O lago Mai-Ndombe ou lago Mai-Indombe[1][2] é um grande lago de água doce localizado na província de Mai-Ndombe, no oeste da República Democrática do Congo. Desagua para sul através do rio Fimi, que depois drena para o Cassai e este para o Congo. Era conhecido até 1972 como lago Leopoldo (em homenagem ao rei Leopoldo II da Bélgica). Mai-Ndombe significa «água negra» na língua lingala. Tem forma irregular e varia em profundidade de apenas 5 m (em média) até um máximo de 10. Cobre aproximadamente 2300 km², e aumenta para o dobro ou triplo de extensão durante a época das chuvas. As suas águas são oxigenadas através da sua profundidade e os intervalos de pH vão de 4,2 a 5,5[3]. As margens baixas e florestadas que o rodeiam têm densa floresta equatorial húmida, predominantemente no norte, e um mosaico de bosques e savanas na parte sul. O lago integra a região denominada Tumba-Ngiri-Maindombe, que é a mais vasta zona húmida de importância internacional reconhecida pela Convenção de Ramsar.[4]

Lago Mai-Ndombe
Lago Leopoldo
Lago Mai-Ndombe
O lago em imagem de satélite
Localização
Coordenadas 2° S 18° 20' E
Localização Província de Mai-Ndombe
País  República Democrática do Congo
Características
Altitude 300 m
Área * 2 300 km²
Profundidade média 5 m
Profundidade máxima 10 m
Bacia hidrográfica 67680 km2
Efluentes Rio Fimi
Lago Mai-Ndombe está localizado em: República Democrática do Congo
Lago Mai-Ndombe
Localização na República Democrática do Congo
* Os valores do perímetro, área e volume podem ser imprecisos devido às estimativas envolvidas, podendo não estar normalizadas.

Estudos científicos têm revelado a existência de uma grande biodiversidade dentro e em redor do lago, com animais muito variados: duas espécies de lontra, mangusto-dos-pântanos, musaranho-lontra, inúmeras aves aquáticas, crocodilos e tartarugas são alguns dos animais que o habitam.[5]

Em 28 de novembro de 2009, duas embarcações afundaram-se no lago, tendo causado a perda de 73 vidas.[6] O lago Mai-Ndombe e o sistema fluvial associado são frequentemente usados para transporte de pessoas e bens, porque o sistema rodoviário terrestre é inadequado. Muitos ferries de passageiros transportam centenas de pessoas todos os dias. Muitos desses barcos são antigos e não são mantidos. No sábado, 25 de maio de 2019, uma balsa de passageiros com mais de 350 passageiros afundou-se quando ocorriam ventos fortes. Mais de 45 passageiros morreram no primeiro dia e mais de cem foram contados como desaparecidos. Em resposta, o governo disse que proibiria barcos de passageiros de madeira com mais de 5 anos de atravessar o lago.[7]

Galeria editar

Bibliografia editar

  • Mapping the vegetation cover of the Mai-Ndombe region (Democratic Republic of the Congo). Regional School of Integrated Forest and Land Management. Universidade de Quinxassa, Jul. 2003
  • Source book for the inland fishery resources of Africa, Vol. 1. J.-P. Vanden Bossche & G.M. Bernacsek ISBN 92-5-102983-0

Referências

  1. Death toll still rises in ferry disaster. Mail & Guardian. 28 de novembro de 2003.
  2. Some of the deadliest ship disasters. NBC News. 3 de fevereiro de 2006.
  3. Bila-Isia Inogwabini (2000). Reconciling Human Needs and Conserving Biodiversity: Large Landscapes as a New Conservation Paradigm: The Lake Tumba, Democratic Republic of Congo. [S.l.]: Springer Nature. 66 páginas. ISBN 9783030387280 
  4. Institute for Environmental Security. «Logging concession different periods» (PDF). Consultado em 28 de janeiro de 2012 
  5. Peck, E. (2013, atualizado em 2015). Mai Ndombe Arquivado em 2017-01-16 no Wayback Machine
  6. BBC News article reporting the boat sinking
  7. CNN (2019). «Congo:Lake accident»