Figueira de Lorvão

freguesia do município de Penacova, Portugal

Figueira de Lorvão é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Figueira de Lorvão do Município de Penacova, freguesia com 28,32 km² de área[1] e 2370 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 83,7 hab./km².

Portugal Portugal Figueira de Lorvão 
  Freguesia  
Moinhos de Gavinhos
Moinhos de Gavinhos
Moinhos de Gavinhos
Símbolos
Brasão de armas de Figueira de Lorvão
Brasão de armas
Localização
Figueira de Lorvão está localizado em: Portugal Continental
Figueira de Lorvão
Localização de Figueira de Lorvão em Portugal
Coordenadas 40° 17′ 17″ N, 8° 21′ 07″ O
Região Centro
Sub-região Região de Coimbra
Distrito Coimbra
Município Penacova
Código 061302
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 28,32 km²
População total (2021) 2 370 hab.
Densidade 83,7 hab./km²
Código postal 3360-053
Outras informações
Orago S. João Baptista
Sítio www.jf-figueiradelorvao.pt

Além da sede, fazem parte da freguesia os seguintes lugares: Agrelo, Alagoa, Casqueira, Gavinhos, Granja, Golpilhal, Mata do Maxial, Monte Redondo, Sernelha, Telhado, Póvoa de Figueira.[3]

Localização da freguesia no Município de Penacova

Demografia

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A população registada nos censos foi:[2]

População da Freguesia de Figueira de Lorvão[4]
AnoPop.±%
1864 1 721—    
1878 1 790+4.0%
1890 1 958+9.4%
1900 2 062+5.3%
1911 2 094+1.6%
1920 2 167+3.5%
1930 2 014−7.1%
1940 2 392+18.8%
1950 2 397+0.2%
1960 2 448+2.1%
1970 2 397−2.1%
1981 2 529+5.5%
1991 2 597+2.7%
2001 2 840+9.4%
2011 2 737−3.6%
2021 2 370−13.4%
Distribuição da População por Grupos Etários[5]
Ano 0-14 Anos 15-24 Anos 25-64 Anos > 65 Anos
2001 460 409 1499 472
2011 363 304 1495 575
2021 221 248 1230 671

História

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Começou por se chamar freguesia de São João Baptista, sendo atribuído aos frades de Lorvão a origem do nome da localidade, tendo a maior parte do seu território passado a fazer parte do Mosteiro de Lorvão através de doações de particulares, no ano 967.

Administrativamente, chegou a pertencer ao concelho de Coimbra, tendo passado, na primeira metade do século XIX, para o concelho de Penacova. A Igreja Paroquial de Figueira de Lorvão pertencia ao convento (em Lorvão), sendo que as monjas possuíam o privilégio de ali mandar administrar sacramentos sem licença do Bispo.

Pouco se sabe sobre o nascimento da povoação e quando foi elevada a sede de freguesia, não existindo documentos sobre o assunto.

Não se sabe muito acerca da sua história, mas podem encontrar-se vestígios bastante antigos como por exemplo a casa senhorial "Casa dos Cedros". Sabe-se que a zona foi ocupada por imigrantes da Galiza que trabalhavam na agricultura para o Mosteiro de Lorvão. Por esse facto, ainda hoje as pessoas dizem palavras com sotaque galego.

Existiam pessoas chamadas de recoveiras que aceitavam encomendas de bens que iam buscar à cidade de Coimbra. Existiu também um asilo, junto à Igreja, onde hoje é o centro da aldeia, que acolhia crianças pobres.

Nos últimos duzentos anos conheceu um grande progresso e é uma das poucas freguesias em que o número de habitantes tem crescido sempre, de forma regular. Em 1757 tinha 228 fogos e, por volta de 1870, esse número tinha subido para 400, chegando a 581, em 1950.[6]

Também, na localidade de Mata do Maxial, segundo lendas, existiram Mouros e ainda há locais chamados de "Cova da Moura" , que segundo a lenda, teria um túnel secreto que ligaria a aldeia a Coimbra, também terrenos pertencentes a um Rei, que não se sabe qual exatamente, daí haver zonas como "Curral das Éguas" e "Chãs Del Rey", nomes esses de origem galega.

Mata do Maxial com nomes como “Curral das Éguas e Chã d’El Rey” será que havia ali um “Paço Real”?

A questão foi colocada nos anos cinquenta pelo Padre Manuel Marques, numa das suas crónicas no Notícias de Penacova. A ser verdade, terá existido “na zona conhecida por Paços de El-Rei que fica na linha Mata do Maxial - Monte Redondo, mesmo ao lado da antiga estrada que do Carvalhal, seguia para Lapa Ruiva, Coimbra e Souselas.”

Conta ele que ainda em rapaz subira “ao alto do cabeço” e qual não foi o seu “espanto” quando encontrou “na extensão de muitos metros quadrados, num local inteiramente rústico e ermo, por entre o mato, uma profusão enorme de cacos e telhas mouriscas partidas.” Fosse o que fosse “ali houvera em tempos idos casas ou quaisquer construções cobertas de telha”-pensou.

