Idade do bronze atlântica

A chamada Idade do Bronze Atlântica foi um complexo cultural do período da Idade do Bronze na Europa pré-histórica mais intenso no período entre 1300 a.C.-700 a.C. aproximadamente, que inclui diferentes culturas principalmente na Grã-Bretanha, França, Irlanda, Portugal e Espanha. Foi marcada em especial por intensas trocas culturais e económicas entre o mundo Atlântico da Suécia ao Mediterrâneo.

Trocas comerciais editar

A Idade do Bronze Atlântica é marcada pelo intercâmbio económico e cultural que levou ao elevado grau de semelhança cultural exibido pelas comunidades costeiras do Norte de Portugal, Galiza, Armórica, Cornualha e Escócia. Como no uso de pedras fincadas em redor dos castros, como proteção contra a cavalaria, o estabelecimento de castros em promontórios, ou a arquitetura caracterizada pelas casas redondas.[1] Os contactos comerciais estenderam-se da Suécia[2] e Dinamarca ao Mediterrâneo.[1] O período foi definido por uma série de centros regionais distintos de produção de metal, unidos por um intercâmbio marítimo regular de alguns dos seus produtos. Os principais centros eram o sul da Inglaterra e a Irlanda, o noroeste da França e o oeste da Península Ibérica. [3] Os objetos relacionados a esta cultura são frequentemente encontrados formando tesouros, ou são depositados em áreas rituais,[4][5] geralmente em contextos aquáticos: rios, lagos e pântanos. Entre as peças mais notáveis pertencentes a este complexo cultural podemos citar os machados bifaciais de um anel,talão comprido e folha larga, espadas pistiliformes, as pontas de lança losângicas, os machados de bronze com encaixe e anel duplo, por vezes enterrados formando grandes tesouros na Bretanha e na Galiza e outras armas como albardas, escudos com entalhes em V e uma variedade de espadas de bronze — entre elas as de língua de carpa — geralmente encontradas depositadas em lagos, rios ou afloramentos rochosos;[6] e os equipamentos de festa das elites: espetos articulados para assar, caldeirões e ganchos de carne,[5][7] encontrados do centro de Portugal até a Escócia.[1]

Ver também editar

Referências

  1. a b c Cunliffe, Barry (1999). «Atlantic Sea-ways» (PDF). Revista de Guimarães. Especial. pp. 93–105. Consultado em 20 de setembro de 2011. Cópia arquivada (PDF) em 23 de setembro de 2015 
  2. Ling, Johan; Stos-Gale, Zofia; Grandin, Lena; Billström, Kjell; Hjärthner-Holdar, Eva; Persson, Per-Olof (2014). «Moving metals II: provenancing Scandinavian Bronze Age artefacts by lead isotope and elemental analyses». Journal of Archaeological Science (em inglês). 41. pp. 106–132. doi:10.1016/j.jas.2013.07.018 
  3. Europe Before History by Kristian Kristiansen Arquivado em 2016-05-08 no Wayback Machine
  4. Comendador Rey, Beatriz. Archaeopress, ed. «Space and memory at the mouth of the river Ulla (GALICIA)» (PDF) (em inglês). Consultado em 26 de abril de 2011 
  5. a b Cunliffe, Barry (2008). Yale University Press, ed. Europe between the oceans : themes and variations, 9000 BC-AD 1000. New Haven: [s.n.] pp. 254–258. ISBN 978-0-300-17086-3 
  6. Quilliec, Bénédicte T. (2007). «Vida y muerte de una espada atlántica del Bronce Final en Europa: Reconstrucción de los procesos de fabricación, uso y destrucción». Complutum (em espanhol). 18. pp. 93–107. Consultado em 10 de outubro de 2019 
  7. Bowman, Sheridan; Stuart Needham (2007). «The Dunaverney and Little Thetford Flesh-Hooks: History, Technology and Their Position within the Later Bronze Age Atlantic Zone Feasting Complex» (PDF). The Antiquaries Journal. 87. pp. 53–108. doi:10.1017/s0003581500000846. Consultado em 22 de setembro de 2011 
  Este artigo sobre história ou um(a) historiador(a) é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.