Línguas de sinais de aborígenes australianos

Linguas de sinais de aborígenes australiano
Utilizado em: Austrália
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Família: Condificação manual de várias línguas australianas
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: sgn
ISO 639-3: asw

Muitas culturas aborígenes australianas têm uma linguagem cifrada manualmente, uma língua de sinais como contrapartida da sua linguagem oral. Isto parece estar relacionado com vários tipos de "discurso evasivo" (tabus da fala) entre certos parentes ou em determinados períodos, como durante um período de luto para as mulheres ou durante as cerimônias de iniciação para os homens, como já ocorreu também a língua gestual armeniana das mulheres, mas ao contrário de língua gestual dos Índios das Planícies, que não envolviam um discurso tabu ou uma linguagem gestual para surdos, que não são codificações da linguagem oral. Há alguma semelhança entre os grupos vizinhos, e alguns pidgins como ocorre com aquelas dos índios das grandes planícies dos Estados Unidos.

As línguas de sinais parecem ser mais desenvolvidas nas áreas onde há uso mais extenso de tabus da fala: o deserto central (particularmente entre os Warlpiri e Warumungu) e no oeste da [[Península do Cabo York[1] . Sistemas gestuais complexos também têm sido relatados nas regiões desérticas do sul, central e ocidental, no Golfo de Carpentária (incluindo o nordeste da Terra de Arnhem e na Ilha Melville (Austrália)), algumas Ilhas do Estreito de Torres, regiões do sul do Fitzmaurice e áreas de [[Kimberley (Austrália Ocidental). Evidências de línguas de sinais em outros lugares são menores, embora tenham sido observados até o sul da costa sul (língua Jaralde de sinais) e há mesmo alguns relatos desde os primeiros anos do século XX do uso de sinais por povos do sul costa oeste. No entanto, muitas dessas línguas de sinais já estão extintas, e de muito poucas há bons detalhes registrados.

Os relatórios sobre o status dos membros surdos dessas diferentes comunidades indígenas com alguns escritores louvando a inclusão das pessoas surdas na vida cultural das comunidades, enquanto outros indicam que os surdos não aprendem a língua de sinais e, como outras pessoas surdas isolados em culturas de audição, desenvolveram um sistema simples de sinal doméstico para se comunicar com sua família. No entanto, um dialeto aborígene australiano de uma ilha do estreito de Torres, Auslan é falado e entendido no extremo norte de Queensland (entre Yarrabah e Cabo York), que é fortemente influenciado pelas línguas de sinais indígenas e sistemas gestuais da região.

Línguas de sinais foram observados no norte de Queensland desde 1908 (Roth). As primeiras pesquisas em sobre línguas indígenas de sinais foram feitas pelo linguista americano La Mont West e, mais tarde, com mais profundidade, pelo linguista inglês Adam Kendon.

Línguas editar

Kendon (1988) listou as seguintes línguas:

  • Arrernte **
  • Dieri (Diyari) ** (extinta)
  • Djingili * (não-Pama–Nyungan)
  • Jaralde (extinta)
  • Kaititj (Kaytetye): Akitiri **
  • Kalkutungu * (extinta)
  • Manjiljarra
  • Mudbura *
  • Ngada
  • Pitha Pitha * (extinta)
  • Ilhéus do Estreito de Torres
  • Umpila *
  • Warlmanpa **
  • Warlpiri **
  • Warluwara * (extinta)
  • Warumungu **
  • Deserto Ocidental (Kardutjara, Yurira Watjalku) *
  • Worora (p/ parentes)
  • Yir Yoront *
  • Yolŋu (Murngin)

* "Desenvolvida" (Kendon 1988)
** "Muito desenvolvida"

Notas editar

  1. Kendon, A. (1988) Sign Languages of Aboriginal Australia: Cultural, Semiotic and Communicative Perspectives. Cambridge: Cambridge University Press. p. 60

Bibliografia editar

  • Kendon, A. (1988) Sign Languages of Aboriginal Australia: Cultural, Semiotic and Communicative Perspectives. Cambridge: Cambridge University Press. Pp. xviii+ 542. (Presents the results of the research on Australian Aboriginal sign languages that the author began in 1978. The book was awarded the 1990 Stanner Prize, a biennial award given by the Australian Institute of Aboriginal and Torres Strait Islander Studies, Canberra, Australia. Reviews include: Times Literary Supplement, 25–31 August 1989; American Anthropologist 1990, 92: 250–251; Language in Society, 1991, 20: 652-659; Canadian Journal of Linguistics, 1990, 35(1): 85–86)
  • Kwek, Joan / Kendon, Adam (1991). Occasions for sign use in an Australian aboriginal community. (with introduction note by Adam Kendon). In: Studies 20: 71 (1991), pp. 143–160
  • Roth, W.E (1908), Miscellaneous Papers, Australian Trustees of the Australian Museum. Sydney.
  • O'Reilly, S. (2005). Indigenous and Culture; the interpreting and access needs of Deaf people who are of Aboriginal and/or Torres Strait Islander in Far North Queensland. Sponsored by ASLIA, the Australian Interpreters Association.
  • West, La Mont (Monty), (1963–66), original field report and papers ‘Sign language’ and ‘Spoken language’, and vocab cards, Items 1–2 in IATSIS library, MS 4114 Miscellaneous Australian notes of Kenneth L. Hale, Series 7: Miscellaneous material, Items 1–3 Correspondence 1963–1966