Leonel Moura

artista português

Leonel Moura (26 de dezembro de 1948, Lisboa) é um conceituado artista português cuja obra nos fins da década de 1990 passou da fotografia para a inteligência artificial e arte robótica. Desde então, o artista tem produzido vários Robôs Pintores e o Robotarium, um zoo para robots, o primeiro deste tipo no mundo. Uma das suas criações, o RAP (Robotic Action Painter) de 2006, é um robot que faz desenhos baseados em emergência e estigmergia, decide quando a obra está pronta e a assina. O RAP é exibido como instalação permanente no American Museum of Natural History em Nova York.

Leonel Moura
Leonel Moura
Nascimento 26 de dezembro de 1948
Lisboa
Cidadania Portugal
Ocupação artista

Colabora na revista Arte Opinião [1] (1978-1982).

Robots editar

ArtSbot (Art Swarm Robots), 2003, é composto por vários pequenos robôs autónomos, chamados Mbots, cada um equipado com sensores de deteção de cor, sensores de desvio de obstáculos, um microcontrolador e atuadores, para locomoção e manipulação de canetas. Os Mbots têm dois comportamentos distintos: o comportamento aleatório que inicia o processo ativando uma caneta, com base numa pequena probabilidade (geralmente 2/256), sempre que os sensores de cor detetam branco; e o comportamento de feedback positivo que reforça a cor detetada pelos sensores, ativando a caneta correspondente (uma vez que existem duas canetas, o círculo de cores é dividido em duas gamas - 'quente' e 'frio'). Com este processo, o conjunto coletivo de robôs gera composições em que a partir de um fundo aleatório surgem alguns aglomerados de cor.

RAP (Robotic Action Painter), 2006, trabalha sozinho, mas baseia-se nos mesmos princípios de emergência e estigmergia. Algumas melhorias, no entanto, produzem composições bastante distintas das do enxame ArtSbot. Algumas das novas habilidades são: determinar o comprimento e a forma de cada traço, a capacidade de decidir, de forma não linear, o momento de parar e a capacidade de assinar. Além disso, o RAP trabalha com seis canetas coloridas e os sensores RGB estão dispostos numa grelha de 3x3, o que permite detetar padrões locais e não apenas cores.

ISU, 2006, é muito semelhante ao RAP, mas consegue escrever letras e formar palavras. Desta forma, cria composições que se assemelham a algumas das obras letristas dos anos 1950 e ao automatismo. O Robotarium X é uma construção de vidro e aço em grande escala que abriga quarenta e cinco robôs diferentes, na sua maioria alimentados por energia fotovoltaica e totalmente autónomos.

RUR, o nascimento do robô

Em 2010, Leonel Moura cria uma nova versão da peça de teatro RUR com robôs.

R.U.R., Robots Universais de Rossum, é uma peça clássica escrita por Karel Capek na década de 1920, na qual a palavra ROBOT foi cunhada. Homens e robôs entram em confronto, resultando na extinção da humanidade e no surgimento dos robôs como uma nova espécie dominante. A peça sempre foi encenada com atores humanos travestidos de robôs. A nova versão de Moura exibe, pela primeira vez, robôs reais interagindo no palco com atores humanos.

RUR, o nascimento do robô, estreou em agosto de 2010 no Itaú Cultural, São Paulo, Brasil. Durante a edição de 2017 do The New Art Fest (Lisboa), o artista instalou o BeBot, uma colmeia de robôs-pintores demonstrando a ideia de arte autónoma futura.

Obras (impressas) editar

  • MOURA, Leonel et al. (2009) INSIDE [art and science], Lisbon, LxXL edition
  • MOURA, Leonel (2009) Robot Poetry, Coimbra, Water Museum edition
  • MOURA, Leonel (2009) RAP (Robotic Action Painter), Tavira, Tavira Museum Edition
  • MOURA, Leonel (2007) Robotarium, Lisbon, LxXL edition
  • MOURA, Leonel et al. Bioart - A new Kind of Art. Lisboa: Galeria Prates, 2005.
  • MOURA, Leonel e Pereira, Henrique Garcia. Man + Robots: Symbiotic Art. Villeurbanne: Institut d'Art Contemporain, Lyon/Villeurbanne, 2004.
  • MOURA, Leonel. Formigas, Vagabundos e Anarquia. Lisboa: (esgotado), 2003.
  • MOURA, Leonel et al. Architopia. Cascais: Utopia Biennial, 2002.
  • MOURA, Leonel. Impossibilité. Villeurbanne: Institut d'Art Contemporain, Lyon/Villeurbanne, 1995.

Referências

  1. Rita Correia (16 de maio de 2019). «Ficha histórica:Arte Opinião (1978-1982)» (PDF). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 22 de Maio de 2019 

Ligações externas editar

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