Isabel de Valois, Rainha de Espanha: diferenças entre revisões

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Em [[1564]] Isabel de Valois, aos 18 anos, engravidou pela primeira vez, tendo abortado com apenas três meses de gestação. Em [[1565]], ela sofreu novo aborto, em consequência de uma febre, contraída após a rainha ter visto Eufrásia de Guzmán das janelas do palácio em [[Madrid]], grávida de Filipe. Isabel ficou doente por semanas e o rei se compadeceu bastante do estado da esposa. A afeição entre ambos foi então crescendo. Ainda naquele ano, o embaixador francês [[Igreja de São Sulpício|São Sulpício]] observou que Filipe demonstrava por Isabel “verdadeira amizade e perfeita boa vontade, o que a faz tão satisfeita e feliz como jamais poderia ser”. O monarca, inclusive, chegava a compartilhar segredos políticos e ideias com sua consorte, algo que ele não fazia na companhia de outros homens de seu círculo. Parece que essa reaproximação e demonstração de afeto surtiram efeitos positivos no relacionamento do casal, pois no final de 1565 a rainha estava novamente grávida. Segundo o embaixador francês, “durante a noite de trabalho de parto e durante o próprio parto, ele [Filipe] nunca deixou de segurar uma de suas mãos, confortando-a e encorajando-a da melhor maneira que sabia ou podia”. Em [[12 de agosto]] de [[1566]] nasceu [[Isabel Clara Eugênia da Espanha|Isabel Clara Eugênia]]. O desapontamento por não ser um menino foi logo esquecido diante da graciosidade e perfeição do bebê. A infanta Isabel seria uma das filhas favoritas de Filipe II.
 
Contudo, por maior que fosse a alegria que o rei pudesse sentir com a sua filha, o reino ainda precisava de um segundo herdeiro. Em [[10 de outubro]] de [[1567]] nasceu outra menina, batizada de [[Catarina Micaela da Espanha|Catarina Micaela]]. A pressão para que a rainha gerasse um menino era grande. Poucas semanas depois do nascimento de Micaela, Isabel de Valois engravidou mais uma vez. Sua saúde, porém, deteriorou-se muito. Faleceu com apenas 23 anos, em [[3 de outubro]] de [[1568]], durante o parto prematuro de uma bebê do sexo feminino batizada de Joana que morreu poucas horas após o parto. O rei ficou bastante arrasado com a perda de sua esposa e filha. A morte da rainha deixou um grande vazio na corte. Sua entourage foi desfeita, assim como foram adotadas medidas econômicas para saldar os seus gastos. Filipe teve que reconhecer que sua mulher era muito consumista, “comprava de forma extravagante e seus gastos com festas e passeios eram impressionantes”, além de encomendar “quantidades infinitas de pratas e joias dos artistas da corte”. Diz-se também que Isabel jamais usava o mesmo vestido duas vezes. Esse comportamento não era algo que o rei estava desposto a tolerar numa próxima consorte. Com a morte de Dom Carlos, Filipe II precisava de um novo herdeiro e urgia a necessidade de um novo casamento, aquele que seria o último de sua carreira marital. Dessa vez, ele decidiu procurar por uma noiva no seio de sua própria família, os [[Casa de Habsburgo|Habsburgo]]. Assim, Filipe se casou novamente com sua sobrinha [[Ana de Áustria, Rainha de Espanha|Ana de Áustria]], na qual ela deu à luz ao herdeiro da Espanha, [[Filipe III de Espanha]].
 
Após a morte de Isabel, [[Catarina de Médici]] ofereceu sua filha mais nova, [[Margarida de Valois|Margarida]], como noiva para Filipe.{{sfn|Knecht|1999|p=134}} Filipe recusou a oferta.{{sfn|Kamen|1997|p=125}}