Fazenda Santa Rita (Valença)
A Fazenda Santa Rita era uma fazenda cafeeira do século XIX, localizada em um ambiente privilegiado pela natureza. Situada em um vale com montanhas em seu entorno e proximidades do Rio Bonito, ainda tem a vantagem de ter à sua frente a cachoeira de Santa Inácia.[1][2]
Fazenda Santa Rita | |
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Tipo | património histórico, quinta |
Geografia | |
Localização | Valença - Brasil |
Patrimônio | bem tombado pelo INEPAC |
Histórico
editarContexto Histórico
editarA Fazenda Santa Rita surgiu no período em que as minas de ouro de São João d'El Rey já não tinham mais recursos a serem extraídos. Seus mineradores então, já enriquecidos, começaram a procurar outras regiões e outras atividades que garantissem a lucratividade. Foi assim que eles migraram para o Vale do Rio Paraíba do Sul e iniciaram suas atividades agrícolas. O café e a distribuição de sesmarias impulsionaram ainda mais a migração.[2]
Fundação
editarEra originalmente parte da sesmarias concedida em 1814 à José Pereira dos Santos. Por volta de 1840, os irmãos Cipriano, Joaquim e Bernardo Gomes Figueira, oriundos do município de São João d’El Rey, compraram partes da sesmarias dos herdeiros de José Pereira dos Santos. A porção de terras adquirida por Cipriano passou a ser chamada de Fazenda Santa Rita do Rio Bonito e já produzia café, porém em uma escala pequena.[2]
Cipriano ampliou as plantações, construiu a nova casa, aumentou a produção de café adquiriu mais escravos e terras. Em 1856, Cipriano veio a falecer, ainda era jovem e solteiro sem filhos, ficando sua fazenda para seus sobrinhos. Seu irmão Bernardo assume a tutela de seus bens e ao falecer, a fazenda passa para sua filha Ana Umbelina que era casada com seu tio Joaquim, era muito comum os casamentos dentro da própria família como uma forma de preservar a fortuna. Uma vez que os filhos de Joaquim, sobrinhos de Cipriano e Ana, sobrinha de Cipriano por parte de Bernardo, eram os herdeiros, Joaquim assume os negócios, ampliando mais ainda a fazenda com a compra de sítios nos arredores.[2]
Ao falecer, Ana e seu filho Bernardino ainda continuam na administração da fazenda até o final do século, transferindo depois para Francisco Bernardo da Luz Figueira, filho de Bernardo Gomes Figueira. Após a morte de Francisco, a fazenda é dividida entre seus herdeiros.[2]
Em 1912, ela é adquirida por Brasílio Bressane, avô de Mariazinha Bressane, que foi adquirindo as outras partes da fazenda na década de 1980. À época a fazenda estava abandonada e ela foi recuperada e modificada para ser uma pousada, com elegantes suítes para dezoito hóspedes.[2]
Demolição
editarEm 2016, a fazenda foi adquirida por um advogado e a casa sede demolida. Como a edificação era tombada, o INEPAC deu queixa-crime na Polícia Civil.[3]
Conjunto Arquitetônico
editarA casa sede da Fazenda Santa Rita era um exemplar da arquitetura rural da época do apogeu do ciclo do café. Possuía planta no formato da letra 'L' (considerando a planta regular da casa e em anexo a tulha), à sua frente ficava o terreiro de secagem do café. Era uma edificação térrea, com porão alto, com telhado quatro águas, janelas de vergas retas, algumas no estilo guilhotina.[4][1] Pelas características do casarão, conclui-se que a fazenda foi utilizada somente para trabalho e não para fins sociais.[2]
Nos beiras de seu telhado, era possível identificar trechos com cimalha em madeira. Com relação à cobertura da antiga tulha, esta estava descaracterizada. As edificações sofreram sucessivas modificações para servir de moradia e depois também foi utilizada como um hotel.[1]
A senzala e o engenho que outrora existiram, já em 2008 não podiam mais ser identificados, pois não ficaram vestígios no local e não existe informação histórica sobre eles.[1]
Referências
- ↑ a b c d «Valença - Fazenda Santa Rita -ipatrimônio». Consultado em 7 de maio de 2021
- ↑ a b c d e f g Oliveira, Tania N. Kashiwakura (2008). «Inventário da Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense» (PDF). INEPAC - Instituto Estadual de Patrimônio Cultural em parceria com Instituto Light e Instituto Cultural Cidade Viva. Consultado em 7 de maio de 2021
- ↑ «Home». portal.newsnet.com.br. Consultado em 7 de maio de 2021
- ↑ «INEPAC». www.inepac.rj.gov.br. Consultado em 7 de maio de 2021