Francisco José Cabral
Francisco José Cabral (Vilarinho de Cotas, 28 de setembro de 1772 - Vilarinho de Cotas, 11 de maio de 1820), foi um escritor e poeta português do primeiro quartel do século XIX, autor de Elegias, sonetos e poesias populares.
Francisco José Cabral | |
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Nome completo | Francisco José Teixeira Cabral |
Nascimento | 28 de setembro de 1772 Vilarinho de Cotas, Reino de Portugal |
Morte | 11 de maio de 1820 (47 anos) Vilarinho de Cotas, Reino de Portugal |
Nacionalidade | Portuguesa |
Parentesco | Basílio Cabral Teixeira de Queirós (primo) |
Cônjuge | D. Francisca Baptista |
Ocupação | Escritor, Poeta, Farmacêutico |
Biografia
editarEra filho de António José Sampaio com Ana Maria Cabral, natural de Favaios.[1]
Sendo assim, por sua mãe, primo segundo de Basílio Cabral Teixeira de Queirós, destacado político e magistrado do século XIX; usavam ambos o sobrenome Cabral em homenagem a uma remota antepassada, Beatriz Álvares Cabral, natural de Belmonte e casada com Diogo Gonçalves Peixoto, que foi 1.º senhor de Penafiel de Sousa, no ano de 1429.[2][3]
Publicou apenas duas obras literárias, nos anos de 1816 e 1817, citadas por Inocêncio Francisco da Silva, no Tomo 2 do seu monumental Dicionário Bibliográfico Português.[4]
Sobre uma delas, a "Elegia à morte de Bento de Queiroz Pereira Pinto...", o autor do renomado dicionário corográfico de Pinho Leal, escrevendo em 1886, muitos anos depois da respectiva publicação, transcreveria alguns excertos, finalizando com um seu comentário:[5]
"Este bom cidadão, bom pai e esposoQue suspiros do peito nos arranca!
Mirrou-se aquella mão, que dadivoza,
A todos foi clemente, a todos franca"
Bonitos versos! Ainda hoje qualquer dos nossos poetas se ufanaria, assignando-os. (in Dicionário Corográfico Pinho Leal, Livro 11.º, p. 1352)
Além disso, foi autor de inúmeros improvisos poéticos, rapidamente conhecidos e disseminados entre a população da toda a região do Douro, que os repetia com frequência.[1]
Apesar de ter escrito uma "Apologia da Religião" e de ter falecido como católico, recebendo todos os sacramentos, teve na sua vida a reputação de professar "ideias avançadas" e de por vezes adotar tipos de comportamento algo "dissolutos".
Amizade com Bocage
editarTinha grande admiração pela obra e estilo de vida do poeta Bocage, com quem chegou a conviver, depois de uma viagem que expressamente fez a Lisboa, quando era muito jovem, com o único objetivo de conhecer o famoso poeta. Este recebeu Francisco José Cabral "com júbilo" e hospedou-o na sua casa "como pôde", durante vários dias em que reinou na residência do representante do arcadismo lusitano um ambiente boémio, ou libertino, de grande festa.[6]
Era um dos maiores proprietários na então freguesia de Vilarinho de Cotas, onde exerceu a profissão de farmacêutico. E foi retratado numa pintura a óleo, que ainda existia no ano de 1886, na posse de um parente distante.[7]
Casamento e descendência
editarCasou-se, cerca do ano de 1795, com Francisca Baptista, filha de André Baptista com Maria Dias, natural da freguesia de Medrões. (Depois de viúva, D. Francisca Baptista casar-se-ia 2.ª vez, sem geração, com José António da Veiga, comendador da Ordem de Cristo e da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa).
Do casamento de Francisco José Cabral com D. Francisca Baptista nasceram uma filha e um filho, que não deixariam sucessão.[1]
Obras publicadas
editar- Elegia à morte de Bento de Queiroz Pereira Pinto Serpe e Mello, Lisboa, 1816, 8.º de 15 páginas.[4]
- Apologia da Religião, Lisboa, 1817, 8.º de 14 páginas.[4]
Referências
editar- ↑ a b c Pinho Leal, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa de; Ferreira, Pedro Augusto (1873). Portugal antigo e moderno : diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal ... Décimo Primeiro Volume. Getty Research Institute. [S.l.]: Lisboa : Mattos Moreira & companhia. p. 1350, 1352, 1349 - 1350
- ↑ Anuário da Nobreza de Portugal, III, Tomo II. Lisboa: IPH - Instituto Portugês de Heráldica. 1985. pp. 397 – 398
- ↑ «Sentença a favor de Diogo Gonçalves Peixoto, senhor de Penafiel de Sousa, 1 de abril de 1429 - Arquivo Nacional da Torre do Tombo - DigitArq». digitarq.arquivos.pt. Consultado em 27 de junho de 2023
- ↑ a b c Silva, Inocêncio Francisco da (1859). «Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin. Diccionario Bibliographico Portuguez (Tomo 02: Letras C-Fr)». digital.bbm.usp.br. p. 402. Consultado em 27 de junho de 2023
- ↑ Pinho Leal, op. cit., p. 1352
- ↑ Pinho Leal, op. cit., pp. 1350 - 1351
- ↑ Pinho Leal, op. cit., p. 1352