Felipa Maria Aranha

Felipa Maria Aranha (Costa da Mina, c. 1720 - Confederação do Itapocu, c. 1780) foi uma líder quilombola da região do baixo rio Tocantins, no Pará, principal responsável pela organização do quilombo do Mola e da Confederação do Itapocu.[1]

Felipa Maria Aranha
Felipa Maria Aranha
Nascimento 1720
Costa da Mina
Morte 1780
Cidadania Gana, Brasil

Sua resistência às incursões dos senhores de escravos e às tropas portuguesas é memorável entre os remanescentes quilombolas e à comunidade negra brasileira.[2][3]

Biografia editar

Possivelmente proveniente da Costa da Mina[1], Felipa Maria Aranha nasceu entre os anos de 1720 e 1730. Teria sido capturada, ainda na juventude, por volta de 1740, e vendida como escrava para a praça de Santa Maria de Belém do Grão Pará.

Enviada à localidade de Cametá, foi trabalhar em uma fazenda escravagista de plantação de cana-de-açúcar. Não se sabe como conseguiu escapar, porém, com centenas de outros negros, conseguiu formar um dos maiores e mais bem estruturados quilombos do Brasil, o Mola, nas cabeceiras do igarapé Itapocu, no território de Cametá.

O quilombo por ela liderado ostentava um alto grau de organização política, social e militar[4], sendo um dos maiores modelos de resistência[5] à escravidão que a historiografia já encontrou.[6]

Sua liderança militar conseguiu expulsar as forças portuguesas e as várias incursões de capitães do mato. Detinha também grande capacidade política, pois conseguiu estruturar uma entidade composta por cinco quilombos, a Confederação do Itapocu[7], que empreendeu severas derrotas às forças escravagistas[1].

Referências

  1. a b c PINTO, Benedita Celeste de Morais. «Escravidão, Fuga e a Memória de quilombos na Região do Tocantins». Revistas Eletrônicas da PUC-SP. Consultado em 25 de março de 2016 
  2. PINTO, Benedita Celeste de Morais. «História, Memória e Poder Feminino em Povoados Amazônicos» (PDF). Anais Eletrônicos - Encontro Nacional de História Oral - 2012. Consultado em 25 de março de 2016 
  3. MOURA, Clóvis. Dicionário da escravidão negra no Brasil. São Paulo: EdUSP, 2004. p. 47
  4. Sobre Tucuruí - sítio amazonia.altervista.org
  5. PINTO, Benedita Celeste de Morais. «Mulheres Negras Rurais: Resistência e Luta por Sobrevivência na Região do Tocantins (PA)» (PDF). XXVI Simpósio Nacional de História. Consultado em 25 de março de 2016 
  6. GOMES, Flávio dos Santos. No labirinto dos rios, furos e igarapés: camponeses negros, memória e pós-emancipação na Amazônia, c. XIX-XX. [S.l.]: História Unisinos, 2006. p. 282.
  7. Guimarães, José (2012). «Povoamento do Sul do Pará e Origens Históricas do Movimento Carajás». Debates da Juventude Carajás (entrevista). Teixeira de Souza, M. Belém