Carolina Maria de Jesus: diferenças entre revisões

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[[Imagem:Correio da Manhã AN 421 (cropped).jpg|thumb|upright|Carolina de Jesus antes de embarcar em avião da ''Air France'']]
 
Depois da publicação de ''Quarto de Despejo'', Carolina mudou-se para [[Santana (bairro de São Paulo)|Santana]], bairro de classe média, na zona norte de São Paulo.<ref name=RicardoAlexino/> Em 1963, publicou, por conta própria, o romance ''Pedaços de Fome'' e o livro ''Provérbios''.<ref name=CamilaMaciel/> Posteriormente, em 1969, Carolina acumulou dinheiro suficiente para se mudar de Santana para [[Parelheiros]], uma região árida da [[Zona Sul de São Paulo]], no pé de uma colina.{{Sfn|Levine|1994|p=71}} Próxima de casas ricas, local de algumas das habitações mais pobres do subúrbio da cidade, com impostos e preços menores, era lá que Carolina esperava encontrar solitude.{{Sfn|Levine|1994|p=71}} Parelheiros se caracterizava por fortes contrastes entre ricos e pobres: grandes casarões ao lado de barracos, que, via de regra, surgiam em vales, onde o ar era poluído pelas indústrias da [[região do Grande ABC]].{{Sfn|Levine|1994|p=71}} Embora pobre, Parelheiros era o mais próximo que Carolina poderia chegar do interior de sua infância sem deixar São Paulo e suas escolas públicas, para as quais seus filhos iam de ônibus.{{Sfn|Levine|1994|p=71}} Agora passando boa parte de seu tempo sozinha, lia o jornal e plantava milho e hortaliças, apesar de reclamar que seus esforços de jardinagem lhe rendessem tanto quanto lhe custassem.{{Sfn|Levine|1994|p=72}}
 
Logo depois de se mudar para Paralheiros, Carolina parou de receber pagamentos de direitos autorais.{{Sfn|Levine|1994|p=72}} Tinha tão pouco dinheiro que, assim fizera na favela do Canindé, ela e seus filhos passavam certos dias catando papéis e garrafas para vender:{{Sfn|Levine|1994|p=72}} agora, contudo, usava o dinheiro de catadora para comprar refrigerantes e bilhetes de cinema.{{Sfn|Levine|1994|p=72}} De tempos em tempos, entregava a uma vendedora local os abacates, bananas e mandiocas que produzia para serem vendidos num mercado local.{{Sfn|Levine|1994|p=72}}
 
Segundo reportagens da época, os pagamentos de direitos autoriais recebidos por Carolina eram "pequenos, mas constantes".{{Sfn|Levine|1994|p=72}} Não eram, todavia, suficientes para que conseguisse viver melhor do que pouco acima da linha da pobreza.{{Sfn|Levine|1994|p=72}} Para o acadêmico Robert Levine, a família de Carolina vivia bem melhor do que na favela, mas num nível muito abaixo do esperado para uma autora cujos livros ainda estavam vendendo bem em diversos países.{{Sfn|Levine|1994|p=72}}
 
=== Relacionamentos ===