGHXR3AaEQ6AEIKTAA|título=The Canadians at war, 1939/45|ultimo=Association (Canada)|primeiro=Reader's Digest|editora=Reader's Digest Association (Canada)|ano=1986|local=Toronto|páginas=26|acessodata=17/01/2020}}</ref>.
 
Além do ataque de Dieppe em agosto de 1942, o exército canadense não registra nenhum envolvimento significativo no teatro de operações europeu até a [[Invasão aliada da Sicília|invasão da Sicília]] no verão de 1943. Com a campanha da [[Sicília]], os canadenses tiveram a oportunidade de entrar em combate e depois estavam entre os primeiros que entraram em [[Roma]].2{{Carece de fontes}}
 
O [[Canadá]] foi o único país das [[América|Américas]] a participar ativamente da guerra antes do ataque a [[Pearl Harbor]]<ref>{{Citar periódico|ultimo=Murray|primeiro=D. R.|data=1974|titulo=Canada's First Diplomatic Missions in Latin America|url=http://www.jstor.org/stable/174735|jornal=Journal of Interamerican Studies and World Affairs|volume=16|numero=2|paginas=153–172|doi=10.2307/174735|issn=0022-1937}}</ref>.
 
O apoio canadense à guerra foi mobilizado por meio de uma campanha de propaganda, incluindo [[If Day]], uma invasão "nazista" de [[Winnipeg]], que gerou mais de US$3 milhões em títulos de guerra.{{Carece de fontes}}
 
== Campanhas no início da guerra ==
[[File:Instructor and student with North American Harvard II aircraft.jpg|thumb|Base aérea usada no Plano de Treinamento Aéreo da Commonwealth.|alt=|esquerda]]
Nos primeiros nove meses da guerra, a [[Grã-Bretanha]] estava encarregada de criar os planos de guerra canadenses - todos possuíam o aval do governo do [[Canadá]]. Por motivos geográficos, a defesa do Canadá não foi tomada como prioridade. O treinamento das tropas, a produção e o equipamento do Canadá estavam voltados para o combate na [[Europa]]. Seu principal papel era fornecer alimentos, matérias-primas e treinar pilotos do [[Império Britânico]] com o Plano de Treinamento Aéreo da Commonwealth, proposto pelos britânicos em 26 de setembro de 1939. Ao contrário do que foi feito na Primeira Guerra Mundial, o Canadá não enviou centenas de milhares de tropas ao exterior<ref name=":2">{{Citar periódico|ultimo=Dean|primeiro=Edgar Packard|data=1940|titulo=Canada's New Defense Program|url=http://www.jstor.org/stable/20029058|jornal=Foreign Affairs|volume=19|numero=1|paginas=222–236|doi=10.2307/20029058|issn=0015-7120}}</ref><ref name=":3">{{Citar periódico|ultimo=Douglas|primeiro=W. A. B.|data=1975|titulo=Why Does Canada Have Armed Forces?|url=http://www.jstor.org/stable/40201224|jornal=International Journal|volume=30|numero=2|paginas=259–283|doi=10.2307/40201224|issn=0020-7020}}</ref>. O Canadá foi o principal local do Plano de Treinamento Aéreo da Commonwealth, o maior programa de treinamento da força aérea da história. 131.553 funcionários da força aérea, incluindo 49.808 pilotos, foram treinados em bases aéreas no Canadá de outubro de 1940 a março de 1945<ref>{{Citar web|titulo=Remembrance - Veterans Affairs Canada|url=https://www.veterans.gc.ca/eng/remembrance|obra=www.veterans.gc.ca|data=2019-02-20|acessodata=2020-01-20|primeiro=Veterans Affairs|ultimo=Canada}}</ref>. Mais da metade dos graduados do BCAT eram canadenses que serviram na [[Real Força Aérea Canadiana|RCAF]] e na [[Força Aérea Real|Royal Air Force]] (RAF). Um dos seis grupos do Comando de Bombardeiros da RAF que voaram na Europa era canadense.{{Carece de fontes}}
 
