A lei de Wien (ou lei do deslocamento de Wien) é a lei da física que relaciona o comprimento de onda onde se situa a máxima emissão de radiação eletromagnética de corpo negro e sua temperatura:[1]

Espectro da radiação de corpo negro para diversas temperaturas. A lei de Wien descreve o comportamento do comprimento de onda para o qual a intensidade da radiação é máxima em função da temperatura.
.

Nessa expressão, é o comprimento de onda (em metros) para o qual a intensidade da radiação eletromagnética emitida é máxima, é a temperatura do corpo em kelvins, e é a constante de proporcionalidade, chamada constante de dispersão de Wien, em m.K (metro x Kelvin).

O valor dessa constante é m.K

O que resulta em:

Conforme a lei de Wien, quanto maior for a temperatura de um corpo negro, menor será o comprimento de onda para o qual a emissão é máxima. Por exemplo, a temperatura da fotosfera solar é de 5 780 K e o pico de emissão se produz a 501,3 nm =. Como 1 angstrom 1 Å= 10−10 m=10−4 µm resulta que o máximo ocorre a 5 013 Å.


As propriedades da radiação do corpo podem ser deduzidas através da termodinâmica clássica. Boltzmann, apresentou a derivação teórica a partir da energia total emitida (IT) por cm² e por segundo, sendo função da temperatura (T) de um corpo negro. Representado pela equação de Stefan-Boltzmann: IT = σeT4, onde σ é a constante de Stefan-Boltzmann (1,3804 x 10-23 m2 kg s-2 K-1) e e é a eficiência de uma superfície como emissora de radiação térmica.[1]


Devido as considerações de Boltzmann, pode-se expor que a radiação térmica, como toda radiação eletromagnética, exerce uma pressão proporcional à sua densidade de energia, comportando-se tal qual um gás. Levando em conta o ciclo de Carnot, Boltzmann relacionou o trabalho realizado pela pressão de radiação e sua temperatura. Essa relação permite expressar a radiação como densidade de energia e, consequentemente, em termos de energia total emitida.[1]


Nessa compreensão, a cavidade contendo radiação térmica (radiação de cavidade), qualquer comprimento de onda será modificado em consequência do efeito Doppler. A partir dessas informações, Wilhelm Wien pôde derivar uma forma funcional para a distribuição espectral de radiação do corpo negro (Lei de Wien).[1]

Dedução editar

Esta lei foi formulada empiricamente por Wilhelm Wien. Entretanto, hoje se deduz da lei de Planck para a radiação de um corpo negro da seguinte maneira:

 

onde as constantes valem no Sistema Internacional de Unidades:

 
 

Para encontrar o máximo, a derivada da função com respeito a   tem de ser zero.

 

Basta utilizar a regra de derivação do quociente e como se tem que igualar a zero, o numerador da derivada será nulo ou seja:

 

Se definimos

 

então

 

Esta equação não pode ser resolvida analiticamente. Utilizando o método de Newton ou da tangente:

 

Da definição de x resulta que:

 

Assim que a constante de Wien é   pelo que:

 

Referências

  1. a b c d EISBERG, Robert; RESNICK, Robert (1979). Física Quântica. Rio de Janeiro: Elsevier. ISBN 85-700-1309-4 

Ligações externas editar


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