João Garidas (em grego: Ἰωάννης Γαριδᾶς; romaniz.:Ioánnes Garidas; fl. 900-919) foi um oficial militar bizantino do século X, ativo durante o reinado do imperador Leão VI, o Sábio (r. 886–912), Alexandre (r. 912–913) e no período regencial (913–919) do jovem Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959). Esteve envolvido na prisão do comandante da guarda imperial Nicolau Zautzes e lutou contra Constantino Ducas durante sua tentativa de usurpação do trono. Em 914, tornar-se-ia heteriarca e por 917 participou, ao lado de Leão Focas, o Velho, de uma expedição contra o Primeiro Império Búlgaro, onde seria derrotado. Em 919, foi nomeado por Constantino VII como doméstico das escolas, mas por receio de poder ser morto, passou a apoiar a ascensão de Romano I Lecapeno (r. 920–944).

João Garidas
Nacionalidade Império Bizantino
Ocupação General
Religião ortodoxia oriental

Vida editar

 
Fólis de Leão VI, o Sábio (r. 886–912)
 
Soldo de Romano I Lecapeno (r. 920–944) e Constantino VII Porfirogênito (r. 913–959)

João Garidas é mencionado pela primeira vez em 900, durante o reinado de Leão VI, o Sábio (r. 886–912). Naquele tempo, era provavelmente um membro da guarda imperial, o Heteria, e foi encarregado com a prisão do comandante da guarda (heteriarca), Nicolau Zautzes, cujo filho, Basílio, tinha liderado uma conspiração falha contra o imperador.[1] Durante a tentativa de conspiração do general Constantino Ducas em 6 de junho de 913, ele permaneceu leal ao jovem Constantino VII Porfirogênito (r. 913–949) e foi aquele que matou, segundo a Vida de Eutímio, Gregório, o filho de Constantino Ducas. Por este tempo, ele já mantinha a posição sênior de patrício.[2]

Em 914, ele foi nomeado ao posto de heteriarca pela imperatriz viúva e regente Zoé Carbonopsina após seu predecessor, Teofilacto Domícino, estar envolvido em uma conspiração para tomar o torno.[3] No outono/inverno de 917, ainda como heteriarca, Garidas tomou parte na campanha contra os búlgaros sob o doméstico das escolas Leão Focas, o Velho. Leão Focas já havia sofrido uma pesada derrota na batalha de Anquíalo (917), em cujo rescaldo os búlgaros invadiram os domínios bizantinos na Trácia. A campanha terminou em outra derrota pesada bizantina na Batalha de Catasirtas, quando os búlgaros lançaram um ataque noturno surpresa no acampamento bizantino e dispersaram o exército imperial. Garidas e Leão Focas escaparam por pouco com alguns homens, e procuraram refúgio atrás das muralhas de Constantinopla.[2][4]

No começo de 919, Constantino VII e o patriarca de Constantinopla Nicolau I Místico derrubaram Zoé como regente. Como eles temeram uma possível usurpação de Leão Focas, demitiram-o do domesticado e nomearam Garidas, agora um magistro, em seu lugar.[1][2] Garidas concordou, sob a condição que seu filho Simeão e seu cunhado Teodoro Zefinezer seriam nomeados como comandantes adjuntos da Heteria, algo que efetivamente daria a Garidas controle sobre o governo imperial. O imperador e o patriarca concordaram, mas tão logo quando Garidas deixou o palácio para retornar para sua residência, eles expulsaram Simeão e Teodoro. Como resultado, Garidas, temeroso de sua própria vida, virou-se para o almirante Romano Lecapeno, e tornou-se seu apoiante.[2] Lecapeno agora emergiu como um forte candidato ao trono, e numa série de movimentos, assegurou o controle do governo imperial, neutralizou Leão Focas, e adquiriu promoções, primeiro para basileopátor e finalmente como coimperador sênior em 17 de dezembro de 919.[5]

Ver também editar

Precedido por
Leão Focas, o Velho
Doméstico das escolas
919
Sucedido por
Adralesto

Referências

  1. a b Guilland 1967, p. 441.
  2. a b c d Lilie 2013, Ioannes Garidas (#22900).
  3. Runciman 1988, p. 52.
  4. Runciman 1988, p. 55–56.
  5. Runciman 1988, p. 59ff.

Bibliografia editar

  • Lilie, Ralph-Johannes; Ludwig, Claudia; Zielke, Beate et al. (2013). Prosopographie der mittelbyzantinischen Zeit Online. Berlim-Brandenburgische Akademie der Wissenschaften: Nach Vorarbeiten F. Winkelmanns erstellt