Outra versão de porque o [[Canadá]] não enviou tropas para o exterior, é de que isso não estava nos planos ingleses. De qualquer forma, o governo canadense concordou em não fazer um recrutamento em massa, sempre utilizando a crise de 1917 como motivo. A opinião pública fez com que [[William Lyon Mackenzie King|King]] enviasse a 1.ª Divisão de Infantaria do Canadá no final de 1939, possivelmente contra a vontade britânica. Mesmo que indo contra a vontade dos ingleses, o Canadá cooperou totalmente com a [[Grã-Bretanha]], dedicando 90% da mão de obra da pequena [[Real Força Aérea Canadiana|Força Aérea Real Canadense]] (RCAF) ao plano de treinamento aéreo<ref name=":2" /><ref name=":3" />. Uma força que antes treinava 125 pilotos anualmente, começava a produzir 1.460 aviadores a cada quatro semanas no âmbito do plano.<ref name=":1" />.
[[File:William Lyon Mackenzie King 1942.jpg|thumb|Em 1940, disse o Primeiro-ministro Canadense William Lyon Mackenzie King: "pequenas encomendas experimentais" e "soubessem desde o início suas prementes necessidades de munições e suprimentos".]]
Alguns anos anteriormente, em 1937, as duas nações concordaram que qualquer equipamento militar fabricado no Canadá usaria desenhos britânicos. Embora isso praticamente assumisse que suas tropas sempre lutariam com a Grã-Bretanha para que as duas forças compartilhassem equipamentos, esse ato também resultou numa dependência de componentes de uma fonte do outro lado do [[Oceano Atlântico|Atlântico]]. Os métodos e ferramentas de fabricação canadenses usavam desenhos americanos, e não britânicos, portanto a implementação do plano significaria mudanças completas nas fábricas canadenses<ref name=":2" />. No entanto, quando a guerra começou, as empresas britânicas recusaram seus projetos e a Grã-Bretanha não se interessou pela produção de equipamentos militares canadenses. Enquanto a Grã-Bretanha dava prioridade ao Canadá sobre os [[Estados Unidos]] para compras, o [[Canadá]] tinha muito pouca capacidade de produção militar em 1939 e a [[Inglaterra]] tinha uma reserva pequena em dólares canadenses<ref name=":1" />.  Em 12 de junho de 1940, o governo de King e a Associação Canadense de Fabricantes pediram aos governos britânico e francês que terminassem suas "pequenas encomendas experimentais" e "soubessem desde o início suas prementes necessidades de munições e suprimentos", bem como "as plantas canadenses podem ser utilizadas em uma extensão muito maior como fonte de suprimento".<ref>{{Citar web|titulo=The Montreal Gazette - Pesquisa no arquivo do Google Notícias|url=https://news.google.com/newspapers?id=_qMtAAAAIBAJ&sjid=oJgFAAAAIBAJ&pg=2012,1905361|obra=news.google.com|acessodata=2020-01-20}}</ref>
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''Ver: [[Ocupação da Islândia]]''
 
