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Na avaliação do consulado americano no Recife, a falta de resistência no reduto esquerdista de Pernambuco ocorreu devido ao isolamento físico do estado, rápida ação do QuartoIV Exército e falta de disposição à resistência na Polícia Militar e Partido Comunista.{{Sfn|Lara|2019|p=179-180}}
 
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=== Nordeste ===
{{VT|Operações militares no golpe de 1964#IV Exército|l1=A geografia#IV Exército}}
==== Reação dos militares no Nordeste ====
Às 03:00{{Sfn|Morel|1965|p=121}} da madrugada do dia 1 o General Justino recebeu um telefonema do Presidente, que alegou ter os outros três Exércitos sob controle e perguntou a situação do seu. Respondeu: "''O IV Exército está bem, de rigorosa prontidão, presidente".''{{Sfn|D'Aguiar|1976|pp=173-176}} Seus oficiais ficaram "''quase em risos''".''{{Sfn|Villa|2004|loc="A situação é calma"}}'' Já aguardava a publicação o manifesto contra Goulart.{{Sfn|Morel|1965|p=121}} O movimento de Mourão Filho tinha repercutido — o 15º RI aderiu assim que ouviu dele —{{Sfn|Pinto|2015|p=124}} e da noite de 31 a 1 tropas já tinham sido lançadas pelo interior do Nordeste. "''Ninguém pôde opor-se às armas do 4º Exército'', ''presentes por toda aquela vasta região do Brasil, como se seu destino grandioso as tivesse feito cair do céu.''"{{Sfn|Silva|2014a|pp=341-345}}
No IV Exército, as notícias da rebelião eram aguardadas ansiosamente. O comando manteve-se em silêncio, mas proibiu manifestações e ordenou a ocupação de estradas e pontos sensíveis. Essas medidas são interpretadas como um efetivo apoio ao golpe ou como uma atitude ambígua, composta de medidas já anteriormente discutidas com o ministro da Guerra e que, se o golpe perdesse, permitiram alegar que ele apenas obedecia à autoridade do ministro.{{Sfn|Faria|2013|pp=366 e 379}}{{Sfn|Conceição|2015|pp=82-84}} O manifesto de Mourão Filho após as 17:00 repercutiu, e assim que ouviu dele o 15º RI, em [[João Pessoa]], aderiu.{{Sfn|Pinto|2015|p=124}}{{Nota de rodapé|Manifestaram-se contra e foram presos somente um capitão e o veterinário.{{Harvnb|Motta|2003|p=156|loc=Tomo 6}}.}} Às 03:00 da madrugada{{Sfn|Morel|1965|p=121}} Goulart telefonou a Justino, alegando ter os outros três Exércitos sob controle e perguntando a situação do seu. O general respondeu: “''O IV Exército está bem, de rigorosa prontidão, presidente''”.{{Sfn|D'Aguiar|1976|p=173}} Segundo Justino, seus oficiais ficaram “''quase em risos''”.{{Sfn|Villa|2004|loc="A situação é calma"}} Da noite de 31 a 1 tropas já tinham sido lançadas pelo interior do Nordeste.{{Sfn|Silva|2014a|p=368}}
 
Às 09:00 da manhã, Justino publicou um manifesto aderindo à rebelião.<ref name=":41">[http://memoria.bn.br/docreader/029033_14/28458 Diario de Pernambuco, 02/04/1964]. Coleção Digital de Jornais e Revistas da Biblioteca Nacional. Consultado em 26 de agosto de 2020.</ref> Os oficiais oposicionistas já eram numerosos no Quarto Exército{{Sfn|Faria|2013|p=366}} e encontraram apenas alguns obstáculos. Os comandantes da [[10ª Região Militar|10ª RM]] e ID/7 não eram confiáveis, mas estavam fora e não puderam atuar.{{Sfn|D'Aguiar|1976|pp=174 e 176}} O general Franco Ferreira, comandante da [[7ª Região Militar|7ª RM]], preocupava os coronéis golpistas por sua lealdade ao governo e eles tinham a alternativa de prendê-lo. Porém, primeiro usaram da distração enquanto se certificavam de que seus subordinados não causariam dificuldade. Quando Ferreira percebeu que não tinha opções, aderiu.{{Sfn|Faria|2013|p=400-401}} Após a consolidação do golpe dentro do IV Exército, há menção a uma ordem de deslocamento da [[6ª Região Militar|6ª RM]], da [[Bahia]], ao sudeste em apoio à 4ª RM e II Exército.{{Sfn|Santos|2018|p=46}}
 
