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Antigas obras de gramática tâmil (''Tolkāppiyam''), o ''Pattuppāṭṭu'' e o '' Eṭṭuttokai'' fornecem informações sobre a antiga religião. [[Kartiqueia|Murugan]] era venerado como "o deus vermelho sentado no pavão azul, sempre jovem e resplandecente, o deus favorito dos tâmeis".<ref>{{citar livro|autor=Kanchan Sinha|título=Kartikeya in Indian art and literature|editora=Delhi: Sundeep Prakashan|ano=1979|páginas=|id=}}</ref> [[Xiva|Sivan]] também era visto como deus supremo.<ref>{{citar livro|autor=Kanchan Sinha|título=Kartikeya in Indian art and literature|editora=Delhi: Sundeep Prakashan|ano=1979|páginas=|id=}}</ref> A iconografia inicial de [[Kartiqueia|Seyyon]]<ref>{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20060904034700/http://www.harappa.com/arrow/stone_celt_indus_signs.html|título=A Note on the Muruku Sign of the Indus Script in light of the Mayiladuthurai Stone Axe Discovery|autor=Iravatham Mahadevan|data=6 de maio de 2006|publicado=|acessodata=8 de junho de 2020}}</ref> e Sivan<ref>{{citar livro|autor=Ranbir Vohra|título=The Making of India: A Historical Survey|editora=M.E. Sharpe|ano=2000|páginas=15|id=}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Grigorii Maksimovich Bongard-Levin|título=Ancient Indian Civilization|editora=Arnold-Heinemann|ano=1985|páginas=45|id=}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Steven Rosen, Graham M. Schweig|título=Essential Hinduism|editora=Greenwood Publishing Group|ano=2006|páginas=45|id=}}</ref> e sua associação com a flora e fauna nativas remontam à civilização do Vale do Indo.<ref>{{citar livro|autor=Frederick J. Simoons |título=Plants of life, plants of death|editora=|ano=1998|páginas=363|id=}}</ref> O panorama Sangam foi classificado em cinco categorias, ''thinai'', baseado no humor, estação e terra. O ''Tolkāppiyam'' diz que cada um desses ''thinai'' tinha uma divindade associada, como Seyyon em ''Kurinji'' (montanhas), Thirumal em ''Mullai'' (florestas), Korravai em ''Marutham'' (planícies), e [[Indra|Wanji-ko]] em ''Neithal'' (litoral e oceano). Outros deuses mencionados são [[Krishna|Mayyon]] e [[Balarama|Vaali]], que são importantes divindades do hinduísmo atual. É evidente a influência dravídica na religião védica inicial: muitas dessas influências já estão presentes na mais antiga [[línguas indo-arianas|língua indo-ariana]] conhecida, a língua do [[Rigveda]] (c. 1500 a.C.), que apresenta uma dúzia de palavras dravidianas. Isso representa uma fusão ou síntese inicial de religião e cultura entre os antigos dravidianos e os indo-arianos, o que foi se tornando cada vez mais evidente através da iconografia sagrada, fauna e flora, influenciando o hinduísmo, o budismo e o jainismo. Comerciantes de Tamilakam e Querala introduziram o ''Cholapauttam'', uma forma sincrética de budismo e [[xivaísmo]], no norte do Sri Lanka e no sul da Índia. Essa religião foi transmitida através da língua tâmil, e perdeu importância no século XIV quando as condições passaram a favorecer a cultura em [[língua cingalesa]] e língua [[páli]].<ref>{{citar livro|autor=Manguin, Pierre-Yves; Mani, A.; Wade, Geoff|título=Early Interactions Between South and Southeast Asia: Reflections on Cross-cultural Exchange|editora=Institute of Southeast Asian Studies|ano=2011|páginas=138|id=ISBN 9789814345101}}</ref>
 
O culto da deusa mãe é tratado como um indicativo de que essa sociedade que venerava oa femininofeminilidade. Amman, Mariamman, [[Durga]]i, [[Lakshmi]], [[Sarasvati]], [[Kali]] e Saptakanniyar são veneradas.<ref>{{citar livro|autor=Thiruchandran, Selvy|título=Ideology, caste, class, and gender|editora=Vikas Pub. House|ano=1997|páginas=|id=}}</ref> Os templos da época Sangam, principalmente em Madurai, aparentavam ter sacerdotisas, que intercediam junto a deusas.<ref>{{citar livro|autor=Manickam, Valliappa Subramaniam|título= A glimpse of Tamilology|editora=Academy of Tamil Scholars of Tamil Nadu|ano=1968|páginas=75|id=}}</ref> Na literatura Sangam, existe uma elaborada descrição dos ritos executados pelas sacerdotisas de Kurava no altar Palamutircholai.<ref>{{citar livro|autor=Lal, Mohan|título=The Encyclopaedia of Indian Literature (Volume Five Sasay To Zorgot), Volume 5|editora=Sahitya Akademi|ano=2006|páginas=4396|id=ISBN 978-81-260-1221-3}}</ref> Aproximadamente 88 por cento<ref>{{citar web|URL=https://www.censusindia.gov.in/Census_Data_2001/Census_data_finder/C_Series/Population_by_religious_communities.htm|título=Population by religious communities|autor=|data=|publicado=|acessodata=9 de junho de 2020}}</ref> da população de Tamil Nadu é hindu.
 
