Guemesia é um gênero de dinossauros terópodes da família dos Abelissaurídeos, nativo da formação Los Blanquitos, do Noroeste da Argentina. Essa formação data do Cretáceo Superior, durante a idade Campaniana, há cerca de 84 a 71 milhões de anos. Até um momento, apenas uma espécie foi designada, a Guemesia ochoai. O nome do gênero homenageia o general Martín Miguel de Güemes, líder militar que teve grande importância durante a Guerra de Independência Argentina.[1]

Guemesia
Intervalo temporal: Cretáceo Superior
84–71 Ma
Taxocaixa sem imagem
Classificação científica edit
Domínio: Eukaryota
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Clado: Dinosauria
Clado: Saurischia
Clado: Theropoda
Família: Abelisauridae
Gênero: Guemesia
Agnolín et al., 2022
Espécies:
G. ochoai
Nome binomial
Guemesia ochoai
Agnolín et al., 2022

Este é o primeiro abelissaurídeo argentino descrito que não é nativo da Patagônia, e um dos menores, atingindo no máximo 3 metros de comprimento.[1]

Descoberta e Nomeação editar

O holótipo do gênero, IBIGEO-P 103, consiste em uma caixa craniana praticamente completa, e foi encontrado na porção sul do vale de Amblayo, próximo a cidade de Amblayo, departamento de San Carlos, Província de Salta, no Noroeste da Argentina. Os siltitos dessa localidade são parte da Formação Los Blanquitos, que datam do limite das idades Campaniano-Maastrichtiano, do Cretáceo Superior, de há cerca de 70 milhões de anos.[1] O nome Guemesia referencia Martin Miguel de Güemes, um importante militar que lutou durante a Guerra de Independência Argentina.

O epíteto específico G.ochoai, poderia ser o parente próximo dos ancestrais de um grupo de dinossauros sem braços.[2] Seu nome é em honra a Javier Ochoa, descobridor do espécime.[1]

Descrição e Paleobiologia editar

Assim como os outros abelissaurídeos, Guemesia era um terópode bípede e equipado com uma longa cauda, provavelmente dotado de adaptações para um modo de vida cursorial, semelhante a seus parentes. Infelizmente pouco pode se dizer a respeito de seu modo de vida e aparência, já que apenas fragmentos da caixa craniana são conhecidos.[1]

Paleoecologia editar

A Formação Los Blanquitos também preservou fósseis de um maniraptor, Unquillosaurus, e de titanossauros ainda não descritos.[3][1]

Classificação editar

Na descrição de Guemesia, uma análise filogenética foi realizada, levando em conta as mais recentes descobertas até o momento, porém um resultado um pouco diferente foi encontrado, onde Viavenator, tipicamente parte dos abelissaurídeos mais derivados, é encontrado como mais basal e Eoabelisaurus nem é parte dos abelissaurídeos. Já Guemesia cai em uma politomia com grande parte dos abelissaurídeos sul-americanos.[1]

As politomias e discordâncias entre as filogenias de abelissaurídeos são causadas pela escassez e estado fragmentário de grande parte dos fósseis. Cladograma por Agnolín et al, 2022:[1]

Abelisauridae

Spectrovenator

Rugops

Viavenator

Majungasaurinae

Rahiolisaurus

Arcovenator

Rajasaurus

Indosaurus

Majungasaurus

Brachyrostra

Skorpiovenator

Niebla

Llukalkan

Ilokelesia

Guemesia

Ekrixinatosaurus

Carnotaurinae

Carnotaurus

Aucasaurus

Abelisaurus

Referências

  1. a b c d e f g h Agnolín, Federico L.; Cerroni, Mauricio A.; Scanferla, Agustín; Goswami, Anjali; Paulina-Carabajal, Ariana; Halliday, Thomas; Cuff, Andrew R.; Reuil, Santiago (10 de fevereiro de 2022). «First definitive abelisaurid theropod from the Late Cretaceous of Northwestern Argentina». Journal of Vertebrate Paleontology (0): e2002348. ISSN 0272-4634. doi:10.1080/02724634.2021.2002348. Consultado em 17 de fevereiro de 2022 
  2. Ashworth, James; Museum, Natural History (26 de fevereiro de 2022). «Armless, but Not Harmless: Bizarre New Dinosaur Species Discovered in Argentina». SciTechDaily (em inglês). Consultado em 27 de fevereiro de 2022 
  3. «Fossilworks: Gateway to the Paleobiology Database». www.fossilworks.org. Consultado em 18 de fevereiro de 2022