No período entre a queda da França em junho de 1940 e a [[Operação Barbarossa|invasão alemã da URSS]] em junho de 1941, o [[Canadá]] forneceu à [[Grã-Bretanha]] alimentos, armas e outros materiais de guerra através de comboios navais e transporte aéreo, bem como pilotos da RCAF e aviões. Durante a [[Batalha da Grã-Bretanha]], estimasse que entre 88 e 112 pilotos canadenses serviram na [[Força Aérea Real|RAF]], sendo que muitos vieram para a Grã-Bretanha por iniciativa própria<ref>{{Citar web|titulo=Battle of Britain History {{!}} Royal Canadian Air Force|url=http://www.rcaf-arc.forces.gc.ca/en/battle-britain/history.page|obra=www.rcaf-arc.forces.gc.ca|data=2013-04-30|acessodata=2020-01-21|primeiro=National Defence|ultimo=Government of Canada}}</ref>. Por necessidade política, um esquadrão "canadense" foi formado sob o Plano Britânico de Treinamento Aéreo da Commonwealth no início da guerra e o esquadrão serviu na [[Batalha de França|Batalha da França]]. Mais tarde, o esquadrão se juntou ao esquadrão nº 1 da [[Real Força Aérea Canadiana|RCAF]], em junho de 1940, durante a Batalha pela Grã-Bretanha. No final da batalha, em outubro de 1940, 23 pilotos canadenses haviam sido mortos<ref>{{Citar livro|url=https://books.google.com.br/books/about/The_Most_Dangerous_Enemy.html?id=bkspJgAACAAJ&redir_esc=y|título=The Most Dangerous Enemy: A History of the Battle of Britain|ultimo=Bungay|primeiro=Stephen|data=2001|editora=Aurum|lingua=en|isbn=978-1-85410-801-2}}</ref>. Esquadrões da RCAF e pilotos canadenses individuais que voavam com a RAF britânica lutaram com distinção nos caças [[Spitfire]] e [[Hurricane]] durante a Batalha da Grã-Bretanha. Em 1 de janeiro de 1943, haviam bombardeiros e equipes da RCAF suficientes na Grã-Bretanha para formar grupo de bombardeio aéreo motor. Assim foi criado o 6 Group, um dos oito grupos de bombardeiros do [[Comando de Bombardeiros da RAF]]. Caso a [[Operação Leão Marinho|invasão alemã às Ilhas Britânicas]] tivesse de fato ocorrido, as unidades aéreas canadenses já estariam implantadas entre os [[Canal da Mancha]] e [[Londres]] para combater a ofensiva alemã.{{Carece de fontes}}
[[File:HMCS COBALT leaving Hvalfjord. From HMS Victorious. 16 and 17 November 1941, at Hvalfjord, Iceland. IWM A6403.jpg|thumb|HMCS ''Cobalt'' perto de Hvalfjörður, [[Islândia]].]]
Após a grande demonstração de força da [[Alemanha Nazista|Alemanha]] durante a invasão da França, a [[Grã-Bretanha]] disse ao [[Canadá]] que uma invasão alemã da [[América do Norte]] não era impossível e que os canadenses precisavam planejar uma estratégia defensiva rapidamente. Desde junho de 1940, o Canadá considerou que se defender era tão importante quanto ajudar a Grã-Bretanha, talvez ainda mais. Tropas canadenses foram enviadas para a defesa da colônia de [[Terra Nova e Labrador|Terra Nova]], na costa leste do Canadá, o ponto mais próximo da América do Norte da [[Europa]]. Temendo a perda de uma ligação direta às [[Ilhas Britânicas]], ao Canadá foi solicitado a ocupar também a [[Islândia]], o que ocorreu entre junho de 1940 e primavera de 1941, após a invasão britânica inicial<ref name=":1" />. O Canadá também produziu equipamento militar usando métodos e ferramentas americanos. O custo não era mais um problema. Em 24 de junho, o governo de King apresentou o primeiro orçamento de US$ 1 bilhão na história do Canadá, no qual incluía US$ 700 milhões em despesas de guerra, um aumento considerável em comparação com os US$ 126 milhões no ano fiscal de 1939-1940. Muito por conta da guerra, a economia foi a mais forte da história do Canadá. Com o apoio da oposição, a Lei de Mobilização de Recursos Nacionais começou o recrutamento. Os soldados convocados deveriam ser usados ​​apenas na América do Norte, a menos que se oferecessem, evitando o problema que causou a crise de 1917.<ref name=":2" /><ref name=":1" />
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=== Terra Nova ===
[[File:Pulling the Digby from the sea.jpg|thumb|Avião da [[Real Força Aérea Canadiana|RCAF]] atuando como rebocador.|alt=|esquerda]]
Quando a guerra começo, a [[Grã-Bretanha]] esperava que o [[Canadá]] assumisse a responsabilidade de defender a [[América do Norte Britânica]]<ref name=":1" />. Em 1939, Le Emerson era o comissário de defesa da Terra Nova. [[Winston Churchill]] instruiu Emerson a cooperar com o Canadá e a cumprir uma "invasão amigável", ao encorajar [[William Lyon Mackenzie King|Mackenzie King]] a aconselhar ao monarca a ocupar a [[Terra Nova]]. Em março de 1942, o Comissário Emerson havia reestruturado organizações oficiais, tais como The Aircraft Detection Corps Newfoundland, e as integrou em unidades canadenses.{{Carece de fontes}}
 
Vários regimentos canadenses guarneceram a [[Terra Nova]] durante a [[Segunda Guerra Mundial]]. O mais famoso deles era o The Royal Rifles of Canada, que estava estacionado no [[Cabo da Esperança]] antes de ser enviado para [[Hong Kong]]. Em julho de 1941, seu lugar foi ocupado pela divisão conhecida como Highlander da Ilha Prince Edward. Em 1941 e 1942, o regimento Lincoln & Welland foi designado para a guarnição do Aeroporto de Gander e, posteriormente para [[São João da Terra Nova|St. John's]].{{Carece de fontes}}
 
O [[Comando das Forças Terrestres Canadenses|Exército Canadense]] construiu um forte no Cabo da Esperança armado com várias armas pesadas para impedir ataques navais alemães. Outros fortes foram construídos com vista para o porto de St. John. Bunkers foram cavados nas colinas de [[South Side]] e redes de torpedos foram colocadas sobre a foz, no porto. Canhões foram erguidos em Bell Island para proteger a marinha mercante de ataques submarinos e armas foram montadas em [[Rigoletto|Rigolette]] para proteger Baía de Goose.