Na Marinha o almirante Dias Fernandes, do 3º Distrito Naval do Recife, aderiu apesar da expectativa de ser legalista.{{Sfn|Silva|2014a|p=369}} O 2º Distrito Naval, de [[Salvador]], também aderiu.{{Sfn|Faria|2013|p=335}} A [[Base Naval de Natal]], onde o motim da Marinha na Guanabara tinha tido repercussão, não reagiu graças ao controle da oficialidade.{{Sfn|D'Aguiar|1976|p=175}} Na Aeronáutica, o brigadeiro Homero Souto de Oliveira, da 2ª Zona Aérea, emitiu seu próprio manifesto depois da declaração conjunta do Exército e Marinha no Recife.<ref name=":41"/> O coronel-aviador Firmino, comandante da [[Base Aérea de Natal]], recusou-se a aderir e foi substituído.{{Sfn|D'Aguiar|1976|p=175}} Na [[Base Aérea de Fortaleza]], após uma reunião às 19:00 do dia 1, sargentos legalistas unidos a cabos e soldados, num grupo de 300 praças, muitos armados, buscaram o comandante exigindo um esclarecimento de sua posição. Dois capitães tentaram intimidá-los com uma tropa pequena, mas com metralhadoras. Não chegou a ocorrer confronto, e os sargentos foram depois investigados num inquérito.{{Sfn|Conceição|2015|pp=89-96}}
 
==== Pressão sobre os governadores ===
==== Pressão sobre outros civis ====
 
=== Velho ===
Às 03:00{{Sfn|Morel|1965|p=121}} da madrugada do dia 1 o General Justino recebeu um telefonema do Presidente, que alegou ter os outros três Exércitos sob controle e perguntou a situação do seu. Respondeu: "''O IV Exército está bem, de rigorosa prontidão, presidente".''{{Sfn|D'Aguiar|1976|pp=173-176}} Seus oficiais ficaram "''quase em risos''".''{{Sfn|Villa|2004|loc="A situação é calma"}}'' Já aguardava a publicação o manifesto contra Goulart.{{Sfn|Morel|1965|p=121}} O movimento de Mourão Filho tinha repercutido — o 15º RI aderiu assim que ouviu dele —{{Sfn|Pinto|2015|p=124}} e daDa noite de 31 a 1 tropas já tinham sido lançadas pelo interior do Nordeste. "''Ninguém pôde opor-se às armas do 4º Exército'', ''presentes por toda aquela vasta região do Brasil, como se seu destino grandioso as tivesse feito cair do céu.''"{{Sfn|Silva|2014a|pp=341-345}}
 
Com antecedência já tinham sido preparados o "Serviço-de-Superior-de-Dia" e a "Operação Enlace" para a "severa vigilância" em todos os espaços e o Plano de Capturas, com alvos já localizados.<ref name=":18" /> Na Operação Enlace patrulhas sairiam de cada cidade, encontrando-se no caminho. Para o Plano de Capturas havia um corpo especial com armas e viaturas próprias, "Os Intocáveis".{{Sfn|Silva|2014a|p=252}} Acionado, fez ao redor de mil prisioneiros incluindo [[Gregório Lourenço Bezerra|Gregório Bezerra]],{{Sfn|Silva|2014a|pp=341-345}} capturado numa operação na Zona da Mata Sul de Pernambuco.
 
