Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro ou Hebe Mattos é uma historiadora e professora universitária brasileira. É especialista no estudo das relações socioculturais da escravidão, na sociedade fluminense do século XIX.

Hebe Mattos
Cidadania Brasil
Ocupação historiadora

Destacou-se pela atuação intelectual no cenário de Impeachment de Dilma Rousseff em 2016. Uniu-se e criou o grupo "Historiadores pela democracia", que resultou na publicação de Historiadores pela democracia: o golpe de 2016 e a força do passado.[1][2]

Biografia e formação

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Hebe Maria da Costa Mattos Gomes de Castro, conhecida simplesmente como Hebe Mattos, é graduada em História, pela Universidade Federal Fluminense. No final de sua graduação, concluída em 1980, participou de uma iniciação científica, onde estudou a escravidão na cidade fluminense de Silva Jardim.

O projeto de pesquisa lhe rendeu um tema para o mestrado, realizado também na Universidade Federal Fluminense, entre 1981 e 1985. A pesquisa do mestrado visava problematizar a dicotomia escravo/grande proprietário como elemento central para a sociedade brasileira oitocentista. Essa era a interpretação hegemônica desde as reflexões de Gilberto Freyre, em Casa Grande & Senzala.

No doutorado, Hebe Mattos analisou de maneira aprofundada a experiência da escravização e a invisibilidade dos ex-escravos no pós-Abolição. Foi orientada por Maria Yedda Leite Linhares, defendendo sua tese A Cor Inexistente: significados da liberdade no sudeste escravista. Brasil, século XIX, em 1993. Realizou pós-doutorado na University System of Maryland entre 1996 e 1997, na Universidade Estadual de Campinas entre 2000 e 2001 e na Sorbonne em 2008.[3]

Atuação

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Foi professora da Universidade Federal Fluminense, entre 1983 e 2017. Atualmente integra o quadro de docentes da Universidade Federal de Juiz de Fora. Já foi professora visitante da University of Michigan (1996), École des Hautes Études en Sciences Sociales (2004 e 2008), Stanford University (2009), Universidad de Santiago de Chile (2010), Universidade Federal de Pernambuco (2013) e Columbia University (2014).

A atuação acadêmica e intelectual de Mattos, para além da produção da especialista em escravidão e na experiência da escravização, possui um importante reflexo na conservação da cultura material e imaterial das populações quilombolas do estado do Rio de Janeiro. Desenvolveu trabalhos, em conjunto ao LABHOI (Laboratório de História Oral e Imagem, da UFF), que rendeu os filmes-documentários: Memórias do Cativeiro, 2005; Jongos, Calangos e Folias: Música Negra, memória e poesia, 2008; Versos e Catetes: O jogo do p na cultura afro-fluminense, 2009; Passados Presentes: memória negra no sul fluminense, 2011.[4][5]

Publicações

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Livros publicados:

  • Ao Sul da História: lavradores pobres na crise do trabalho escravo, 1987.
  • Das Cores do Silêncio. Os significados da liberdade no sudeste escravista (Brasil, séc. XIX), 1995.
  • Escravidão e Cidadania no Brasil Monárquico, 2000.

Livros organizados:

  • Resgate: uma janela para o Oitocentos, 1995.
  • Écrire l´Esclavage, Écrire la Liberté. Pratiques administratives, notariales et juridiques dans le societés esclavagistes et post-esclavagistes. Approche comparative (Brésil, Antilles, Lousiane), 2003.
  • Memórias do Cativeiro: Família, trabalho e cidadania no pós-abolição, 2005.
  • Pelos Caminhos do Jongo e do Caxambu. História, Memória e Patrimônio, 2009.
  • Tradições e Modernidades, 2010.
  • O Negro no Brasil. Trajetórias e lutas em dez aulas de história, 2012.
  • Diáspora Negra e Lugares de Memória, 2013.
  • Histórias do Pós-Abolição no Mundo Atlântico (três volumes), 2014.
  • História Oral e Comunidade. Reparações e culturas negras, 2016.
  • Esclavage et Subjetivité dans l?Atlantique luso-brésilien et français (xviie-xxe siècles), 2016

Referências bibliográficas

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  1. Tecnologia, Tray. «Historiadores pela democracia - Alameda Casa Editorial». www.alamedaeditorial.com.br. Consultado em 30 de dezembro de 2017 
  2. «Historiadores Pela Democracia». historiadorespelademocracia.tumblr.com. Consultado em 30 de dezembro de 2017 
  3. «Currículo Lattes». 27 de dezembro de 2017. Consultado em 30 de dezembro de 2017 
  4. «Laboratório de História Oral e Imagem». www.labhoi.uff.br. Consultado em 31 de dezembro de 2017 
  5. «Coletânea UFF LABHOI Passados Presentes». www.labhoi.uff.br. Consultado em 31 de dezembro de 2017