Foed Castro Chamma

poeta, tradutor e ensaísta brasileiro

Foed Castro Chamma (Irati, 31 de março de 1927Rio de Janeiro, 12 de janeiro de 2010) foi poeta, tradutor e ensaísta brasileiro[1][2][3][4][5][6]. Conquistou vários prêmios nacionais, com destaque para o Bienal Nestlé de Literatura Brasileira (1984) por sua magistral obra Pedra da Transmutação[7][8][9][10][11]. Laureado poeta neomodernista[12]. Patrono da cadeira n° 9 da Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná (ALACS)[13][14] a mesma que há anos já o homenageia honrosamente através da criação do Concurso Literário Foed Castro Chamma[15][16][17][18].

Foed Castro Chamma
Foed Castro Chamma
Nascimento 31 de março de 1927 (97 anos)
Irati, Paraná
Morte 12 de janeiro de 2010 (82 anos)
Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupação Poeta
Tradutor
Ensaísta
Principais trabalhos
Magnum opus Pedra da Transmutação

Biografia editar

Nascido a 31 de março de 1927 em Irati, no Paraná, filho de Elias Chamma, de família sírio-libanesa,[19] e Zenaíde de Castro Chamma, lá vive até os 14 anos, quando a família se muda para o Rio de Janeiro[20]. Em sua juventude, é internado na Casa de Repouso Alto da Boa Vista, onde conhece Jorge de Lima e toma contato com a poesia moderna. Passa, então, a se dedicar à poesia, e em 1952 publica seu primeiro livro Melodias do Estio[20]. No mesmo ano, casa-se com Lúcia, e em 1953 nasce seu primeiro filho, Alfredo. Publica suas poesias em periódicos, e lança seu segundo livro, Iniciação ao Sonho, em 1955[20], ano em que nasce sua filha, Maria Alice. A partir de 1956, tem seus poemas publicados na coluna de Mário Faustino, denominada “Poesia/Experiência”, para o Suplemento Dominical do Jornal do Brasil[21], produções que constarão em seu terceiro livro, O Poder da Palavra[22], vencedor do Prêmio Olavo Bilac de Poesia do Distrito Federal em 1958, e publicado em 1959[20]. Nos anos seguintes, trabalha em seu quarto e quinto livros, Labirinto[23], de 1967, vencedor do Prêmio de Poesia Instituto Nacional do Mate, e Ir a ti, de 1969. É incluído na Antologia dos Poetas Brasileiros de 1967 organizada por Manuel Bandeira e Walmir Ayala[24]. Publica, em 1971, O Andarilho e A Aurora, compilado de seus três últimos livros[20]. Começa a trabalhar em seu poema magistral de 10.000 versos decassílabos, a obra intitulada Geometria da Sombra com a qual ganha o prêmio em 1° lugar do Concurso Jorge de Lima de Poesia (1982) como promoção do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas/CHLA e Pró-Reitoria de Extensão da UFAL, sendo publicado o livro, pela primeira vez, através da editora da Universidade Federal de Alagoas, em 1984, recebendo a fortuna crítica do destacado intelectual brasileiro Antônio Houaiss[25][26] que, nos anos 90, foi o ministro da Cultura durante o governo Itamar Franco; e finalmente, sob o título Pedra da Transmutação, com a mesma obra é vencedor do prêmio Bienal Nestlé de Literatura Brasileira pela editora Melhoramentos de São Paulo no mesmo ano[27][28]. Nos anos subsequentes, se dedica a estudar filosofia e escreve poemas para o volume Sons de Ferraria, de 1989, acrescido de paráfrases de Epigramas latinos da Idade Média, traduzidos do latim pelo autor[20]. Também traduz livros como Bucólicas de Virgílio (1998) publicada em 2009[29] e poemas de Adam Mickiewicz (2000)[20]. Publica Filosofia da Arte, livro de ensaios, em 2000, e no ano seguinte tem sua Antologia Poética publicada sob organização do crítico literário e amigo André Seffrin[30]. Em 2002, publica Ferraduras do Raio, seu segundo livro de ensaios. Traduz também A arte de amar, de Ovídio, publicado em 2009[31][32], e no ano seguinte falece, aos 82, no Rio de Janeiro[33].Possui ainda poemas inéditos, além de uma peça de teor social e uma compilação de cartas familiares intitulada Navio Fantasma[34]. Seu arquivo se encontra atualmente no Arquivo-Museu de Literatura Brasileira, na Fundação Casa de Rui Barbosa, em Botafogo, no Rio de Janeiro[35][36].

