José Júlio Cardona

violinista e escritor Português

José Júlio Cardona da Silva[1] (Covilhã, 29 de Março de 1879[2] - Lisboa, 2 de Abril de 1950)[1] foi um músico[2] e maçon português.[3][1]

José Júlio Cardona
Nascimento 29 de março de 1879
Morte 2 de abril de 1950 (71 anos)
Cidadania Portugal, Reino de Portugal
Ocupação compositor, violinista
Instrumento violino

Biografia

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Foram distintas as suas provas como aluno do Conservatório Real de Lisboa, onde estudou[2] e pelo qual era diplomado,[1] dedicando-se, principalmente, ao estudo do violino, em que se tornou notável.[3]

Fez parte do sexteto do Ginásio Lisboa,[2] com outros músicos de nome.[3]

Tendo, antes, percorrido várias terras e cidades do Norte de Portugal, dando concertos,[2] entrou como componente da Orquestra do Real Teatro de São João do Porto,[2] onde se conservou durante três anos, realizando várias audições no Palácio de Cristal.[3]

Em 1897, passou a fazer parte da Orquestra do Real Teatro de São Carlos de Lisboa.[3][2]

Iniciado em 1902 na Maçonaria, na Loja José Estevão, afecta ao Grande Oriente Lusitano, recebeu e adoptou o nome simbólico do célebre compositor Richard Wagner, pertenceu, depois, à Loja Evolução II, da qual foi fundador e Venerável Mestre, e à Loja Gil Vicente, todas de Lisboa.[1]

Em 1909, empreendeu uma excursão artística pelo Brasil,[2] tendo tocado no Rio de Janeiro, em Belém, no Pará, em Manaus, na Baía, em Pernambuco, e noutras terras e cidades,[2] acompanhado pelo pianista Hernâni Torres.[3]

Em 1910 ou 1911, sendo aí músico, foi ocupar a cadeira de Professor de violino do Conservatório de Lisboa,[1][2] na vaga deixada pela exoneração de George Wendling.[3]

Em 1911, fundou, organizou e dirigiu a Orquestra de Lisboa,[1] tendo, como seu Director, dado o primeiro concerto nesse mesmo ano.[3]

Em 1915, entre outros e de colaboração com Alexandre Rey Colaço, efectuou, na sala do Grémio Literário de Lisboa, cinco concertos, em que foram interpretadas as dez sonatas para violino e piano, obras de Ludwig van Beethoven,[2] concertos que ficaram memoráveis pelo seu significado artístico. Nesse mesmo ano, com o mesmo pianista e o violoncelista João Passos, realizou a audição integral dos trios do grande músico Alemão.[3]

No ano de 1917, proporcionara ao público de Lisboa uma série de audições subordinadas ao tema A sonata e o lied, com a colaboração de Alexandre Rey Colaço e sua filha, a cantora Alice Rey Colaço, tendo sido interpretadas obras de Pietro Locatelli, Johann Sebastian Bach, Wolfgang Amadeus Mozart, Ludwig van Beethoven, Robert Schumann, Johannes Brahms, Edvard Grieg e Gabriel Fauré.[3]

Como executante violinista e teorista, pode ser considerado como um dos músicos portugueses de maior relevo do século XX em Portugal, tendo marcado a sua posição no meio artístico de Lisboa e deixado fama, não só como executante de violino, mas também como Professor do Conservatório de Lisboa e Maestro.[3] Dedicou-se também à composição, tendo sido autor e deixado músicas de hinos de cunho Maçónico, entre os quais A Sementeira, Solidariedade, Verdade e Liberdade.[1]

Em sua homenagem, decorre na sua terra natal o Concurso Internacional de Instrumentos de Arco Júlio Cardona, de âmbito internacional, para jovens até aos 30 anos.

Referências

  1. a b c d e f g h António Henrique Rodrigo de Oliveira Marques. Dicionário de Maçonaria Portuguesa. [S.l.: s.n.] pp. Volume I. Coluna 267 
  2. a b c d e f g h i j k Quem é Alguém. Lisboa: Portugália Editora, L.da. 1947. 175 
  3. a b c d e f g h i j k Vários. Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. 5. [S.l.]: Editorial Enciclopédia, L.da. 900