De salientar também que “a planura do monte é artificial, não é abaulado, mas perfeitamente nivelado, lembrando um terreno páteo bastante amplo e o xisto à vista sem terra alguma a cobri-lo.”

“Mais tarde – conta Manuel Marques - vim a saber que se chamava Chafariz a uma localidade contígua aos Paços de El-Rei e que para o lado oposto, na vertente voltada para o referido lugar da Mata do Maxial, se denominava Curral das Éguas.”

Foi então que lhe veio veio à mente a ideia de que seria algo mais: “No cimo daquele monte com despenhadeiro para nascente e sul – topografia escolhida pelos castelos medievais – era possível que ali tivesse construído uma Pousada algum dos Reis de Portugal.”

Tratar-se ia dos Paços de El- Rei? Para Manuel do Freixo (pseudónimo com que assinava a crónica Casos & Coisas) as dúvidas acabaram quando, certo dia leu “o treslado do Foral que demarcava o Couto de Monte Redondo, do tempo de El Rei D. Manuel, salvo erro.” O original está na Torre do Tombo no chamado Livro dos Pregos. É que – recorda - “lá se dizia que a linha demarcatória das terras do referido Couto, saindo do marco de Agrelo para a crasta de Botão passava junto dos Paços que tem El-Rei ao lado de Monte Redondo”.

Economia

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A agricultura familiar é uma das principais fontes de rendimento da população, com destaque para a cultura da vinha e da oliveira. A floresta, com destaque para o pinheiro bravo, o eucalipto e a acácia, representa também um importante recurso económico. A pecuária, ao nível da produção caseira, é ainda um complemento para os agregados familiares.

No setor secundário predominam as pequenas empresas de construção e obras públicas, dando emprego a uma percentagem importante da população.

O setor terciário caracteriza-se essencialmente pelos serviços, existindo algum comércio.

A proximidade à sede de concelho, Penacova, e à cidade de Coimbra, permite que muitas pessoas aí trabalhem nas mais diversas áreas, o que é facilitado pelas boas vias de comunicação.[6]

Caracterização Física

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Figueira de Lorvão situa-se a apenas 5 km de Penacova, sede de concelho. É delimitada a Norte pela freguesia de Sazes do Lorvão, a Sul por Lorvão, a Este por Penacova, a Oeste por Souselas e Botão e a Sudoeste por Brasfemes.

Possui paisagens bastante bonitas, com montanhas de altitude média, sendo de destacar a existência de vários locais acolhedores, onde se podem apreciar as paisagens.[6]

Património e Serviços

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Em termos de património, na freguesia de Figueira de Lorvão existe:

  • Igreja Matriz de Figueira de Lorvão
  • Estátua do Imaculado Coração de Maria (na Serra de Gavinhos)
  • Núcleo de moinhos de vento de Gavinhos (um dos quais ainda em funcionamento)
  • Ruínas de alguns fornos de Cal (na zona de Sernelha)
  • Parque de merendas (na Serra de Gavinhos)
  • Azenhas "Moinhos de água" (Carvalhal da Mata do Maxial)

Existem também vários serviços, com destaque para a escola EB1 de Figueira de Lorvão e a Extensão de Saúde.[6]

Moinhos de Gavinhos

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São um dos ex-libris de Figueira de Lorvão e motivo de orgulho das gentes desta terra. No local, pode apreciar-se uma lindíssima paisagem para a Serra do Buçaco (a norte) e para a Serra da Aveleira (a Sudoeste). O complexo contém 14 moinhos de vento, dos quais 3 estão em condições de funcionamento, mas apenas um é realmente utilizado pelo único moleiro ainda em actividade.

Os moinhos de vento fazem parte da cultura do concelho de Penacova. Há muitos anos representavam uma importante fonte de riqueza e subsistência da população.

Perto do local existe também um pequeno campo de futebol, mesas de piquenique, uma torneira, grelhadores, um bar aberto apenas aos fins de semana e um parque infantil.

Deste complexo avista-se ainda outro complexo de moinhos, na Portela de Oliveira (já na Serra do Buçaco).

Coletividades e Instituições

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A freguesia tem um forte espírito associativo, atestado pela existência de várias associações. Destacam-se as seguintes:

  • APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental)
  • Centro de Bem Estar Social da Freguesia de Figueira de Lorvão
  • Associação de Agricultores e Filantrópica do Lugar de Figueira de Lorvão
  • Corpo Nacional de Escutas / Agrupamento 1316 - Figueira de Lorvão
  • Grupo Folclórico Danças e Cantares de Agrêlo
  • União FC
  • Associação de Agricultores e Melhoramentos de Gavinhos
  • Centro Popular de Trabalhadores de Sernelha
  • Centro Social e Cultural da Granja
  • Grupo Desportivo Cultural e Recreativo de Telhado
  • Grupo “ Mensageiros da Alegria”
  • Juventude Desportiva de Monte Redondo[6]
  • Associação de Moradores da Mata do Maxial

Referências

  1. «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013 
  2. a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos» 
  3. Câmara Municipal de Penacova
  4. Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
  5. INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  6. a b c d e Junta de Freguesia de Figueira de Lorvão

Ligações externas

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