Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Ziguratt (discussão | contribs)
Salvadorjo (discussão | contribs)
Linha 81:
 
:Também [[:Imagem:Karbala shrineofhusain.jpg]]. Obrigado. --[[User:Mschlindwein|Mschlindwein]] <sup>[[User talk:Mschlindwein|msg]]</sup> 22:18, 16 Agosto 2005 (UTC)
 
== Prussos ==
Na última semana não estive activo na wikipedia, daí não ter respondido até hoje.
 
Quanto ao caracter prusso, mais que protestantismo, acho que vem do espirito de crusada (teutónica, a luta contra o eslavo). Os nobres castelhanos (e portucalenses) do tempo da reconquista também tinham semelhante orgulho, pseudoespirito de sacrificio e devoção pelo militarismo. Ninguém acusaria "los Grandes d'España" de serem corruptos. O Estado é deles, já está tudo nas suas mãos dinásticas: quem rouba são os pequenos e mesquinhos que temem pelo futuro, que não sabem por que sorte chegaram ao Poder. Os Prussos são protestantes apenas porque os Polacos em perpétuo antagonismo com os Russos, continuaram católicos após a reforma, e porque aí os mercadores eram todos judeus (mais de 3 milhões em 1930). O protestantismo aí é um diferenciador que permite manter o espirito de crusada da elite "virtuosa" contra católicos e judeus. Não é um protestantismo genuino como o de Hamburgo e Amsterdão: os junkers detestam a democracia, as leis de mercado, a liberdade individualista e os judeus, como provaram no seu regime em 1870-1918, e novamente em 1932-1945. O território dominado directamente pelos Junkers era pobre e atrasado tal como os países católicos. Só a renânia e o ruhr que os ingleses lhes deram para limitar o poder da França em 1815 é que permitiu à Prússia ser um Estado forte. Sem o comércio e indústria da renânia os aristocratas conservadores prussos e o seu reino ficariam na história como outro estado atrasado, como a Russia, Espanha e Portugal. Se no fim do século XIX pusesses sob controlo dos aristocratas portugueses manchester e liverpool, Portugal seria uma Grande Potência, mas ainda assim Portugal propriamente dito seria atrasado, como aliás era quase toda a Prussia. Do mesmo modo a renania e o ruhr davam aos prussos o poder que eles sozinhos nunca teriam. Todo o drama da Alemanha entre 1870-1989 vem de ser um Estado cuja base (operários e classes médias) é das mais avançadas, competindo com Ingleses, Holandeses e Americanos, e as classes altas das mais atrasadas da Europa, comparavel às da Rússia Czarista, Espanha ou Áustrio-Hungria. Desse modo as ideias mais reaccionárias abusaram e preverteram as forças mais progressistas. O Protestantismo dos Prussos é um protestantismo falso: anti-democrático, anti-capitalista e anti-individualista. Deprivados da inquisição e outras eficazes máquinas de repressão desenvolveram outras técnicas de controlo social e repressão das classes médias judaicas e eslavas: o racismo, que nas terras prussas foi politica de estado.
 
Acho que tens razão em muitas coisas que dizes do catolicismo. Ainda ontem o Rocco Buttiglione dizia numa entrevista à Die Zeit que todos somos pecadores, e não faz mal ir-se contra o que consideramos Bem desde que se admita que pecamos ao mesmo tempo (e depois se faça a confissão, presumo). E que o Papa JP2 era contra a guerra no Iraque porque é como uma mãe e tem sempre de dizer que a guerra é má mesmo quando concorda. Típicas tiradas hipocritas católicas. Ainda bem que não sou baptizado, assim se achar que o catolicismo à Buttiglione é a "verdadeira religião" posso fazer como o Constantino e aceitar o baptismo no leito da morte! Absolução total: é como se fosse um aborto!
 
Herr Permaneder é um inútil, mas não será porque a sociedade hierarquizada, rigida e hereditária desse tempo lhe corta os prospectos de evolução pessoal e social? A Baviera sempre foi católica, mas "por acaso" quando em 1945 se livrou da tirania da sua alta nobreza (que se havia aliado aos nazis) tornou-se no mais rico Laender da Alemanha depois da cidade-estado Hamburgo. Aqui se vê bem qual é a chave da questão. Na minha opinião como sabes o protestantismo (liberal, individualista, democrático, capitalista, iluminista) é uma religião dos mercadores, criada por estes e que não os criou mas lhes deu um novo e grande impulso (a Holanda, Inglaterra, Hamburgo, Bremen, Lubeck, Genebra e Zurique já eram dominadas pelos mercadores antes da reforma); e o Catolicismo (conservador, elitista, autoritário, territorial, obscurantista) a religião dos aristocratas. É uma regra que se aplica em toda a Europa, excepto os Prussos, que eram nominalmente protestantes (ao mesmo tempo conservadores e autoritários) porque os polacos eram católicos porque os russos eram ortodoxos. Sem a nobreza opressora, o catolicismo é apenas um conjunto de rituais sem grande significado social, a meu ver. Daí o desenvolvimento das regiões católicas da Europa da Flandres a Lucerna e à Austria com a supremacia dos EUA e da URSS após 1945, a destruição das supremacias dos nobres e a imposição das democracias e capitalismo liberal-social pelos americanos como resposta à ameaça soviética. Em Portugal esse ancien regime só foi destruido em 1974 e ainda não passou suficiente tempo para se verem todos os resultados. Ainda se sente um clima de hierarquização rígida hereditária na sociedade portuguesa. No dia inevitável que "esses senhores" perderem os restos de influência que ainda têm, Portugal é um país rico... [[Usuário:Salvadorjo|Salvadorjo]] 23:30, 20 Agosto 2005 (UTC)