Ilha de Gonçalo Álvares

A ilha de Gonçalo Álvares, também conhecida como ilha Gough (em inglês: Gough Island), é uma ilha vulcânica localizada 400 km a sudeste da Tristão da Cunha no Atlântico Sul. Sua superfície é de 65 km², e a elevação máxima de 910 m. Junto com a ilha de Tristão da Cunha é uma dependência de Santa Helena, um território ultramarino britânico. É um ponto extremamente remoto, pois, excluídas as outras pequenas ilhas desta mesma dependência, situa-se a 2700 km do cabo da Boa Esperança e a 3200 do ponto mais próximo da América do Sul

Ilha de Gonçalo Álvares
Gough Island, ilha Gough
Ilha de Gonçalo Álvares
Paisagem da ilha
Ilha de Gonçalo Álvares está localizado em: Oceano Atlântico
Ilha de Gonçalo Álvares
Coordenadas: 40° 19' S 9° 56' O

Mapa das Ilhas de Tristão de Cunha
Geografia física
Arquipélago ilhas Tristão de Cunha
Ponto culminante 910 m (Pico Endinburgh)
Área 91  km²
Geografia humana
População 0
Densidade 0  hab./km²

Mapa da ilha Gough/Gonçalo Álvares
Ilhas Gough e Inacessível 

Localização da ilha de Gonçalo Álvares (ou ilha Gough)

Tipo Natural
Critérios vii, x
Referência 740
Região Europa
País  Reino Unido
Coordenadas 40º 19' 29″ S, 9º 55' 43″ W
Histórico de inscrição
Inscrição 1995
Extensão 2004

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

Geografia e geologia

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A ilha de Gonçalo Álvares é um dos fragmentos emersos da divisão das placas africana e sul-americana provocada pela dorsal meso-atlântica, a cadeia montanhosa submarina que atravessa o oceano Atlântico de norte a sul. Nesta latitude, há uma confluência das águas frias procedentes da Antártida, que se encontram com as águas quentes procedentes dos trópicos. Estas condições garantem uma excepcional riqueza de vida marinha, que contrasta com a vegetação de pequeno porte, embora muito característica, castigada pelo frio, pela neve e por ventos e chuvas torrenciais.

História

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A ilha foi descoberta pelo navegador português Gonçalo Álvares em 1505. O primeiro desembarque documentado foi do mercador inglês Anthony de la Roché em abril de 1675 .[1] A denominação atual inglesa homenageia Charles Gough, que pensou tê-la descoberto em 1731.

População

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Não há população civil permanente em Gonçalo Álvares, sendo que a ilha é ocupada apenas por seis militares mantidos pelo governo da África do Sul (apesar de a ilha ser britânica), que cuidam de uma base meteorológica localizada no sudeste de Gonçalo Álvares.

Reserva da biosfera

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Em 1976, graças à singularidade de seus ecossistemas excepcionalmente preservados, Gonçalo Álvares e suas águas foram declarados reserva de vida selvagem. Em 1994, juntamente com a ilha Inacessível, também pertencente ao arquipélago de Tristão da Cunha, foi declarada reserva da biosfera e, em 2004, inscrita na lista do patrimônio mundial da UNESCO.

Classificação como Património Mundial

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As ilhas de Gonçalo Álvares e Inacessível são duas extraordinárias ilhas oceânicas desabitadas que permaneceram relativamente imperturbáveis, e são, portanto, de especial importância de conservação.A ilha de Gonçalo Álvares é uma das maiores ilhas oceânicas temperadas do mundo que permanece perto de intactas, tendo sido poupadas a maioria das introduções de espécies invasoras que dizimaram a biodiversidade insular única em outros lugares. Embora a ilha inacessível seja menor, não tem menor significado, albergando uma série de espécies endémicas a esta pequena mancha no Oceano Atlântico Sul.

As espetaculares falésias de cada ilha, elevando-se acima do oceano, acolhem algumas das mais importantes colónias de aves marinhas do mundo. Estes incluem albatrozes, petréis e pinguins, dependentes da rica vida marinha que os rodeia. A ilha de Gonçalo Álvares é o lar de duas espécies endémicas de aves terrestres, bem como doze espécies de plantas endémicas. A natureza imperturbável das ilhas torna-as particularmente valiosas para a investigação biológica.

A ilha Inacessível e a ilha de Gonçalo Álvares integram um sítio classificado pela UNESCO como Património Mundial em 1995.[2]

Galeria

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Referências

  1. Wace, N.M. (1969). The discovery, exploitation and settlement of the Tristan da Cunha Islands. Proceedings of the Royal Geographical Society of Australasia (South Australian Branch) 10: 11-40.
  2. UNESCO. «Gough and Inaccessible Islands». Consultado em 6 de junho de 2020 

Ligações externas

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