Gregório Antunes foi pintor de óleo lisboeta, educado no gosto retardatário do maneirismo. Foi um dos fundadores da Irmandade de S. Lucas, criada em Lisboa no ano de 1602, e mestre professor de pintura de óleo recebendo na sua oficina sita na freguesia de Santa Justa, jovens aprendizes como o terceirense Francisco Ribeiro.

Vítor Serrão apurou para os anos de 1633 e 1634 a execução de três pinturas para a Igreja do Hospital de Jesus Cristo em Santarém, representando respectivamente João Afonso de Santarém distribuindo pão pelos pobres, Santa Ana e S. Joaquim e o Repouso na Fuga para o Egipto (estas duas desaparecidas), onde o pintor evidencia uma clara adopção do no novo figurino estético do naturalismo e tenebrismo proto-barroco por via espanhola, ainda que numa via secundária[1].

O mesmo historiador de arte admite-o como provável autor de dois painéis tenebristas do Tesouro da Sé de Lisboa e cita o exemplo da Chegada a Lisboa da Embaixada de Bolonha com as relíquias de São Vicente, que datou de cerca de 1630 estribando a atribuição na afinidade estilística perfilhada com a tela escalabitana. Igualmente, coloca na órbita da sua produção São Tiago Maior e Santa Clara vestidos de romeiros, hoje no Palácio Nacional de Sintra.

Referências

  1. Vítor SERRÃO, O Maneirismo e o Estatuto Social dos Pintores Portugueses, Lisboa, IN/CM, 1983, p. 122.