Campanha presidencial de Heloísa Helena em 2006

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A campanha presidencial de Heloísa Helena em 2006 foi suportada pela Frente de Esquerda, coligação política formada nas eleições gerais brasileiras de 2006 por Partido Comunista Brasileiro (PCB), Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), caracterizada pela oposição à esquerda ao governo Lula (e consequentemente à tentativa de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva) e pelo não-alinhamento às demais frentes de oposição, como a da coligação PSDBPFL/DEM. A Frente de Esquerda apresentou a candidatura da então senadora Heloísa Helena para a Presidência da República em 2006.[1][2][3][4]

Campanha presidencial de Heloísa Helena
Eleição Eleição presidencial no Brasil em 2006
Candidatos Heloísa Helena (presidente)
César Benjamin (vice)
Partido PSOL
Coligação "Frente de Esquerda"
(PSOL, PSTU e PCB)

A Frente foi inicialmente proposta ainda em 2005 através de um manifesto lançado pelo PSTU durante o Fórum Social Mundial em Porto Alegre, RS. Depois de diversas discussões, entre elas a polêmica em torno da vice-presidência que terminou ocupada pelo sociólogo César Benjamin (a proposta do PSTU era que fosse ocupada pelo metalúrgico e sindicalista José Maria de Almeida) foi finalmente conformada em maio de 2006.[carece de fontes?]

Discussões programáticas editar

A constituição da frente se baseia em um programa que foi discutido entre as direções dos partidos que a conformam.[carece de fontes?]

A primeira base de acordo tem a ver com uma postura anti-imperialista. O texto comum defende a ruptura com o imperialismo e uma campanha contra o pagamento das dívidas externa e interna com base na campanha do Jubileu Sul:

A proposta de um novo projeto alternativo econômico e social exige mudanças estruturais que o capitalismo brasileiro nunca realizou e, nos marcos da globalização neoliberal, estão mais distantes do que nunca porque não poderão ser realizadas sem uma ruptura com a dominação imperialista".

Além disso, é incorporada uma avaliação da importância das lutas diretas:

Queremos disputar este espaço institucional, construir um polo de esquerda e eleger parlamentares. Mas consideramos que a campanha eleitoral, assim como os eventuais mandatos, deverão estar a serviço das lutas diretas dos trabalhadores, do povo pobre, das demandas democráticas, anti-imperialistas, ecológicas, enfim, contra todas as injustiças promovidas pelo capital contra a maioria do povo e a vida, porque as lutas diretas são determinantes para conquistar as mudanças favoráveis para a maioria do povo. São as lutas diretas as que podem fazer avançar realmente o país para o socialismo.

Por último, a questão da independência de classe em relação à burguesia (grandes empresários, banqueiros e latifundiários). Assim, essa frente eleitoral de esquerda não inclui nenhum partido ligado a estes setores e não aceita suas doações para a campanha.[carece de fontes?]

Reedições da coligação e tentativas editar

Desde 2006, tentou-se repetir a coligação formada, nas eleições nacionais, estaduais e municipais. Em 2010 não houve sucesso e,[5][6] apesar da proposição do PSTU, a composição de 2006 também não foi reeditada na eleição presidencial de 2014, principalmente pela pré-candidatura de Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).[3][7][1] A despeito da divergência no campo nacional, a coligação foi reeditada em três estados na eleição para governador, na Paraíba (abortada),[8] no Distrito Federal,[9] em Sergipe[10] e no Ceará.[11]

Em eleições municipais, a Frente de Esquerda foi em 2008 a opção preferencial quase que automática, no entanto, a mesma só ocorreu em 10 cidades em todo o país nas eleições seguintes, em 2012.[12]

Referências

  1. a b «PSOL trabalha pela frente de esquerda». PSOL. 24 de abril de 2014. Cópia arquivada em 30 de abril de 2014 
  2. Alessandra, Mello (10 de janeiro de 2014). «Partidos pequenos articulam frente de esquerda para as eleições 2014». Estado de Minas 
  3. a b Arruda, Roldão (16 de dezembro de 2013). «PSTU propõe frente de esquerda com PSOL e PCB». O Estado de S. Paulo 
  4. Stern, Johannes (18 de novembro de 2013). «Manobra de pseudo-esquerdas do Brasil em direção à frente eleitoral». www.wsws.org. World Socialist Web Site. Consultado em 22 de agosto de 2017 
  5. Rossi, Rafael (17 de março de 2012). «Erros que se repetem. Aonde vai a esquerda brasileira?». Recanto das Letras 
  6. «PSOL decide encerrar conversas com Marina Silva após aliança PV-PSDB no Rio». Bol Notícias. 21 de janeiro de 2010. Consultado em 25 de agosto de 2012 
  7. «"Socialismo com liberdade"?». PCO. 26 de janeiro de 2014. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2014 
  8. «PSOL, PCB e PSTU criam frente de esquerda para as eleições 2014». portalcorreio.uol.com.br. Portal Correio. 1 de maio de 2014. Consultado em 22 de agosto de 2017 
  9. «PSOL, PSTU e PCB lançam Frente de Esquerda no DF». PSTU. 23 de junho de 2014. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2014 
  10. «Frente de Esquerda apresenta projeto para eleições 2014». Infonet. 2 de julho de 2014. Consultado em 22 de agosto de 2017. Cópia arquivada em 6 de setembro de 2014 
  11. Livino, Neto (4 de julho de 2014). «Frente de Esquerda Socialista (PSOL,PSTU,PCB) inicia campanha com lançamento público do programa de governo». PSOL Ceará 
  12. «Resolução do Diretório Nacional do PSOL sobre balanço eleitoral de 2012». PSOL. 3 de dezembro de 2012. Cópia arquivada em 3 de julho de 2013 

Ligações externas editar