Garcia V do Congo

Manikongo do Reino do Kongo de 1803 a janeiro de 1830

Garcia V (1763 - 1830) foi o manicongo (rei) do Reino do Congo entre 1803 e 1830. Em seu reinado o Congo entrou em decadência após anos de instabilidade política.

Garcia V
Manicongo (Não reconhecido)
Senhor de Quiganjo (Reconhecido)
Reinado 1803 - 1830
Coroação 1814
Antecessor(a) Henrique II
Sucessor(a) André II
Nascimento 1763
Morte 1830 (67 anos)
Casa Água Rosada

Biografia editar

Garcia de Água Rosada e Sardónia era membro da Casa de Água Rosada, cujos membros mesmo sem reclamar, tinham o título de "príncipes" e eram sediados em Quibango. Um destes príncipes foi Pedro de Água Rosada, regente entre a morte de Afonso V e ascensão de Henrique II. Garcia governou Quibango em oposição a Henrique II até sua morte em 1802/1803. Ele assumiu o trono logo após a morte de Henrique II.

Em carta a Luanda, datada de 6 de julho de 1803, ele pede um sacerdote para coroa-lo e reconhece-lo como governante legitimo do Congo. Entretanto, em 10 de agosto de 1803, o príncipe Dom Afonso, filho de Henrique II e de sua esposa, Isabel, é batizado na catedral de Luanda tendo o governador como seu padrinho. Afonso havia nascido em 21 de janeiro de 1794 e era reconhecido por alguns partidários como legitimo herdeiro ao trono. [1]

Em 1814 o governo finalmente enviou o padre capuchinho Luís de Assis para coroa-lo. Desde 1804 Garcia V se intitulava como único e absoluto rei, mesmo sem reconhecimento do governo colonial. Em sua coroação, foi reconhecido apenas como Senhor de Quiganjo, que era a única região governada de fato por ele. Em uma carta datada de julho de 1816, o padre Zonobe de Florença relata;

O Reino do Congo é agora governado por vários déspotas e o rei é um homem negro pobre sem poder que é obedecido apenas por um pequeno número, o missionário está exposto a ser roubado mesmo em a cabana do Rei .[2]

Garcia V passa a enfrentar, a partir de 1825, reivindicações de Dom André como legitimo rei. Garcia morre em 1830, fazendo de André II o único rei. Os restos mortais foram velados por Bernardo de Bugio e levados de São Salvador antes da coroação de André.

Referências

  1. Africa's urban past. David Anderson, Richard Rathbone. Oxford: [s.n.] 2000. OCLC 42454305 
  2. Leubuscher, Charlotte (janeiro de 1951). «Vers un paysannat indigène: Les Lotissements agricoles du Congo Belge. Rapport de Mission. Par G. Malengreau. Bruxelles: Inst. roy. colon, belge, 1949. Pp. 92. 85 frs. belges.». Africa (1): 75–76. ISSN 0001-9720. doi:10.2307/1156167. Consultado em 11 de junho de 2021