Lealdade
A lealdade é a fidelidade a um país, grupo social ou pessoa, com base em probidade, senso de dever e respeito. A definição de lealdade em Direito e Ciência Política é a fidelidade de um indivíduo a uma nação.
Concepção de Josiah Royce
editarJosiah Royce no seu livro The Philosophy of Loyalty (traduzido: A filosofia da lealdade) publicado em 1908 apresenta uma definição diferente do conceito. Royce sustenta que a lealdade é uma virtude, uma virtude primária, «o centro de todas as virtudes, o dever central entre todos os deveres». Royce apresenta a lealdade, à qual define com grande detalhe, como o princípio moral básico do qual se derivam todos os outros princípios.[1] A definição breve que apresenta é que a lealdade é «o propósito consciente e prática e ampla de uma pessoa a uma causa».[2][3] A causa deve ser uma causa objectiva. Não pode ser um mesmo. É algo externo à pessoa que se espera encontrar no mundo externo, e que não é possível o encontrar num mesmo. Não trata sobre um mesma senão sobre outras pessoas. O propósito é activo, uma rendição do desejo próprio à causa que um ama. Segundo Royce, a lealdade é social. A lealdade a uma causa aúna aos numerosos seguidores da causa, unindo em seu serviço. Richard P. Mullin, professor de filosofia na Wheeling Jesuit University, descreve às três palavras «voluntária e prática e completa» como «cheias de significado». A lealdade é voluntária quanto a que se oferece em forma livre, sem coerção. É eleita depois de uma análise pessoal, não é algo com o que um nasce. A lealdade é prática no sentido de que é praticada. É levada a cabo em forma activa, não em forma passiva como se fosse um sentimento forte por algo. A lealdade é completa no sentido que não é um interesse casual senão um compromisso pleno com uma causa.[4]
Em relação com outros temas
editarPatriotismo
editarA lealdade se costuma identificar directamente com o patriotismo. No entanto, faz notar que isso não é correcto, já que enquanto os patriotas podem ter lealdade, não em todos os casos as pessoas leais são patriotas. Nathanson põe como exemplo o caso de um soldado mercenário, que demonstra lealdade às pessoas ou país que lhe abonam seu paga. Nathanson destaca a diferença nas motivações entre o mercenário leal e um patriota. Um mercenário pode estar bem motivado por um sentido de profissionalismo, ou uma crença na santidade dos contratos. Contudo, um patriota, pode sentir-se motivado pelo afecto, preocupação, identificação, e uma vontade de sacrifício.[5]
Nathanson sustenta que não sempre é uma virtude a lealdade patriótica. Em geral, é possível confiar numa pessoa leal, e portanto as pessoas vêem a lealdade como uma virtude. No entanto, Nathanson sustenta que a lealdade pode ser com pessoas ou causas que não são dignas dela. Não só isso, em ocasiões a lealdade pode dar lugar a que patriotas apoiem políticas que são inmorais e desumanas. Portanto, Nathanson afirma que, a lealdade patriótica às vezes podem ser mais um vício que uma virtude, quando suas consequências excedem os límites do que é moralmente desejável. Segundo Nathanson tais lealdades, são definidas erroneamente como ilimitadas em seus alcances, e fracassam em reconhecer os límites da moralidade.[5]
Referências
editar- ↑ Thilly, Frank (1908). "Review of The Philosophy of Loyalty". Philosophical Review 17. Reeditado como Thilly, Frank (2000). «Review of The Philosophy of Loyalty.» En Randall E. Auxier. Critical responses to Josiah Royce, 1885–1916. History of American Thought 1. Continuum International Publishing Group. ISBN 1-85506-833-8.
- ↑ Kleinig, John (2007-08-21). «Loyalty. Stanford» Encyclopedia of Philosophy.
- ↑ Martin, Mike W. (1994). Virtuous giving: philanthropy, voluntary service, and caring. Indiana University Press. p. 40. ISBN 0-253-33677-5.
- ↑ Mullin, Richard P. (2005). «Josiah Royce's Philosophy of Loyalty as the Basis for Democratic Ethics.» En Leszek Koczanowicz y Beth J. Singer. Democracy and the post-totalitarian experience. Value inquiry book series: Studies in pragmatism and values 167. Rodopi. pp. 183-184. ISBN 90-420-1635-3.
- ↑ a b Nathanson, Stephen (1993). Patriotism, morality, and peace. Col: New Feminist Perspective Series. [S.l.]: Rowman & Littlefield. pp. 106–109. ISBN 0-8476-7800-8
Bibliografia
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- Corvino, John (novembro de 2002). «Loyalty in Business?». Springer Netherlands. Journal of Business Ethics. 41 (1-2): 179-185. ISSN 0167-4544. doi:10.1023/A:1021370727220
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- Konvitz, Milton R. (1973). "Loyalty". In Philip P. Wiener. Encyclopedia of the History of Ideias III. New York: Scribner's. p. 108
- Mullin, Richard P. «Josiah Royce's Philosophy of Loyalty as the Basis for Ethics». The soul of classical American philosophy: the ethical and spiritual insights of William James, Josiah Royce, and Charles Sanders Peirce. [S.l.]: SUNY Press. 2007 páginas. ISBN 0-7914-7109-8
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- Royce, Josiah (1908). The Philosophy of Loyalty. Nueva York: The Macmillan Company
- Sorley, W. R. (1908). «Review of The Philosophy of Loyalty». Hibbert journal. 7. Reimpressão: W. R. Sorley (2000). «Review of The Philosophy of Loyalty». In: Randall E. Auxier. Critical responses to Josiah Royce, 1885–1916. Col: History of american thought. 1. [S.l.]: Continuum International Publishing Group. ISBN 1-85506-833-8
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