Fukushima

prefeitura do Japão

 Nota: Para outros significados de Fukushima, veja Fukushima (desambiguação).

Fukushima (福島県 Fukushima-ken?) é uma prefeitura do Japão localizada na região de Tohoku, na ilha de Honshu. A capital é Fukushima.

Japão Fukushima

福島県

Fukushima-ken

 
  Prefeitura  
transliterações em Japonês
 • Japonês 福島県
 • Rōmaji Fukushima-ken
Símbolos
Bandeira de Fukushima
Bandeira
Selo de Fukushima
Selo
Localização
Localização de Fukushima
Localização de Fukushima
País Japão
Região Tōhoku
Ilha Honshu
Administração
Capital Fukushima (cidade)
Governador Masao Uchibori
Características geográficas
Área total 13,782,76 km²
 • Área molhada  0.9%
População total (1 de outubro de 2017[1]) 1 882 481 hab.
Densidade auto hab./km²
Outras informações
Distritos 13
Municipalidades 59
Flor Nemotoshakunage (Rhododendron brachycarpum)
Árvore Olmo cinzento (Zelkova serrata)
Ave Papa-moscas (Ficedula narcissina)
Sítio www.pref.fukushima.lg.jp/site/portal-english/
Mapa da prefeitura de Fukushima
Castelo em Aizuwakamatsu

História editar

A prefeitura de Fukushima pertencia à província histórica de Mutsu. Esta região do Japão é também conhecida como Michinoku ou Ōshū.

Acredita-se que os primeiros habitantes de Fukushima tenham se estabelecido há mais de 100 mil anos, embora as evidencias mais concretas surjam apenas a partir de 10 mil anos atrás.

A Barreira Shirakawa a Bareira Nakoso foram construídas por volta do século V para proteger o Japão civilizado dos bárbaros do norte. A província de Mutsu surgiu com as Reformas Taika em 646.[2]

A região começou a ganhar importância nos séculos IX a XII como um dos centros da cultura budista. Vários templos de Fukushima foram erguidos nesta época.

No século XII, com o inicio do governo controlado pela casta dos guerreiros, estabeleceram-se às primeiras famílias (Ashina, Date e Soma) de guerreiros a controlar a região.

Mas tal domínio durou pouco. A guerra civil que varreu o Japão nos séculos 15 e 16 mudou o panorama do poder e Fukushima ficou sob controle de vários lordes, até que, com a ascensão dos Tokugawa ao poder, a família do Xogum colocou dois de seus membros na região, especificamente em Aizu e Shirakawa, para controlar todo o nordeste do pais.

Em particular, a família Matsudaira do feudo de Aizu foi sempre um aliado do Xogum até a sua queda em 1868 por causa da Restauração Meiji, marcada por incontáveis tragédias, como a do Byakkotai, a Tropa do Tigre Branco.

Depois desse período turbulento, o governo Meiji dividiu a região em três prefeituras (Fukushima, Wakamatsu e Iwasaki), que depois foram aglutinadas e deram origem à atual de Fukushima.

Atualmente, a prefeitura possui uma economia em expansão, aliando a modernidade das duas industrias de ponta com a tradição da sua cultura.[3]

Terremoto de 2011 e Acidente Nuclear em Fukushima I editar

 Ver artigo principal: Acidente nuclear de Fukushima I

Devido ao terremoto de 8,9 pontos na escala Richter, de 11 de março de 2011, que abalou a região de Tohoku e o tsunami que se seguiu logo depois,[4] a prefeitura sofreu danos substanciais e uma atenção especial. O terremoto abalou a estrutura da Central Nuclear de Fukushima I, causando um grave acidente nuclear.

Geografia editar

A prefeitura de Fukushima é a que se situa mais a sul da região de Tohoku, e a que mais perto está de Tóquio. Está dividida por cordilheiras de montanhas em três regiões (de Oeste para Este): Aizu, Nakadori, e Hamadori. A zona costeira de Hamadori, junto ao Oceano Pacífico, é a região mais plana e temperada, enquanto que Nakadori é o seu centro agrícola e onde se situa a capital, Fukushima; Aizu é montanhosa, com vários lagos e invernos rigorosos.

Cidades editar

Distritos editar

Fusões editar

Fusão de Tamura editar

A 1 de Março de 2005 as cidades de Funehiki, Ogoe, Takine, e Tokiwa, bem como a aldeia de Miyakoji, todas do distrito de Tamura, foram unidas, de forma a criar a cidade de Tamura.

Expansão de Aizuwakamatsu editar

A 1 de Novembro de 2004 a antiga aldeia de Kitaaizu do antigo distrito de Kitaaizu (dissolvido por esta fusão) fundiu-se na cidade expandida de Aizuwakamatsu.

Economia editar

 
Vista da cidade de Fukushima

A região costeira é, tradicionalmente, especializada na pesca e tem uma importância relevante na produção de energia eléctrica, particularmente através das suas centrais nucleares. As regiões mais altas baseiam sua economia na agricultura. A capital da região é particularmente vocacionada para a produção de software e dispositivos electrónicos. Em março de 2011, a prefeitura produzia 20,6% dos pêssegos do Japão e 8,7% dos pepinos.[5]


Cultura editar

Na guerra civil japonesa ocorrida no final do séc XIX, foram criadas em Fukushima varias divisões de guerreiros, quatro delas adotando o nome dos deuses Seiryu, Suzaku, Byakko e Genbu.

