Jacques Félix

bandeirante paulista

Jacques Félix (São Paulo[1], c. 1570 – Taubaté, entre 1651 e 1658) foi um bandeirante paulista que fundou a localidade de Taubaté em 1639, que viria a ser elevada à categoria de vila pelo capitão-mor Dionísio da Costa no dia 5 de dezembro de 1645. Silva Leme estuda sua família na «Genealogia Paulistana», pág. 433-438, cap. 3º Vol.V[2] e pág. 65-98, Vol. VIII.[3]

Jacques Félix
Jacques Félix
Nascimento c. 1570
São Paulo dos Campos de Piratininga, Capitania de São Vicente
Morte Taubaté, Capitania de São Vicente
Cidadania Brasil
Cônjuge Francisca Morzilho
Filho(a)(s) Antonia[nota 1]
Domingos Dias Felix
Belchior Felix
Catarina Dias Felix
Ocupação Bandeirantes, fundador

Era provavelmente filho de Jacques Félix, "o Flamengo", originário de Flandres, na Bélgica e estabelecido em Santos. Morador abastado de São Paulo, obteve provisão de uma sesmaria concedida por Francisco da Rocha, capitão-mor e governador da capitania de Itanhaém, em nome da donatária, a condessa de Vimieiro, Dona Mariana de Sousa Guerra, nas paragens onde futuramente se ergueria Taubaté.[4]

Desde 1598 tinha sesmaria no caminho do Ibirapuera, em 1608 esteve na bandeira de Martim Rodrigues Tenório de Aguilar contra os índios bilreiros, combatera com seus filhos os índios puris, guaruminis ou guarulhos, e caetés no alto rio Sapucaí e na vertente além da Mantiqueira.

Viera conquistar as terras dos índios jerominis e puris, em aumento da dita capitania, entrando com corpo de armas e apoderando-se do país, como se dizia, fundando o arraial de Taubaté. Este nome provinha de Tabua-mta, cana com que se faziam esteiras - o chamado «sertão de Taubaté» para os cronistas era o «sertão das tábuas».

Conta-se que se unira aos índios teremembé contra os índios os catu-auá, transpondo para isso a Mantiqueira, e repelindo-os para o sertão do Pium-i e do Tamanduá.

Em 1632, o capitão Jacques Félix, depois chamado o Velho, obteve sua sesmaria o que constaria dos autos do inventário de seu filho, Jacques Felix, o Moço, em 1716.

Removeu-se para lá com família, escravos, camaradas e animais. Constituído procurador da condessa, desenvolveu a colônia que prosperou, erigida em vila de São Francisco das Chagas de Taubaté em 1645 - o foro instalou solenemente em 2 de janeiro de 1646. Delineava-se assim a formação do povoado de Taubaté, sendo ele o pioneiro, instalando-se ali com sua família e muita quantidade de «bugres administrados», como os cronistas chamam os índios, além de cavalos e bois. Levantou a primeira igreja do lugar. Mais ao Norte, em extenso campo fronteiro a alguns contrafortes da Mantiqueira, surgiu o núcleo de Santo Antônio de Guaratinguetá, em 1656.

Deixou três filhos, povoadores de Taubaté:

  1. Capitão Belchior Félix (morto em 1658 em Taubaté) que casou com Ana Sarmento. Foram pais do alcaide-mor e capitão Manuel Vieira, nascido no Rio de Janeiro, em 1671 capitão do socorro enviado à Bahia sob o comando de Estêvão Ribeiro Baião Parente contra os índios; Manuel casou com Marta Moreira, filha de Manuel Rodrigues de Alvarenga (reinol de Lamego que casou no Rio de Janeiro), sendo pai de Guiomar de Alvarenga, segunda mulher de Francisco Alvares Correia (nascido em Vila Real de nobre família) provedor da Fazenda Real da capitania de São Vicente. Teve, nascidos em Moji das Cruzes, os filhos: Andresa de Castilho, João Correia, Marta Moreira acima, José de Castilho Moreira, Francisco Alvares Correia, Manuel Rodrigues Moreira e Antônia de Castilho.
  2. Jacques Félix, o Moço
  3. Domingas Dias Félix.

Notas

  1. Filha gerada numa relação anterior a Francisca Morzilho

Referências

  1. TAQUES, Pedro de A.P.L. "História da Capitania de São Paulo". Brasília, 2004, p. 132
  2. http://www.arvore.net.br/Paulistana/Alvarengas_5.htm
  3. http://www.arvore.net.br/Paulistana/Dias_2.htm
  4. "Município de Taubaté – 'História'" In. "Relatório Apresentado ao Exmo. Sr. Presidente da Província de São Paulo pela Comissão Central de Estatística". King, São Paulo, 1888. p. 552
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