Evolução maxilar em peixes

etapa fundamental para a evolução dos vertebrados

O surgimento e evolução da maxila foi uma etapa fundamental para a evolução dos vertebrados. Essa estrutura surgiu em Gnatostomados, e possibilitou a abertura e fechamento da boca, contribuindo para o aparecimento de novos nichos e inovações no modo de vida, alimentação e comportamento dos peixes[1][2]. As maxilas superior e inferior são derivadas dos pares anteriores dos arcos branquiais, e ainda há diversas discussões acerca do seu surgimento.

A teoria serial, por exemplo, trata-se da origem da maxila a partir dos dois primeiros arcos branquiais. Nessa teoria, o primeiro arco branquial teria originado o arco mandibular, ou seja, as maxilas superior (palatoquadrado) e inferior (cartilagem de Meckel), e o segundo arco branquial formou o arco hioide[1].

Há diversos tipos de inserção de maxila (também chamados de suspensão), que surgiram ao longo da evolução dos Gnatostomados. A suspensão paleostílica é a encontrada nos agnatos, em que não há abertura e fechamento da boca. A suspensão euautostílica corresponde a estrutura maxilar mais basal, presente em Placodermi e Acanthodii, onde o arco mandibular não está conectado com o arco hioide. Ao longo da evolução dos peixes, surgiu a suspensão anfistílica, presente nos tubarões basais, onde o palatoquadrado está conectada com o crânio em diversos pontos. Já a suspensão hiostílica possibilitou uma maior abertura da boca, pois a mandíbula passou a se conectar mais com a hiomandíbula.[1]

O mecanismo de captura varia entre os diversos grupos de peixes, e estão relacionados com a morfologia do hioide. Em elasmobrânquios mais especializados em captura, por exemplo, a hiomandíbula é modificada para permitir a maior abertura da boca, enquanto os peixes sugadores apresentam estruturas hiomandibulares e bucais especializadas em sucção[3]. Nos tubarões que capturam as presas, por exemplo, a cartilagem de Meckel e o palatoquadrado podem ser projetados juntos, produzindo uma mordida ágil[2].

Referências

  1. a b c Kardong, KV. Vertebrados: anatomia comparada, função e evolução. Tradução de Claudia Lucia Caetano de Araujo, Idilia Vanzellotti, Patricia Lydie Voeux. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
  2. a b DeLaurier, A. Evolution and development of the fish jaw skeleton. WIREs Developmental Biology, e337, 2018.
  3. Wilga, CAD. Evolutionary divergence in the feeding mechanism of fishes. Acta Geologica Polonica, v. 58 (2), p. 113-120, 2008.