O silêncio e a proibição de manifestações, ainda no dia 31, evidenciavam o alinhamento do IV Exército ao golpe, e quando às 08:15 do dia 1 o comando no Recife foi perguntado de seu posicionamento pela [[10.ª Região Militar|10ª RM]], a resposta foi a solidariedade a Mourão Filho.{{Sfn|Conceição|2015|pp=82-84}} A [[6.ª Região Militar|6ª RM]], na Bahia, já tinha se posicionado na noite.{{Sfn|Motta|2003|pp=124-125|loc=Tomo 1}} O manifesto do IV Exército e 3º Distrito Naval saiu às 09:00 da manhã, com a 2ª Zona Aérea emitindo o próprio.<ref name=":41">[http://memoria.bn.br/docreader/029033_14/28458 DiárioDiario de Pernambuco, 02/04/1964]. Coleção Digital de Jornais e Revistas da Biblioteca Nacional. Consultado em 26 de agosto de 2020.</ref> Os governadores de Pernambuco, Miguel Arraes, e de Sergipe, [[Seixas Dória]], foram presos e depostos. A forte mobilização da esquerda que se esperava apareceu só esporadicamente, como em [[Vitória de Santo Antão|Vitória do Santo Antão]]. No meio militar as reações foram mínimas, como na [[Base Aérea de Fortaleza]], e foram necessárias apenas substituições. Ao final chegaram a haver preparativos para um deslocamento da Bahia rumo ao sul.{{Sfn|Santos|2018|pp=45-46}}
 
==== Reações militares e políticas ====
Na Base Aérea de Fortaleza, após uma reunião às 19:00 do dia 1, sargentos legalistas unidos a cabos e soldados, num grupo de 300 praças, muitos armados, buscaram o comandante exigindo um esclarecimento de sua posição. Dois capitães tentaram intimidá-los com uma tropa pequena, mas com metralhadoras. Não chegou a ocorrer confronto, e um inquérito foi depois feito.{{Sfn|Conceição|2015|pp=89-96}} Os comandantes da 10<sup>a</sup> RM e ID/7 não eram confiáveis, mas estavam fora e não puderam atuar. O comandante da Base Aérea de Natal recusou-se a aderir e foi substituído. A Base Naval de Natal, onde o motim da Marinha na Guanabara tinha tido repercussão, não reagiu graças ao controle da oficialidade.{{Nota de rodapé|nota=Almério de Castro Neves, da 10ª RM, era parte do esquema governista mas de férias no Rio. Seus Majores Eraldo e Egmont, do 23º BC e 10º GO, eram golpistas. A RM caiu ao Cel Brígido Borba. Emir Omar Chaves, da ID/7, tinha atuação anticomunista mas era amigo de Goulart. Estava em Brasília. O Cel Av Firmino, da Base Aérea de Natal, foi substituído pelo Cel Av Lebre.}}{{Sfn|D'Aguiar|1976|pp=173-176}} No 15º RI manifestaram-se contra e foram presos somente um capitão e o veterinário.{{Sfn|Motta|2003|p=156|loc=Tomo 6}}
 
[[Petrônio Portella]], governador do [[Piauí]], recebeu à meia-noite uma comitiva do [[25º Batalhão de Caçadores|25º BC]], sendo informado das medidas de controle da cidade. A Polícia Militar foi dispersa pelos pontos sensíveis. O governador só não foi informado que com isso o Exército tinha uma companhia pronta para ocupar o quartel fracamente protegido da PM — e outra para seu [[Palácio Karnak|Palácio]]. Nove horas depois emitiu um manifesto contra o golpe — "''querem ensanguentar este País!''". Ameaçado de prisão pelo Exército, voltou atrás. "''Vereadores, secretários, líderes sindicais, líder camponês''" foram presos para "''apurar o envolvimento''", com tratamento normal.{{Sfn|Motta|2003|pp=116-119|loc=Tomo 6}}