Honestiores e humiliores

classes sociais na Roma Antiga

Honestiores e humiliores foram duas grandes classes sociais e jurídicas que existiram no Império Romano tardio. Essas classes surgiram como duas grandes distinções de status social e jurídico entre aqueles que ocupavam cargos mais elevados (honores) e as pessoas mais humildes.[1][2][3] A divisão começa a se tornar aparente no final do século II d.C. [4]

Indivíduos que ocupavam posições nobres como senadores, equestres, decuriões ou outras posições superiores, possuíam maiores honras e eram conhecidos como honestiores.[5][6] Eles representavam cerca de 1% da população romana.

Humiliores eram as pessoas livres, incluindo escravos libertos (liberti), que detinham a cidadania romana sem terem alcançado os privilégios de cargos superiores. Peregrini (não-cidadãos livres que viviam dentro do império), [7] fazendeiros arrendatários e coloni [8] também eram considerados humiliores.

O Édito de Caracala, que concedeu da cidadania universal a todos os habitantes livres do império em 212 d.C., parece ter exacerbado a divisão entre as classes superiores e inferiores. À medida que os princípios de igualdade dos cidadãos sob a República Romana decaíam, os humiliores estavam cada vez mais sujeitos a penas legais mais severas, como castigos corporais ou humilhações públicas, anteriormente reservadas aos escravos.[9][10][11][12] Os Honestiores mantiveram os direitos que eram detidos por todos os cidadãos romanos durante a República, pelo menos em teoria, incluindo a liberdade de castigos corporais e capitais . [13] [14]

Paul B. Duff caracteriza a atitude da elite romana em relação aos humiliores como uma espécie de aversão considerando-os preguiçosos e desonestos. [15]

Referências editar

  1. McLynn 2009, pp. 482-483.
  2. MacMullen 2019, p. 192.
  3. Peachin 2011, p. 153.
  4. Ville Vuolanto, "Selling a Freeborn Child: Rhetoric and Social Realities in the Late Roman World," Ancient Society 33 (2003), p. 191.
  5. Perkins 2008, p. 5-6.
  6. Duff 2001, p. 18-21.
  7. Rohmann 2012, p. 1.
  8. Grubbs 2002, p. 10.
  9. Grubbs 2002, p. 12.
  10. Berger 2002, p. 490.
  11. Lapidge 2018, p. 24-29.
  12. Fleiner 2020.
  13. Sarris 2011, p. 29.
  14. Peachin 2011, p. 153–154, 475.
  15. Duff 2017, p. 173.

Literatura editar