Obras editar

Poesias editar

  • Melodias de Estio (1952)
  • Iniciação ao Sonho (1955)
  • O Poder da Palavra (1959)
  • Labirinto (1967)
  • Ir a Ti (1969)
  • O Andarilho e a Aurora (1971)
  • Geometria da Sombra (1984)
  • Pedra da Transmutação (1984)
  • Sons de Ferraria (1989)
  • Antologia Poética (2001)

Ensaios editar

  • Filosofia da Arte (2000)
  • Ferraduras do Raio (2002)

Cartas editar

  • Navio Fantasma (1998)

Traduções editar

  • Histórias de Fantasmas, Espíritos e Demônios *Coletânea de supostos casos verídicos de possessão. Tradução por Foed Castro Chamma e Luiz Carlos Fagundes. (RJ, Livros do Mundo Inteiro, anos 80)
  • Poemas de Adam Mickiewicz (2000)
  • Bucólicas, de Virgílio (RJ, Calibán, 2008)
  • A arte de amar, de Ovídio (RJ, Calibán, 2009)

Obras com outros autores editar

  • Barcaça: Idéias & Presença (2007, cartas trocadas entre Olga Grechinski Zeni e Foed Castro Chamma de 1960 a 1989)

Referências

  1. «Foed Castro Chamma». Secretaria da Educação. Consultado em 15 de março de 2021 
  2. André Seffrin. «Foed Castro Chamma / Poesia e Labirinto». Jornal de Poesia. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  3. «Curiosidades». Academia Paranaense de Letras. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  4. Marco Lucchesi. «Poesia e Alquimia». Poesia. Jornal de Poesia. Consultado em 17 de fevereiro de 2022 
  5. Leontino Filho. «Foed Castro Chamma: a substância da coisa e seus efeitos». Jornal de Poesia. Consultado em 17 de fevereiro de 2022 
  6. Floriano Martins. «Foed Chamma: andarilho barroco e místico». Diário de Cuiabá. Consultado em 17 de fevereiro de 2022 
  7. «Foed Castro Chamma». ALACS. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  8. CHAMMA, Foed Castro.Pedra da Transmutação. São Paulo: Melhoramentos, 1984.
  9. «Jornal do Brasil (RJ) - 1980 a 1989 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  10. Carlos Newton Júnior. «Foed Castro Chamma / Pedra da Transmutação: A Alquimia da Palavra». Jornal de Poesia. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  11. César Leal. «Foed Castro Chamma / Pedra da Transmutação». Jornal de Poesia. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  12. O. Martins Gomes. «Foed Castro Chamma - Laureado poeta neomodernista». Revista UFPR - Artigos - PDF. Consultado em 15 de março de 2021 
  13. «Foed Castro Chamma». ALACS. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  14. «Cadeira N° 09». ALACS Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro Sul do Paraná. Consultado em 15 de março de 2021 
  15. «Concurso Literário Foed Castro Chamma». Prefeitura Municipal de Irati PR. Consultado em 15 de março de 2021 
  16. RSN. «"ALACS lança concurso literário comemorativo aos 10 anos"». Rede Sul de Notícias. Consultado em 15 de março de 2021 
  17. «III Concurso Literário Foed Castro Chamma». Falando de Trova. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  18. «Concurso Literário Foed Castro Chamma 2020». Prefeitura Municipal de Irati PR. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  19. Ruffatto, Luiz (1 de outubro de 2013). «Imigrantes na literatura brasileira». Buala. Consultado em 7 de junho de 2022 
  20. a b c d e f g «Jornal de Poesia - Foed Castro Chamma». www.jornaldepoesia.jor.br. Consultado em 29 de junho de 2021 
  21. «Jornal do Brasil (RJ) - 1950 a 1959 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 29 de junho de 2021 
  22. «Jornal do Brasil (RJ) - 1950 a 1959 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 29 de junho de 2021 
  23. «Correio da Manhã (RJ) - 1960 a 1969 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 29 de junho de 2021 
  24. «Poesia dos Brasis - Paraná - FOED CASTRO CHAMMA - www.antoniomiranda.com.br». www.antoniomiranda.com.br. Consultado em 29 de junho de 2021 
  25. CHAMMA, Foed Castro.Geometria da Sombra. Maceió: Universidade Federal de Alagoas, 1984. p11
  26. «Foed Castro Chamma». ALACS. Consultado em 15 de fevereiro de 2022 
  27. «Jornal do Brasil (RJ) - 1980 a 1989 - DocReader Web». memoria.bn.br. Consultado em 29 de junho de 2021 
  28. CHAMMA, Foed Castro.Pedra da Transmutação. São Paulo: Melhoramentos, 1984.
  29. «Notícias». Universidade de São Paulo. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  30. «André Seffrin-Biografia-Organizações». Grupo Editorial Global. Consultado em 18 de fevereiro de 2022 
  31. «Resenha: OVÍDIO. Arte de Amar. Tradução livre de Foed Castro Chamma. Rio de Janeiro: Calibán, 2009.». Google Acadêmico. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  32. «Ovídio. A Arte de Amar, tradução de Foed Castro Chamma». REDIB. Consultado em 16 de fevereiro de 2022 
  33. Irinêo Netto. «Foed Castro Chamma». Gazeta do Povo. Consultado em 15 de março de 2021 
  34. Poesia, Jornal da. «Jornal de Poesia - Foed Castro Chamma». www.jornaldepoesia.jor.br. Consultado em 29 de junho de 2021 
  35. «Série Arquivos Pessoais - Foed Castro Chamma». Governo Federal - Turismo. Consultado em 17 de fevereiro de 2022 
  36. «Série Arquivos Pessoais - Foed Castro Chamma». Fundação Casa Rui Barbosa. Consultado em 15 de março de 2021