Em Tamil Nadu, cristãos e muçulmanos representam seis por cento e 5,8 por cento da população, respectivamente.<ref>{{citar web|URL=https://www.censusindia.gov.in/Census_Data_2001/Census_data_finder/C_Series/Population_by_religious_communities.htm|título=Population by religious communities|autor=|data=|publicado=|acessodata=9 de junho de 2020}}</ref> A maioria dos muçulmanos em Tamil Nadu fala tâmil,<ref>{{citar livro|autor=More, J.B.P.|título=Muslim identity, print culture and the Dravidian factor in Tamil Nadu|editora=Hyderabad: Orient Longman|ano=2007|páginas= xv|id= ISBN 978-81-250-2632-7}}</ref> e menos de quinze por cento possui a [[língua urdu]] como língua mãe. Os tâmeis jainistas, hoje, são poucos milhares.<ref>{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20061130194120/http://www.census.tn.nic.in/religion.aspx|título=Directorate of Census Operations - Tamil Nadu
Religion wise Population - Census 2001 |autor=|data=|publicado=|acessodata=9 de junho de 2020}}</ref> [[Ateísmo|Ateus]], [[racionalismo|racionalistas]] e, [[humanismo|humanistas]] e outros também compõe minorias significativas.<ref>{{citar livro|autor=Maloney, Clarence|título="Religious Beliefs and Social Hierarchy in Tamiḻ Nāḍu, India", American Ethnologist, 2 (1): 169–91|editora=|ano=1975|páginas=|id=doi:10.1525/ae.1975.2.1.02a00100}}</ref>
 
A mais popular divindade hindu tâmil é [[Kartiqueia|Murugan]]; ele é conhecido como o deus protetor dos tâmeis, e também é chamado de ''Tamil Kadavul'' (Deus Tâmil).<ref>{{citar web|URL=http://murugan.org/research/shanmugampillai.htm|título=Murukan in Cankam Literature:
Veriyattu Tribal Worship|autor=M. Shanmugam Pillai|data=28-30 de dezembro de 1998|publicado=setembro de 1999|acessodata=11 de junho de 2020}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Harold G. Coward, John R. Hinnells, Raymond Brady Williams|título=The South Asian Religious Diaspora in Britain, Canada, and the United States|editora=|ano=|páginas=|id=}}</ref> Na tradição tâmil, Murugan é o mais jovem e [[Ganexa|Pillaiyar]] o mais velho filho de [[Xiva|Sivan]] e [[Parvati]]. A deusa Parvati é, frequentemente, representada como uma deusa de pele esverdeada, na tradição hindu tâmil. Pensa-se que a adoração de Amman, também chamada de Mariamman, que é muito comum, se originou do culto de uma antiga [[deusa-mãe]].<ref>{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20061114082702/http://www.bnaiyer.com/hinduism/hist-34.html|título=A Historical Approach to the Hindu Traditions|autor=|data=|publicado=|acessodata=11 de junho de 2020}}</ref> [[Kannagi]], a heroína da epopeia Silappatikaram, é adorada como Pattini por muitos tâmeis, particularmente no Sri Lanka.<ref>{{citar web|URL=https://web.archive.org/web/20061210184751/http://www.hindustantimes.com/news/5983_1657214%2C00430014.htm|título=Tracing the Sri Lanka-Kerala link|autor=PK Balachandran
|data=23 de março de 2006|publicado=|acessodata=11 de junho de 2020}}</ref> Existem, também, muitos seguidores de [[Ayyavazhi]] em Tamil Nadu, principalmente nos distritos do sul.<ref>{{citar livro|autor=Dr. R. Ponnus, |título=Sri Vaikunda Swamigal and the Struggle for Social Equality in South India|editora=(Madurai Kamaraj University) Ram Publishers|ano=|páginas=98|id=}}</ref> Além disso, também existem muitos templos e devotos de Thirumal, Sivan, Pillaiyar e outras divindades hindus.
 
Os muçulmanos de Tamil Nadu seguem o [[hanafismo]] e o [[xafeísmo]], enquanto os muçulmanos do Sri Lanka seguem a escola Shadhili. Enquanto as seitas Marakkayar e Kayalar alegam descender do [[mundo árabe]], as seitas Rowther e Labbay alegam descender dos [[povos turcos]]. Todas essas seitas possuem um vocabulário tâmil improvisado com o uso de palavras emprestadas devido a [[miscigenação]]. Erwadi, no distrito de Ramanathapuram, e Nagore, no distrito de Nagapattinam,<ref>{{citar web|URL=http://www.aulia-e-hind.com/Cities.htm|título="Indian Dargah's All Cities"|autor=|data=|publicado=|acessodata=11 de junho de 2020}}</ref> são os maiores centros de peregrinação muçulmana em Tamil Nadu. A mesquita de Karpudayar em [[Kayalpattinam]], a velha mesquita Jumma em [[Keelakarai]] e a grande mesquita de Kazimar em Madurai são algumas das mais antigas mesquitas tâmeis em Tamil Nadu.
 
Entre os antigos tâmeis, a prática de erigir memoriais de pedra (''natukal'') surgiu na época Sangam e continuou por um bom tempo após o final dessa época, até mais ou menos o século XVI.<ref>{{citar livro|autor=Shashi, S.S.|título=Encyclopaedia Indica: India, Pakistan, Bangladesh: Volume 100|editora=Anmol Publications|ano=1996|páginas=|id=}}</ref> Era comum que as pessoas que desejavam alcançar a vitória na guerra adorassem essas "pedras de herói", pois elas acreditavam que, dessa maneira, seriam retribuídas com a vitória.<ref>{{citar livro|autor=Subramanium, N. |título=Śaṅgam polity: the administration and social life of the Śaṅgam Tamils|editora=Ennes Publications|ano=1980|páginas=|id=}}</ref>
 
== Ver também ==