Glândula paratiroide
Glândulas paratiróides | |
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Sistema endócrino. (A glândula paratiróide não está representada na figura, mas está presente na superfície da glândula tiróide.) | |
Tiróide e paratiróide. | |
Latim | glandula parathyroidea inferior, glandula parathyroidea superior |
Gray | assunto #273 1271 |
Vascularização | artéria tireóidea superior, artéria tireóidea inferior, |
Drenagem venosa | veia tireóidea superior, veia tireóidea média, veia tireóidea inferior |
Inervação | gânglio cervical médio, gânglio cervical inferior |
Precursor | mesênquima da crista neural e endoderme da terceira e quarta bolsas faríngeas |
MeSH | Parathyroid+Glands |
As glândulas paratiroides são, tipicamente, quatro glândulas endócrinas que se situam posteriormente à glândula tiroide. Podem, por vezes, estar embebidas na mesma. As quatro podem ser descritas como um par de paratiroides superiores e um par de inferiores, atendendo à sua localização relativa.[1] É também comum a presença de mais do que quatro paratireoides, podendo existir seis ou mesmo oito. Estas glândulas produzem paratormona / hormona paratiroideia (PTH), a principal hormona da regulação da concentração de cálcio no sangue.
Anatomia e histologiaEditar
As glândulas paratiroides são assim nomeadas devido à sua proximidade com a glândula tiroide; contudo, exercem uma função independente da mesma. São glândulas histologicamente distintas, possuindo maior densidade celular que a tiroide, a qual é caracterizada por uma estrutura folicular. Já anatomicamente, torna-se difícil diferenciá-las da tiroide e do tecido adiposo circundante, tarefa necessária aquando de uma paratiroidectomia ou de uma tiroidectomia, por exemplo.
A irrigação sanguínea das paratiroides é feita sobretudo pelas artérias tiroideias inferiores, pela sua proximidade; no entanto, podem também receber irrigação das artérias tiroideias superiores, ou ainda das artérias tiroideia ima, laríngeas, traqueais ou esofágicas. A drenagem venosa faz-se para o plexo tiroideu. A drenagem linfática é feita para os gânglios cervicais profundos e para os paratraqueais.
Histologicamente, as paratiroides apresentam dois tipos de células: as principais e as oxifílicas. As células principais são menores e abundantes, e são elas que secretam a PTH. As células oxífilicas são maiores, mais eosinófilas (devido à sua abundância de mitocôndrias) e têm função desconhecida. Cada glândula é envolvida por uma cápsula própria, da qual se projectam feixes de tecido conjuntivo que dividem o interior da glândula em lóbulos.
Os dois tipos de células, principais e oxífilicas, são sustentadas por uma matriz de tecido conjuntivo reticular e adiposo.
Fisiologia e bioquímicaEditar
Estas glândulas sintetizam e libertam no sangue paratormona.
A função principal das paratiroides é manter o nível de cálcio no sangue dentro do estreito limite apropriado ao funcionamento dos sistemas nervoso e muscular. Receptores de cálcio na glândula são ativados quando este elemento atinge determinado nível, libertando a paratormona na corrente sanguínea.
A paratormona (PTH) é uma proteína pequena que participa no controlo da homeostase de cálcio e fosfato, e da fisiologia do osso. O seu efeito é antagónico ao da calcitonina: aumenta o nível de cálcio no sangue estimulando a quebra dos osteoclastos para libertar cálcio (destruição do cristal -apatite- do osso) ; aumenta a absorção de cálcio no intestino através da ativação da vitamina D; promove a reabsorção de cálcio nos rins. Tudo isso se traduz num aumento rápido e sustentado da quantidade de cálcio no sangue. Além disso, afeta a percepção de bem-estar, e a ausência de PTH pode estar associada a fadiga e ansiedade.
Influencia na concentração sanguínea de fosfato aumentando a excreção renal deste íon, pela diminuição da sua absorção nos túbulos renais.
EmbriologiaEditar
As paratiroides desenvolvem-se dos terceiros e quartos pares de bolsas faringeais embrionárias.
As células oxífilas se diferenciam apenas 5 a 7 anos após o nascimento.[2]
DoençasEditar
- Hiperparatiroidismo, pode ser primário com hipercalcemia ou secundário a aumentos crónicos do cálcio sanguíneo.
- Hipercalcémia -resultante de hiperparatireoidismo.
- Hipoparatiroidismo, pode ser primário com hipocalcemia ou secundário a diminuições crônicas do cálcio sanguíneo.
- Pseudohipoparatireoidismo, devido a resistência genética à PTH.
- Tumores da paratireoide -neoplasias da paratireoide.
Imagens adicionaisEditar
Referências
- ↑ Latarjet, Michel; Ruiz Liard, Alfredo (2004). Anatomía humana (em espanhol). 2 4ª ed. Buenos Aires: Ed. Médica Panamericana. p. 134. ISBN 978-950-06-1369-9
- ↑ Moore, Keith L. (2016). Embriologia clínica. Rio de Janeiro: Elsevier. p. 167. 1 páginas