Lista de evangelhos
Nessa lista estão relacionados textos que descrevem os ensinamentos ou fatos da vida (e ressurreição) de Jesus e não evangelhos em seu sentido etimológico (Boa nova)[1].
O Novo Testamento contém os quatro evangelhos canônicos, que são aceitos como os únicos autênticos pela grande maioria dos cristãos, mas muitos outros existem, ou existiram, e são chamados de Apócrifos do Novo Testamento. Alguns deles deixaram traços consideráveis nas tradições cristãs, incluindo a iconografia.
Evangelhos canônicos
editarArtigo principal: Evangelhos canônicos
Ver também: Cânon bíblico e Desenvolvimento do cânone do Novo Testamento.
- Evangelhos Sinópticos: Contém uma grande quantidade de histórias em comum, na mesma sequência, e algumas vezes utilizando exatamente a mesma estrutura de palavras[2].
- Evangelho segundo Mateus: Trata-se de um texto muito alinhado com o judaísmo do primeiro século, e tem sido associado aos evangelhos judaico-cristãos; ressalta como Jesus teria cumprido as profecias judaicas. Enfatiza a obediência e a preservação da lei bíblica.
- Alguns estudiosos acreditam que foi composto na parte final do primeiro século por um judeu cristão[3], entre a queda de Jerusalém e o período no qual, Inácio de Antioquia escreveu a Epístola aos Esmirniotas (em torno de 115 DC), que menciona a "Parábola das Bodas"[4].
- Costuma ser dividido em cinco seções distintas: o Sermão da Montanha (cap. 5, 6 e 7), as Instruções para a missão aos doze apóstolos (cap 10), o Discurso das Parábolas (cap. 13), instruções para a comunidade (cap. 18), o Sermão do Monte das Oliveiras (caps. 24-25).
- Evangelho segundo Marcos: Muitos estudiosos acreditam que esse foi o primeiro evangelho canônico a ser escrito (ver: Prioridade de Marcos);
- Acréscimo a Marcos: Muitos estudiosos afirmam que os versículos 9 a 20 do Capítulo 16 do Evangelho Segundo Marcos não estavam na versão original do texto[5].
- Evangelho segundo Lucas: A obra tem uma ênfase especial sobre a oração, a atividade do Espírito Santo, a alegria e o cuidado de Deus para com os pobres, as crianças e as mulheres[6]. Apresenta Jesus como o Filho de Deus, mas volta sua atenção especialmente para a humanidade d'Ele, com Sua compaixão para com os fracos, os aflitos e os marginalizados[7].
- Evangelho segundo João: Contém uma perspectiva substancialmente diferente da empregada nos evangelhos sinópticos.
Evangelhos apócrifos
editarArtigo principal: Apócrifos do Novo Testamento
Evangelhos gnósticos
editarArtigo principal: Evangelhos Gnósticos
- Evangelho de Tomé (também conhecido como Evangelho copta de Tomé), trata-se de uma lista de 114 ditos atribuídos a Jesus, tendo sido o texto completo, encontrado em 1945 na Biblioteca de Nague Hamadi[8];
- Evangelho de Marcião - data da metade do século II, utilizado pelos marcionistas;
- Evangelho de Basílides - trata-se de uma versão gnóstica da harmonia evangélica, composta no Egito, entre 120 e 140 DC;
- Evangelho da Verdade (Valentiniano) - escrito entre 140 e 180 DC. Em 1945, foi encontrado um texto quase completo na Biblioteca de Nague Hamadi[9];
- Evangelho dos quatro reinos celestes - escrito em meados do Século II, considerado uma cosmologia gnóstica, provavelmente na forma de um diálogo entre Jesus e seus discípulos. Sua autoria era atribuída a Simão Mago;
- Evangelho de Maria - escrito no Século II;
- Evangelho de Judas - escrito no Século II, conta a versão de Judas Iscariotes sobre a crucificação de Jesus, segundo a qual, Judas traiu Jesus apenas para cumprir um mandamento do próprio Salvador;
- Evangelho Grego dos Egípcios - escrito no segundo quarto do Século II, bastante distinto do Livro Sagrado do Grande Espírito Invisível, os fragmentos de texto conhecidos são um diálogo entre o discípulo Salomé e Jesus, no qual Salomé perguntou: "Por quanto tempo a morte prevalecerá?", e Jesus respondeu: "Enquanto as mulheres tiverem filhos";
- Evangelho de Filipe, À semelhança do Evangelho de Tomé, é um evangelho de ditos, ou seja, uma coleção de sentenças atribuídas a Jesus. Segundo Elaine Pagels trata-se de uma obra identificada com as teses defendidas pela seita gnóstica valentiana[10];
- Evangelho da Perfeição, escrito no Século IV, era adotado pela seita dos Ofitas[11].
- Evangelho Copta dos Egípcios - também chamado de Livro Sagrado do Grande Espírito Invisível, era adotado pelos Setianistas[12] [13].
Referências
- ↑ vangèlo, em italiano, acesso em 30/10/2021.
- ↑ F.L. Cross and E.A. Livingston, The Oxford Dictionary of the Christian Church, Oxford University Press, 1989 p. 1333
- ↑ Paul Foster (2003). "Why Did Matthew Get the Shema Wrong? A Study of Matthew 22:37". Journal of Biblical Literature.
- ↑ Stanton, Graham (1993). A gospel for a new people: studies in Matthew. Westminster John Knox Press
- ↑ Funk, Robert W. e o Jesus Seminar. "The acts of Jesus: the search for the authentic deeds of Jesus. Harper San Francisco. 1998". "Empty Tomb, Appearances & Ascension" p. 449-495.
- ↑ Donald Guthrie. New Testament Introduction. Leicester, England: Apollos, 1990.
- ↑ Leon Morris. Lucas. São Paulo: Vida Nova, 2005.
- ↑ EVANGELHO DE TOMÉ ONLINE, acesso em 01/11/2021.
- ↑ Against Heresies (Book III, Chapter 11), em inglês, acesso em 31/10/2021.
- ↑ Gospel of Philip, acesso em 01/11/2021.
- ↑ Thomas Cruttwell, Charles (2004). A Literary History of Early Christianity Including the Fathers and the Chief Heretical Writers of the Ante-Nicene Period. Kessinger Publishing. p. 170.
- ↑ Leandro Bertoldo (2016). Breve Resumo Dos Evangelhos Desconhecidos. Clube de Autores. p. 80.
- ↑ Foster, Paul (2009). The apocryphal Gospels : a very short introduction. Oxford: Oxford University Press. pp. 56–58.