Fliegerführer Atlantik

Fliegerführer Atlantik (em português: Comando de Aviação do Atlântico) foi um comando da Luftwaffe durante a Segunda Guerra Mundial que se dedicou à realização de operações no teatro de guerra da Batalha do Atlântico.

No começo da Segunda Guerra Mundial, em Setembro de 1939, a Luftwaffe era uma força aérea eficaz no cumprimento das suas missões, e contribuiu substancialmente para o sucesso das campanhas da Wehrmacht. Entre as duas guerras mundiais o alto comando militar alemão não realizou esforços para desenvolver a aviação naval. Assim, existia uma falta de aeronaves navais com as capacidades necessárias para varrer os mares em conjunto com a Kriegsmarine, tanto em missões de patrulha, abastecimento ou ataque contra embarcações aliadas. Em 1940, a Wehrmacht ocupava uma boa parte da Europa Ocidental e da Escandinávia. A Kriegsmarine e o seu comandante-em-chefe Erich Raeder viam isto como uma oportunidade para destruir as comunicações marítimas do Reino Unido, o último inimigo capaz de rivalizar contra os alemães. Eventualmente, depois de alguma disputa, a Kriegsmarine recebeu um comando de aviação denominado Fliegerführer Atlantik, que realizaria missões de interdição e reconhecimento.

Em Fevereiro de 1941, o Oberkommando der Luftwaffe (OKL) recebeu uma ordem de Adolf Hitler para formar um comando de aviação naval para apoiar as operações dos submarinos da Kriegsmarine na Batalha do Atlântico.[1] Embora relutante, o comandante-em-chefe da Luftwaffe, Hermann Göring, concordou com a formação de um comando de aviação especializado em operações navais que permaneceria sob o controlo operacional da Luftwaffe. Este comando ficou subordinado à Luftflotte 3, comandada então por Hugo Sperrle.[1] O comando tinha jurisdição sob todas as operações da Luftwaffe no Atlântico e apoiava os ataques da marinha contra embarcações aliadas no Oceano Atlântico, no Canal da Mancha e no Mar da Irlanda. O primeiro comandante deste comando foi Martin Harlinghausen.

O comando empenhou-se em várias operações e alcançou um sucesso considerável em 1941, aumentando as baixas dos comboios marítimos britânicos. O primeiro-ministro Winston Churchill referiu-se então ao Fliegerführer Atlantik e à sua principal arma de guerra, o Focke-Wulf Fw 200, como "o flagelo do Atlântico". Ainda assim, no final do ano de 1941 as contra-medidas aliadas criavam um ambiente cada vez mais difícil para as aeronaves de longo-alcance alemãs. As batalhas no Atlântico intensificaram-se em 1942 e em 1943 o comando solicitou incessantemente mais aeronaves e tripulações. Completamente envolvida em outras operações e em diversas frentes de guerra, a Luftwaffe não se podia dar ao luxo de enviar recursos para operações no Atlântico.

Por volta de 1944 o Fliegerführer Atlantik agiu meramente como uma força de protecção aérea para os submarinos no Golfo da Biscaia, contra o seu inimigo operacional, o Comando Costeiro da RAF. Por volta de Agosto de 1944 o Fliegerführer Atlantik e os submarinos já havia deixado de ser uma força eficaz. As aeronaves navais alemãs ainda realizaram alguns ataques aquando da Invasão da Normandia, contudo em Setembro o comando foi dissolvido, quando a frente alemã em França colapsou.

Referências

  1. a b National Archives 2000, p. 105.