Francisco Cesário Rodrigues Moacho

Francisco Cesário Rodrigues Moacho, (Campo Maior, 26 de Fevereiro de 1775 - São Julião da Barra, 31 de Maio de 1833) foi um boticário que desempenhou um papel relevante durante a Guerra Peninsular, ao promover um levantamento popular na vila de Campo Maior contra a presença das tropas francesas.

Em 1808, Moacho era um boticário com estabelecimento no Largo do Terreiro, e foi responsável pela vinda das tropas espanholas da Junta Revolucionária de Badajoz, que já se haviam rebelado contra os franceses.[1] Foi mais tarde agraciado, por carta patente de 7 de Agosto de 1813 do Príncipe Real D. João[2] "pelos serviços prestados no Verão de 1808 e no cerco da Praça de Campo Maior em 1811" com a “patente de Major graduado de milícias", "pelos feitos que praticou na defesa da Praça da vila “por ocasião da feliz restauração deste Reino”.[3]

A partir de Junho de 1811, muda-se para Lisboa onde passa a exercer funções de colaborador do então Ministro do Reino, D. Miguel Pereira Forjaz, Brigadeiro do Exército,[1] funções que exerceu até ao advento do Absolutismo. Com o regresso a Portugal de D.Miguel, em 28 de Fevereiro de 1828, e em clima de arbitrariedades de toda a ordem, reinicia-se a perseguição aos liberais.[4] Foi preso em Lisboa em 12 de Janeiro de 1828, e deu entrada no Forte de São Julião da Barra em 11 de Abril de 1828, onde viria a falecer em 31 de Maio de 1833.[5]

Referências

  1. a b Vieira, Rui Rosado (2017). «Campo Maior: A Revolução Patriótica de 1808 e a Repressão Política de 1824-1834» (PDF). Diputación Provincial de Badajoz. Revista de Estudios Extremeños. Tomo LXXIII (Número III): pp. 2685-2736. Consultado em 27 de novembro de 2023 
  2. Fonseca, Frei João Mariano de Nossa Senhora do Carmo (1912). Memória Histórica da Junta de Campo Maior ou História da Revolução desta Leal e Valorosa Villa. Elvas: Editor: António José Torres de Carvalho. p. 162 
  3. Acúrsio das Neves, José (1811). História Geral das Invasões dos Franceses em Portugal. Lisboa: Officina de Simão Thaddeo Ferreira. p. ACÚRCIO DAS NEVES, J. : História Geral das Invasões dos Franceses em Portugal, Tomo III, Cap. XXVII, pp. 347-348. 
  4. Lima, Hugo Pires de (1972). Processos Políticos do reinado de D. Miguel. Maço 20. Coimbra: Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. Procº. 24 
  5. Lopes, João Batista da Silva (1984). História do Cativeiro dos Presos de Estado na Torre de S. Julião da Barra de Lisboa, Durante a Desastrosa Época da Usurpação do Legítimo Governo Constitucional de Portugal. Lisboa: Publicações Europa-América