Língua protocéltica: diferenças entre revisões

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| valign="top"|[[família de línguas|Classificação]]<br />[[família de línguas|genética]]:
|[[línguas indo-européiaseuropeias|Indo-EuropeuEuropeia]]<br />
&nbsp;&nbsp;'''Protocelta'''<br />
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!PIE
!Protocéltico
!ProtoCéltico
!Exemplo
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== Morfologia ==
A [[morfologia]] (estrutura) dos substantivos e adjetivos demonstra não carregar as mudanças da língua da qual se originou. Por outro lado, os verbos célticos insulares mostram uma característica peculiar desconhecida em qualquer outra língua indo-européiaeuropeia conhecida: os verbos têm diferentes formas de conjugação dependendo se eles aparecem na posição inicial absoluta da sentença (o céltico insular tem a ordem das palavras na sentença verbo-sujeito-objeto) ou se são precedidos por um adjunto adverbial. A situação é mais firmemente confirmada no irlandês antigo, mas aparece de certa forma no [[língua gaélica escocesa|gaélico escocês]] e alguns traços estão também presentes no galês médio.
 
As formas que aparecem na posição inicial da sentença são chamadas '''absolutas''', e aquelas que aparecem após um adjunto '''conjuntas'''. O [[paradigma]] do [[presente]] do [[modo indicativo|indicativo]] na [[voz verbal|voz ativa]] do verbo irlandês antigo ''beirid'' 'carregar' é indicado a seguir; as formas conjuntas são exemplificadas com o adjunto ''ní'' 'não'.
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Antigas análises da distinção, como registrado por Thurneysen (1946, 360 ff.), afirmam que as terminações absolutas derivam das "terminações primárias" do [[Protoindo-Europeu|protoindo-europeu]] (usadas nos tempos presente e futuro) enquanto as terminações conjuntas derivam das "terminações secundárias" (usadas no tempo passado). Assim, o irlandês antigo ''beirid'' 'ele/ela carrega' deve ter evoluído a partir de ''*bʰereti'' (similar ao [[sânscrito]] ''bharati'' 'ele/ela carrega'), enquanto a forma conjunta ''beir'' deve ter evoluído a partir de ''*bʰeret'' (similar ao sânscrito ''a-bharat'' 'ele/ela estava carregando').
 
Atualmente, no entanto, muitos estudiosos do celta concordam que Cowgill (1975), seguindo uma idéiaideia já apresentada por Pedersen (1913, 340 ff.), encontrou a solução correta para a origem da distinção absoluta/conjunta: uma partícula enclítica, reconstruída como ''*es'' após consoantes e ''*s'' após vogais, viria na sentença na segunda posição. Se a primeira palavra na sentença fosse um outro adjunto, ''*(e)s'' viria em seguida e assim antes do verbo. Mas se o verbo fosse a primeira palavra na sentença, ''*(e)s'' seria adicionado a ele. Sob essa teoria, então, o irlandês antigo absoluto ''beirid'' originou-se do protocelta ''*bereti-s'', enquanto a conjunta ''ní beir'' originou-se de ''*nī-s bereti''.
 
A origem de ''*(e)s'' permanece desconhecida. Cowgill sugere que ela talvez seja uma forma semanticamente reduzida de ''*esti'' 'é', enquanto Schrijver (1994) argumenta que ''*(e)s'' é derivada da partícula ''eti'' 'e então', que é verificada no gaulês.
 
As línguas célticas continentais não possuem qualquer distinção absoluta/conjunta. No entanto, elas parecem apresentar apenas as ordens das palavras na sentença sujeito-verbo-objeto e sojeito-objeto-verbo, como nas outras línguas indo-européiaseuropeias. A distinção absoluta/conjunta deve assim ser um instrumento da ordem de palavras verbo-sujeito-objeto que apareceu no céltico insular.
 
== Ver também ==