Iniciativas Culturais Arte e Técnica
O grupo Iniciativas Culturais Arte e Técnica (I.C.A.T.) foi uma organização criada por um colectivo de arquitectos de Lisboa, politicamente empenhados. O grupo foi fundado em 1946 e a sua atividade prolongou-se pela década de 1950.
Contando com elementos ativos da oposição ao Regime do Estado novo, o I.C.A.T. tinha como objectivo defender e divulgar pontos de vista profissionais relacionados com "os problemas do contexto social e económico da produção da arquitectura".[1]
História
editarO I.C.A.T. foi fundado em 1946 por um grupo que incluía Keil do Amaral, João Simões, Veloso Reis Camelo, Paulo de Carvalho Cunha, Adelino Nunes, Hernâni Gandra, Celestino de Castro, Formosinho Sanches e Raúl Chorão Ramalho, entre outros.[2][3]
Alguns membros do I.C.A.T. estiveram ligados ao Movimento de Unidade Democrática (MUD), uma organização política que lutou contra o Salazarismo em Portugal.
No seio do grupo foram originadas grande parte das teses apresentadas no I Congresso Nacional de Arquitectura, realizado em Lisboa em Maio-Junho de 1948, uma acontecimento do maior significado para os arquitetos portugueses, que lhes permitiu "apresentar ao governo uma imagem de unidade sobre dois pontos importantes: a rejeição do Português Suave e a chamada de atenção para o gravíssimo problema da habitação e o papel da arquitectura e urbanismo modernos na sua solução".[1]
O I.C.A.T. editou a revista Arquitectura: Revista de Arte e Construção (a partir de 1947); participou na organização das Exposições Gerais de Artes Plásticas (1946-1956), mostras multidisciplinares que incluíam obras de pintura e escultura, de arquitetura, etc.; dinamizou o Inquérito à Arquitectura Popular em Portugal (iniciado em 1955; publicado em 1961), trabalho que contou também com a colaboração de membros do Organização dos Arquitectos Modernos (ODAM), um grupo do Porto com objetivos semelhantes ao de Lisboa e com o qual o I.C.A.T. manteve contacto.
Ver também
editarReferências
- ↑ a b PORTAS, Nuno - "A evolução da Arquitectura Moderna". In: ZEVI, Bruno – História da Arquitectura Moderna. Lisboa: Editora Arcádia, 1973, p. 733-736
- ↑ Fátima Coelho. «Exposição bibliográfica, Arq. Francisco Caettano Keil do Amaral 1910-1975» (PDF). Consultado em 21 de agosto de 2014
- ↑ A.A.V.V – Raul Chorão Ramalho, arquiteto. Almada: Casa da Cerca, 1997