Hesíquio I, o Parta

Hesíquio I ou Húsico (em latim: Hesychius I[1] ou Husicus I[2]; em armênio: Հուսիկ Ա; romaniz.:Husik A), dito o Parto (em armênio: Պարթև; romaniz.:Part’ev), foi católico de 341/342 a 348. Era filho de Gregório, o Iluminador e esteve ativo no reinado de Tigranes VII (r. 339–350). Desposou uma filha do rei Tirídates III (r. 287–330) e teve dois filhos, Papas e Atanágines. Foi espancado até a morte sob ordens de Tigranes em 348 após um desentendimento numa igreja. Ele é reverenciado como um santo.

São Hesíquio I, o Parto
Católico de todos os armênios
Morte 348
Veneração por Igreja Apostólica Armênia
Portal dos Santos

Vida editar

Hesíquio era um dos dois filhos do católico Vertanes, filho de Gregório, o Iluminador.[3] Nasceu, foi educado e ordenado em Cesareia Mázaca na Capadócia.[4] Casou-se com filha do rei Tirídates III e teve dois filhos, Papas e Atanágines, pai do posterior Narses I.[5] Sucedeu seu pai como católico em 341[6] ou 342[7] e foi consagrado em Cesareia.[8] Certo relaxamento ocorre em relação à austeridade religiosa que prevaleceu sob seu pai, a quem Hesíquio, ligado ao Primeiro Concílio de Niceia, toma como estímulo ao vício e retorno do paganismo. Censurou Tigranes VII por proibi-lo de entrar numa igreja num dia de festa em 348; o rei o prendeu e espancou até a morte, assim como estrangulou o corepíscopo sírio Daniel (às vezes apresentado como sucessor de Hesíquio[7]) que ousou protestar.[9] Seus filhos, considerados "indignos do sacerdócio" de acordo com Fausto, o Bizantino,[10] "foram ambos abatidos no mesmo lugar", segundo Moisés de Corene.[11] Mais provavelmente, ambos recusam a sucessão de catolicossado[9] e são assassinados num banquete. [12] Farnarses de Astisata, um parente, então o sucedeu no trono católico.[13]

Ver também editar

Precedido por
Vertanes I, o Parta
Católico de todos os armênios
341/342 a 348
Sucedido por
Farnarses de Astisata

Referências

  1. Villotte 1714, p. 746.
  2. Moisés de Corene 1736, p. 394.
  3. Mahé 2007, p. 167.
  4. Hasratyan 1996, p. 116.
  5. Toumanoff 1990, p. 243.
  6. Grousset 1947, p. 132.
  7. a b Garsoian 2004, p. 86.
  8. Garsoian 2004, p. 88.
  9. a b Mahé 2007, p. 173.
  10. Fausto, o Bizantino século V, III.V.
  11. Moisés de Corene século V, III.XVI.
  12. Mahé 2007, p. 166.
  13. Grousset 1947, p. 133.

Bibliografia editar

  • Garsoian, Nina (2004). «The Aršakuni Dynasty (A.D. 12-[180?]-428)». In: Richard G. Hovannisian. Armenian People from Ancient to Modern Times, vol. I : The Dynastic Periods: From Antiquity to the Fourteenth Century. Nova Iorque: Palgrave Macmillan. ISBN 978-1-4039-6421-2 
  • Grousset, René (1947). Histoire de l'Arménie: des origines à 1071. Paris: Payot 
  • Hasratyan, Mourad Hasratyan (1996). «Affinités architecturales arméno-byzantines au haut Moyen Âge : l'exemple des basiliques mononefs». In: Nina Garsoïan. L'Arménie et Byzance : histoire et culture. Paris: Publications de la Sorbonne. ISBN 9782859443009 
  • Mahé, Jean-Pierre (2007). «Affirmation de l'Arménie chrétienne (vers 301-590)». In: Gérard Dédéyan. Histoire du peuple arménien. Tolosa: Éd. Privat. ISBN 978-2-7089-6874-5 
  • Moisés de Corene (1736). Mosis Chorenensis Historiæ Armeniacæ libri III. Londres: Tipografia de Charles Ackers 
  • Toumanoff, Cyril (1990). Les dynasties de la Caucasie chrétienne de l'Antiquité jusqu'au xixe siècle : Tables généalogiques et chronologiques. Roma: Edizioni Aquila 
  • Villotte, Jacques (1714). Dictionarium Novum Latino-Armenium ex Praecipuis Armeniae Linguae Scriptoribus Concinnatum. Roma: Tipografia da Sagrada Congregação da Propaganda de Deus