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Martim Afonso não saiu de seu país apenas como um explorador, mas sim como um governante. Entre suas principais funções como ''[[capitão-mor]] da esquadra e das terras descobertas'' estava a tarefa de praticar justiça em nome do rei, designar funcionários — tais como oficiais de justiça, capitães e [[Tabelião|tabeliães]] — e repartir [[sesmaria]] com intuito de colonização. Portanto, foi o primeiro governador da América portuguesa. Por dois anos, ele percorreu o litoral atlântico desde [[Pernambuco]] até [[Uruguai]] e enviou grupos de exploração para a costa do [[Região Nordeste do Brasil|nordeste]] até o [[Maranhão]]; no sul, até o [[Rio da Prata]], onde colocou [[Padrão (Descobrimentos)|marcos territoriais]]. Com aquisição de conhecimentos advindos dessas viagens, designou uma excursão ao Rio de Janeiro em 1531, a qual retornou com informações de que havia [[ouro]] e [[prata]] no interior e na região de [[Cananéia]], litoral sul da [[São Paulo de Piratininga|Vila de São Paulo de Piratininga]].{{Sfn|Neves|2007|p=44}}
 
== Ciclos econômicos ==
 
=== Fundação da vila de São Vicente e o início do ciclo da cana-de-açúcar ===
{{Artigo principal|Ciclo da cana de açúcar}}[[Ficheiro:Benedito Calixto de Jesus - Fundação de São Vicente, Acervo do Museu Paulista da USP.jpg|miniaturadaimagem|289x289px|[[Fundação de São Vicente (Benedito Calixto)|''Fundação de São Vicente'' (Benedito Calixto)]]]]
 
Foi no dia [[22 de janeiro]] de [[1532]] em que Martim Afonso de Sousa fundou a primeira [[vila]] da América portuguesa, a vila de [[São Vicente (São Paulo)|São Vicente]], dando início ao povoamento sistemático do território (e onde ocorreu a primeira eleição do continente americano), à instalação de estabelecimentos governamentais e à distribuição de sesmaria. Portanto, com as favoráveis condições naturais (o clima e o solo produtivos), a experiência obtida pelos portugueses com sua produção na [[ilha da Madeira]] e nos [[Açores]], além do grande valor que o açúcar possuía na [[Europa]], visto ser uma especiaria de luxo, iniciou-se o processo de cultivo da [[cana-de-açúcar]]. Com intuito de alavancar esse novo setor econômico, Martim Afonso de Sousa deu ordem para a construção de um pequeno [[Engenho de açúcar|engenho]] movido à água no centro da Vila, um dos primeiros do Brasil;<ref name=":2">{{Citar web |url=http://economia-acucareira-e-mineradora.html/ |titulo=Economia açucareira e mineradora - educação |acessodata=2021-04-07 |website=História - educação}}</ref> posteriormente, cerca do ano de 1534, foi construído o [[Engenho dos Erasmos]], grande impulsador da atividade econômica,<ref>{{citar web |ultimo=Christofoletti |primeiro=Rodrigo |ultimo2=Müller de Mello |primeiro2=André |URL=http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao47/materia03/ |título=MONUMENTO NACIONAL RUÍNAS ENGENHO SÃO JORGE DOS ERASMOS – entre a teoria e a prática preservacionista |data=abril de 2011 |acessodata=6 de abril de 2021 |publicado=Histórica - Arquivo SP |autor=}}</ref> sendo responsável por prosperar a [[Capitania de São Vicente]] e a cana-de-açúcar, a qual espalhou-se espalhou para outras capitanias do Brasil.<ref>Fabra, Carlos. São Vicente - Primeiros Tempos (1989).</ref> Assim, ao lado de [[Capitania de Pernambuco|Pernambuco]], a Capitania de São Vicente, apesar das dificuldade iniciais, prosperou com o cultivo da cana-de-açúcar, e esta passou a ser a mais importante atividade comercial da colônia, superando a extração de pau-brasil,<ref name=":2" /> e tornouSão Vicente já vendia açúcar e [[aguardente]] para outras capitanias brasileiras, inclusive exportava os produtos para o [[Reino de Portugal]]. Uma vez que a produção superava o consumo local, Martim Afonso de Sousa deu início à criação de uma organização que comercializasse todo o excedente e que representasse os portugueses nas comercializações de venda e exportação dos produtos locais e na compra de produtos europeus. Ele também liberou a edificação do primeiro trapiche alfandegário do Brasil (porto que realizava transações comerciais entre os navios que chegavam à região), o Porto das Naus.<ref name=":3" /><ref>{{Citar web |url=https://www.jornalvicentino.com.br/sao-vicente/porto-das-naus-pode-ganhar-museu-da-historia-dos-portos-brasileiros/ |titulo=Porto das Naus pode ganhar museu da história dos portos brasileiros |data=2010-05-17 |acessodata=2021-04-08 |website=Jornal Vicentino |lingua=pt-BR}}</ref> Devido a todos esses feitos, a Capitania se tornou um modelo de prosperidade no novo território colonizado. Tal progresso causou impacto em [[Lisboa]] e estimulou a Coroa a adotar o sistema de [[Donataria|donatarias]] ainda naquela década e muitas família se mudaram para a colônia.{{Sfn|Neves|2007|p=47}} Inicialmente, a posse das terras era temporária em alguns casos, e o [[donatário]] poderia desfrutar dela somente no momento em que a cultivasse; na medida em que o proveito fosse eficiente e desse resultados, o responsável recebia o título definitivo de proprietário.<ref name=":3">{{Citar web |url=https://www.saovicente.sp.gov.br/publico/noticia.php?codigo=82 |titulo=Agricultura e Mercantilismo - |data=12 de janeiro de 2017 |acessodata=2021-04-04 |website= |publicado=Prefeitura Municipal São Vicente}}</ref>
 
No início do século XVII, o Brasil já era o principal provedor de açúcar do planeta e, nas palavras William Glade, tinha "superado as especiarias asiáticas como os elementos principais do comércio anglo-português e as exportações brasileiras eram igualmente conhecidas no continente europeu".<ref>Glade, William P. op. cit., p. 162</ref> Porém, conforme o século se encerrava, a exportação foi perdendo forças; isso não foi devido à baixa tecnologia do Brasil — pelo contrário, o custo do produto no território era 30% abaixo do que aquele produzido no Caribe —, mas sim por causa do aumento da oferta do açúcar nas colonias inglesas, holandesas e francesas, as quais, por conseguinte, usufruíam de um acesso prioritário aos respectivos comércios dos países colonizadores.{{Sfn|Baer|2002|p=35}}