Margarida de Vilearduin

política

Margarida de Vilearduin (1266 – fevereiro/março de 1315) foi a filha de Guilherme II de Vilearduin, príncipe da Acaia, e de sua terceira esposa, Ana Comnena Ducena.

Margarida de Vilearduin
Nascimento 1266
Morte 1315 (48–49 anos)
Progenitores
Cônjuge Isnard de Sabran, Ricardo Orsini
Filho(a)(s) Isabel de Sabran
Irmão(ã)(s) Isabella of Villehardouin
Ocupação política

Biografia editar

Em ca. 1276, seu pai garantiu-lhe dois terços (16 feudos cavalheiriços) da Baronia de Ácova.[1] Após a morte de Guilherme II em 1278, por ele não ter filhos, devido ao Tratado de Viterbo, o título principesco passou para o rei da Sicília Carlos de Anjou, o sogro da irmã mais velha de Margarida, Isabel. Sua mãe Ana reteve apenas o domínio patrimonial dos Vilearduinos, a Baronia de Calamata e a fortaleza de Clemutsi, mas foi forçada a entregá-los em 1282 em troca de territórios em outros locais da Messênia. Margarida permaneceu sob a guarda de sua mãe até a morte de Ana em 4 de janeiro de 1286.[2]

Em 1304, ela reivindicou de seu cunhado, o príncipe Filipe de Saboia, um quinto do Principado da Acaia, mas foi rejeitada. Ela repetiu sua reivindicação, desta vez do principado inteiro, com a morte de sua irmã Isabela em 1312. A reivindicação de Margarida baseou-se em sua interpretação do Tratado de Viterbo, que estipulou a criação de um feudo, mas apenas para um descendente masculino de Guilherme II. Um documento posterior datado de 1344 também alega que Guilherme havia incluído em sue testamento a estipulação que Margarida herdaria de sua irmã, se a última morresse sem crianças, embora Isabela teve duas filhas. Além disso, quando Carlos de Anjou deu o Principado de Isabela em 1289, ele explicitamente limitou os herdeiro dela a seus próprios descendentes. Como J. Longnon comentou, os direitos dela sobre a Acaia eram "mais que duvidosos", e suas reivindicações foram novamente desconsideradas pelo suserano do principado, Filipe de Taranto, em favor da sobrinha dela Matilda de Hainaut e seu marido, Luís da Borgonha.[3]

De modo a ganhar apoio para suas reivindicações, em fevereiro de 1314 Margarida visitou a Sicília de modo a casar sua própria filha, Isabela de Sabran, com o infante Ferdinando de Maiorca, que, como um príncipe sem terra, estava ansioso para reivindicar o título principesco da Acaia. Ferdinando foi rapidamente apaixonou-se por Isabela — descrita pelo cronista catalão Ramon Muntaner como "a mais bela criatura que alguém poderia possivelmente contemplar" e "a dama mais sábia no mundo" — e o casamento foi celebrado em Messina em 14 de fevereiro de 1314 com grande pompa.[3] Margarida passou seus títulos e reivindicações para eles, e retornou para a Acaia, onde foi presa pelo bailio angevino Nicolau, o Mouro no Castelo de Clemutsi, onde morreu em fevereiro ou março de 1315.[4] Ferdinando invadiu a Acaia e tentou reclamar o principado de Luís da Borgonha, mas apesar de seu sucesso inicial, caiu na batalha de Manolada em julho de 1316 e o exército maiorquino retirou-se logo depois.[5]

Família editar

Margarida casou-se pela primeira vez em setembro de 1294 com Isnando de Sabran e teve uma filha, Isabel de Sabran, que casou-se com Ferdinando de Maiorca, filho de Jaime II. Isnando morreu em 1297.[6] Seu segundo casamento foi com o conde palatino de Cefalônia e Zacinto Ricardo I Orsini em 1299. O casal teve uma filha de nome desconhecido que morreu na infância.[7]

Referências

  1. Bon 1969, p. 105, 147–148, 394.
  2. Bon 1969, p. 137, 152–153, 156–157.
  3. a b Longnon 1949, p. 305.
  4. Bon 1969, p. 190–191.
  5. Bon 1969, p. 191–193.
  6. Bon 1969, p. 697.
  7. Bon 1969, p. 176, 697, 706.

Bibliografia editar

  • Bon, Antoine (1969). La Morée franque. Recherches historiques, topographiques et archéologiques sur la principauté d’Achaïe. Paris: De Boccard 
  • Longnon, Jean (1949). L'empire latin de Constantinople et la principauté de Morée (em francês). Paris: Payot