Giovanni Guerra (15441618 (74 anos)) foi um desenhista e pintor italiano de Módena que trabalhou em Roma, onde chegou provavelmente por volta de 1562[1], embora sua presença só esteja documentada a partir de 1583, quando ele afrescou três frisos com figuras alegóricas no Palazzetto Cenci, um projeto modesto para um patrono de pouco prestígio[2].

Giovanni Guerra
Giovanni Guerra
Nascimento 1544
Módena
Morte 29 de agosto de 1618 (73–74 anos)
Roma
Ocupação pintor, ilustrador

Para o cardeal Montalto (que depois seria eleito papa Sisto V), dedicou uma elaborada composição sobre o paraíso místico terrestre (em italiano: paradiso terrestre mistico), gravada com versos compostos para a ocasião; decorações para a Sala Grande do Palazzo di Sisto V alle Terme da Villa Montalto são também atribuídas a Guerra[3]: em 24 de abril de 1585, o cardeal foi eleito papa com o nome de Sisto V. No ano seguinte, Guerra recebeu uma importante encomenda, o primeiro projeto de Sisto, o afresco de uma escadaria que liga a Capela Sistina, no Palácio Vaticano, à Basílica de São Pedro. Nesta grande empreitada, ele se associou, a partir do início do ano seguinte, com o experiente Cesare Nebbia[4] e os dois continuaram a controlar o cada vez mais time de pintores nas vastas obras de decoração de Sisto V, especialmente no Salone Sistino da Biblioteca Vaticana (completada em 1589), na qual o par foi responsável pelo projeto e supervisão de uma miríade de assistentes[5]: Paul Brill Ventura Salimbeni, Giovanni Battista Ricci, Andrea Lilio, Orazio Gentileschi, Giovanni Battista Pozzo e Avanzino Nucci. Um projeto que Sidney J. Freedberg descarta como "um tema humanista prosaico num estilo acadêmico plano"[6]. Guerra pintou menos conforme o projeto caminhava, se concentrando em prover aos demais artistas seus designs, seu ponto forte, e não as cores, seu ponto fraco de acordo com seu primeiro biógrafo, F. Forciroli. Ele conseguiu angariar uma reputação como inventor de projetos, como a série de desenhos sobre a história de Judite (atualmente na Biblioteca Avery]], na Universidade de Colúmbia)[7].

Guerra também forneceu os desenhos para a "Iconologia" de Cesare Ripa (1593) e outros para sua segunda edição romana, expandida, em 1603[8] que permaneceu em uso por pintores e desenhistas das artes decorativas por mais de um século. Seu próprio pequeno volume de emblemas gravados, Varii Emblemi hierogliphici, foram assinados como "Pittore e Invent". Mais de 300 desenhos de Guerra foram preservados no Louvre e na École nationale supérieure des Beaux-Arts de Paris.

Referências

  1. Segundo a hagiografia (Vita) escrita por F. Forciroli, c. 1618–20, citada por Stefano Pierguidi, "Giovanni Guerra and the Illustrations to Ripa's Iconologia" Journal of the Warburg and Courtauld Institutes 61 (1998, pp. 158-175) p. 160 e nota 10. (em inglês)
  2. Pierguidi 1998:160; a antiga família romana tornar-se-ia subitamente famosa em 1599 depois do sensacional julgamento do assassinato de Beatrice Cenci
  3. Mario Bevilacqua, "Della decorazione della Sala Grande del Palazzo alle Terme della Villa Montalto" in M. Fagiolo and M.L. Madonna, eds., Sisto V, i: Roma e il Lazio (Rome) 1993:724-26, citado em Pierguidi 1998:164 nota 31. (em inglês)
  4. Nebbia, with Girolamo Muziano, had frescoed the Vatican's Galleria delle Carte Geographiche (completada em 1580) para o papa Gregório XIII.
  5. Touring Club Italiano, Roma e Dintorni 1965:540
  6. Freedberg, Painting in Italy 1500-1600 3rd ed. 1993:656. (em inglês)
  7. "Erudite painter"; anotado por Pierguidi 1998:161
  8. Pierguidi 1998:158-175. (em inglês)
 
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