Justamente o Byakko-tai, ou “grupo Byakko” tinha como integrantes jovens com idade entre 16 e 17 anos.

Em determinado momento da guerra o Byakko-tai partiu para a batalha em defesa do castelo de Fukushima (Tsuruga-jo). Mesmo lutando bravamente, não tinham muita experiência e foram forçados a refugiarem-se numa montanha de onde os membros que se salvaram avistaram muita fumaça próximo ao Castelo e concluíram precipitadamente que o exército de Fukushima havia sido derrotado e que o Castelo fora incendiado. Escolheram então a morte pelas próprias mãos a serem capturados pelo inimigo.

Apesar de ter um final trágico, a história do Byakko-tai é sempre lembrada com muito orgulho pela bravura e dedicação destes jovens guerreiros.

Existe uma lenda que diz que um ogro, Adachigahara, andava pelas planícies que depois receberiam seu nome. As planícies de Adachigahara encontram-se perto da cidade de Fukushima.

Turismo editar

 
Monte Bandai
  • Aizuwakamatsu é o lugar onde ocorreu uma importante batalha da Guerra Boshin, duranteo qual dezenove menbros do Byakkotai cometeram o rital do seppuku (suicídio). Os seus túmulos no Monte Iimori são uma atração turística popular.
  • Kitakata é muito conhecido por seu lamen e por suas construções tradicionais bem preservadas, enquanto Ouchijuku, na cidade de Shimogo, preserva muitas construções de palhas do Período Edo.
  • O Monte Bandai, no Parque Nacional Bandai-Asahi, teve uma erupção em 1888, criando uma grande cratera e inúmeros lagos, incluindo o Lago de Cinco Cores (Goshiki-numa). A região é popular entre alpinistas e esquiadores.

Festivais e eventos editar

  • Festival de Nomaio de Soma - acontece entre 23 e 25 de julho[6]
  • Festival Waraji (わらじまつり Waraji Matsuri?) da cidade de Fukushima - ocorre na primeira semana de agosto[7]
  • Festival Aizu (会津まつり Aizu Matsuri?) de Aizuwakamatsu - acontece entre 20 e 25 de setembro[8]
  • Festival de Luta (けんか祭り Kenka Matsuri?) de Iizaka - acontece em outubro[9]
  • Festival das lanternas (提灯祭り Chōchin Matsuri?) de Nihonmatsu - ocorre entre 4 e 6 de outubro[10]
  • Exibição de bonecas de crisântemo (二本松の菊人形 Nihonmatsu no Kiku Ningyō?) de Nihonmatsu - acontece entre 1° de outubro e 23 de novembro[11]

Nativos célebres editar

  • Mazie K. Hirono, atual representante dos Estados Unidos e ex-governador do Havaí, nasceu na prefeitura de Fukushima em 1947 e se mudou para o Havaí em 1955.
  • Hideyo Noguchi, o médico que contribuiu no combate à sífilis e à febre amarela. O governo japonês criou o prêmio Hideyo Noguchi para a África, em sua homenagem. Foi concedido pela primeira vez em maio de 2008.[12]
  • Seishiro Okazaki (1890 – 1951) foi um lutador marcial nipo-americano e fundador do jujitsu Danzanryu. Nascido em Kakeda, Fukushima, ele migrou para o Havaí em 1906.
  • Junko Tabei (1939 – 2016), alpinista e primeira mulher a chegar ao cume do Monte Everest, em 1975

Ver também editar

Referências

  1. «福島県の推計人口». Fukushima Prefecture. Consultado em 8 de outubro de 2017 
  2. Takeda, Toru et al. (2001). Fukushima - Today & Tomorrow, p. 10. (em inglês)
  3. «Fukushimakenjin - História». Consultado em 9 de agosto de 2011. Arquivado do original em 18 de março de 2012 
  4. UOL - Terremoto de 8,9 pontos atinge o Japão e causa tsunamis
  5. Schreiber, Mark, "Japan's food crisis goes beyond recent panic buying", Japan Times, 17 de abri de 2011, p. 9. (em inglês)
  6. Soma Nomaoi Executive Committee. «THE SOMA NOMAOI. An English guidebook.». Consultado em 30 de junho de 2011. Arquivado do original em 17 de agosto de 2011  (em inglês)
  7. 福島わらじまつり実行委員会事務局. «わらじまつり» (em japonês). Consultado em 30 de junho de 2011. Arquivado do original em 4 de dezembro de 2011 
  8. 会津若松観光物産協会. «会津まつりガイド» (em japonês). Consultado em 30 de junho de 2011. Arquivado do original em 14 de janeiro de 2010 
  9. «けんか祭りの飯坂八幡神社» (em japonês). Consultado em 30 de junho de 2011 
  10. «二本松のちょうちん祭り» (em Japponês). Consultado em 30 de junho de 2011. Arquivado do original em 27 de setembro de 2011 
  11. 二本松菊栄会. «二本松の菊人形» (em japonês). Consultado em 30 de junho de 2011. Arquivado do original em 23 de julho de 2011 
  12. «Hideyo Noguchi Africa Prize» (em inglês). Consultado em 4 de agosto de 2011 

Ligações externas editar

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