Fede Galizia (Milão, 1578 — Milão, 1630), mais conhecida como Galizia, foi uma pintora renascentista italiana, cuja arte englobava a temática de natureza-morta, retratos e quadros religiosos. É conhecida como pintora de natureza-morta de frutas, um gênero no qual ela foi uma das primeiras praticantes na Europa. Ela talvez não seja tão conhecida como outras artistas femininas, como Angelica Kauffman e Élisabeth Vigée Le Brun, porque não teve acesso a círculos sociais orientados para a corte ou aristocráticos, nem procurou o patrocínio particular de governantes políticos e nobres.[1][2][3]

Fede Galizia
Fede Galizia
Pseudônimo(s) Madonna Fitta de Milano
Nascimento 1578
Milão
Morte 1630 (51–52 anos)
Milão
Cidadania Ducado de Milão
Etnia Italianos
Progenitores
  • Nunzio Galizia
Ocupação pintora, artista
Movimento estético renascimento
Causa da morte peste

Biografia editar

Fede Galizia nasceu em Milão, provavelmente em 1578. O seu pai, Nunzio Galizia, também pintor de miniaturas, mudara-se de Trento para Milão. Fede (cujo nome significa “fé”) aprendeu a pintar com ele. Aos doze anos, era suficientemente talentosa como artista para ser mencionada por Gian Paolo Lomazzo, pintor e teórico da arte, amigo do seu pai, que escreveu: "Essa menina dedica-se a imitar o que há de mais extraordinário na nossa arte."

Ainda jovem, Galizia já era uma pintora de retratos consagrada, com muitas obras encomendadas. O seu pai pode ter-se inspirado para treinar a filha no exemplo da pintora Sofonisba Anguissola, natural de Cremona, a cerca de 80 quilômetros de Milão. Talvez tenha sido a influência de seu pai como miniaturista que levou Galizia a prestar mais atenção aos detalhes nos seus retratos. O seu tratamento das jóias e roupas fez dela uma pintora de retratos muito desejável. Muitas vezes, também era contratada para pintar temas religiosos e seculares. Várias das suas pinturas são baseadas na história deuterocanónica de Judite e Holofernes, um tema popular na arte do período, e sobrevivem em museus e colecções particulares. A mais antiga é provavelmente Judith com a Cabeça de Holofernes, pintada em 1596, quando a artista tinha apenas cerca de 18 anos, e onde se pensa que se auto-retratou, que agora está no Ringling Musuem of Art, em Sarasota, Flórida. Também criou miniaturas e retábulos para conventos. Galizia nunca casou nem teve filhos, e deixou os seus bens para uma prima, Anna Galizia, e um sobrinho, Carlo Henrico. Em 21 de Junho de 1630, fez o seu testamento e acredita-se que tenha morrido de peste pouco depois, em Milão.[4]

Referências

  1. Fortunati, Vera; Pomeroy, Jordana; Strinati, Claudio (2007). Italian Women Artists: from Renaissance to Baroque. Milan: Skira. p. 173. ISBN 978-88-7624-919-8 
  2. Harris, Ann Sutherland (1976). Women artists, 1550-1950. Nochlin, Linda, Los Angeles County Museum of Art First ed. Los Angeles: Los Angeles County Museum of Art. ISBN 0-394-41169-2. OCLC 2542396 
  3. de Girolami Cheney, Liana (primavera de 1998). «Review of Fede Galizia. by Flavio Carioli». The Sixteenth Century Journal. 29 (1): 84–86 – via JSTOR 
  4. Fortunati, Vera; Pomeroy, Jordana; Strinati, Claudio (2007). Italian Women Artists: from Renaissance to Baroque. Milan: Skira. p. 173. ISBN 978-88-7624-919-8