Kasha Jacqueline Nabagesera (também conhecida como Jacqueline Kasha) é uma ativista de direitos LGBT de Uganda. Ela é a fundadora e diretora-executiva de uma organização de direitos LGBT chamada Freedom & Roam Uganda (FARUG) e, em 2011, ganhou o Prêmio Martin Ennals para Defensores de Direitos Humanos.

Kasha Nabagesera
Kasha Nabagesera
Nascimento 1980
Uganda
Cidadania Uganda
Alma mater
  • Nkumba University
  • Maryhill High School
Ocupação ativista LGBTQIAPN+, contabilista
Prêmios
  • Martin Ennals Award for Human Rights Defenders (2011)
  • Prêmio Right Livelihood (For her courage and persistence, despite violence and intimidation, in working for the right of LGBTI people to a life free from prejudice and persecution., 2015)

Vida editar

Kasha fez uma campanha pública pelo fim da homofobia em Uganda, onde a homossexualidade é ilegal. Em 2011, o jornal ugandense Rolling Stone publicou fotos e nomes de gays, com a machete "Enforquem-nos". Entre os nomes e as fotos estavam Nabagesera e seu colega David Kato. Os dois processaram o tabloide e, com isso, criaram uma referência para a defesa dos direitos humanos em Uganda. Nabagesera diz que a precedência judicial foi uma tentativa de "proteger a privacidade e segurança que todos temos contra incitações à violência".

Depois da publicação, Kato foi assassinado. Nabagesera continuou sua luta pelos direitos gays em Uganda. Com a FARUG, ela lutou para descriminalizar a homossexualidade em Uganda, mas a lei antigay foi aprovada em 2014 pelo presidente Yoweri Museveni, determina um mínimo de 14 anos de prisão a quem mantiver relações sexuais com pessoas do mesmo sexo - podendo chegar à perpétua.[1] Após a aprovação da lei, um outro tabloide ugandense, Red Pepper, publicou uma lista semelhante, mais uma vez com o nome de Kasha.[2]

Em 2010, Nabagesera abriu o primeiro bar somente para gays em Uganda, chamado Sappho Islands, no subúrbio de Kampala. O bar fechou em 2011.[3]

"Estou cheia de raiva, mas não vou pegar uma arma e lutar. Vou usar minhas palavras para destruir o sistema de opressão."[4]

Prêmios editar

Em maio de 2011, foi anunciado que Nabagesera ganhou o Prêmio Martin Ennals Para Defensores de Direitos Humanos. Ela recebeu o prêmio em Genebra em 13 de outubro de 2011, sendo a primeira ativista de direitos gays a vencê-lo.[5] Segundo Michelle Kagari, da Anistia Internacional, "o prêmio reconhece a tremenda coragem de Nabagesera diante da discriminação e violência contra a comunidade LGBT em Uganda. Sua paixão por promover igualdade e seu trabalho incansável para terminar com um ambiente terrível de medo é uma inspiração para ativistas LGBT no mundo todo.

Referências

  1. «Lei antigay em Uganda: pena mínima é de 14 anos e pode chegar à prisão perpétua». Brasil Post. 24 de fevereiro de 2014. Consultado em 26 de abril de 2014 
  2. «Tabloide de Uganda publica "lista negra" de homossexuais após aprovação de lei antigay». Brasil Post. 25 de fevereiro de 2014. Consultado em 26 de abril de 2014 
  3. «Sappho Islands, The Only Gay Bar In Uganda, Closes». Queerty. 8 de outubro de 2011. Consultado em 26 de abril de 2014 
  4. SCHATZ, Kate. Mulheres incríveis: artistas e atletas, piratas e punks, militantes e outras revolucionárias que moldaram a história do mundo. Bauru: Altral Cultural, 2017.
  5. «Uganda: Kasha Jacqueline Nabagesera Speaks Out for LGBT Rights». All Africa. 3 de maio de 2011. Consultado em 26 de abril de 2014 

Ligações externas editar