Loop Recordings

editora discográfica portuguesa

A Loop Recordings (por vezes estilizada como Loop:Recordings) foi uma editora discográfica portuguesa do início do século XXI. O selo destacou-se maioritariamente pela oferta no hip-hop, tendo editado álbuns de nomes como Sam The Kid, DJ Ride, Bulllet, entre outros. Durante os seus anos de atividade, foi considerada uma das editoras independentes mais importante do panorama musical português.

Loop Recordings
Fundação 2001
Fechamento 2009
Fundador(es) Marko Roca, Rui Miguel Abreu
Género(s) hip-hop, música electrónica
País de origem Portugal
Página oficial Site oficial da Loop arquivado no Arquivo.pt

Primeiros anos editar

Projeto conjunto do jornalista Rui Miguel Abreu e do produtor musical Marko Roca, a editora surgiu em dezembro de 2001.[1][2] Assinado pelo trio de hip-hop Micro (de que Roca fazia parte), o registo inaugural da editora foi um EP. Demo Style era o segundo registo do grupo, mas foi visto como um passo profissionalizante.[3][4]

Logo nos primeiros anos de atividade, a Loop publicou uma série de discos particularmente importantes na história da música portuguesa, tais como o primeiro álbum instrumental de tons hip-hop editado em Portugal, The Lost Tapes de Bulllet, e da estreia instrumental de Sam The Kid em Beats Vol. 1: Amor. [5][6]

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Alguns CDs editados pela Loop Recordings.

A Loop lançou cerca de trinta edições nos primeiros cinco anos de atividade, publicando uma série de registos de músicos mais experientes, mas também de novatos.[7] Acolheu a carreira a solo de Fuse, dos Dealema, reeditando o seu primeiro álbum a solo e publicando os trabalhos seguintes, Sintoniza... (2003) e Fuse apresenta... Inspector Mórbido - "instrumentais" (2004).[8] Foi a casa de estreia de nomes como Mundo Complexo, Prince Wadada ou Factor Activo, entre outros, explorando continuamente a intersecção do hip-hop com outros géneros musicais, como neo-soul ou reggae.[9] E também nunca deixou de lançar trabalhos dos múltiplos projetos musicais e alter-egos de Marko Roca, onde se incluem os Micro, Rocky Marsiano e Double D Force.[4][10]

Para lá do hip-hop, foi na Loop que Melo D (ex-vocalista dos Cool Hipnoise) se estreou em nome próprio, com a edição de Outro Universo em 2003. O disco foi considerado o melhor do ano, na música portuguesa, para o jornal Público.[11][12] Em 2007, lançou ainda o primeiro trabalho de DJ Ride, Turntable Food.[13]

Loop Off e Bloop Recordings editar

Ao longo dos anos, o trabalho da Loop desdobrou-se em chancelas paralelas. Numa aventura que durou apenas dois registos, a Loop Off surgiu em 2003, com a publicação do álbum homónimo de Mécanosphère, projeto de Adolfo Luxúria Canibal.[14][15] Em 2005, editou Up On The Walls, o álbum de estreia dos Vicious Five, uma das bandas punk portuguesas mais ativas à altura.[16][17]

Em 2006, José Belo juntou-se à equipa fundadora como sócio, dando origem à bloop recordings, que se especializou em sonoridades electrónicas mais viradas para a pista de dança.[7] A bloop continuou em atividade apesar da extinção da Loop.[18]

Ligações externas editar

Referências editar

  1. RIOS, PEDRO. «A aventura de ser editor independente em Portugal». PÚBLICO. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  2. Santos, Inês Filipa Miguel (24 de julho de 2013). «A Apropriação Cultural como Ferramenta de Criação Artística - Um Estudo sobre a Utilização do Sampling no Contexto do Hip Hop Nacional». Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  3. Cadete, Miguel Francisco. «MICRO-O UNIVERSO NUM GRÃO DE AREIA». PÚBLICO. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  4. a b Belanciano, Vítor. «Deixar África entrar nesse corpo». PÚBLICO. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  5. Ribeiro, Alexandre (10 de fevereiro de 2022). «Há 20 anos, os Bulllet apresentavam "o primeiro álbum de instrumentais com tendência hip hop que saiu em Portugal"». Rimas e Batidas. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  6. Abreu, Rui Miguel (15 de março de 2016). «Beats Vol.1: Amor. Sam the Kid a samplar a vida». Rimas e Batidas. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  7. a b «Loop Recordings - 5 anos de independência. Entrevista exclusiva.». Rua de Baixo. Janeiro de 2007. Consultado em 19 de dezembro de 2022. Cópia arquivada em 22 de dezembro de 2009 
  8. Team, ReB (3 de fevereiro de 2018). «Fuse: "O Sintoniza foi o primeiro disco em que explorei uma maior liberdade criativa"». Rimas e Batidas. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  9. «Loop 2005 | RDB | www.ruadebaixo.com». www.ruadebaixo.com. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  10. «Double D Force | RDB | www.ruadebaixo.com». www.ruadebaixo.com. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  11. SAPO. «Rocky Marsiano: "Raramente gosto de fazer a mesma coisa duas vezes"». SAPO Mag. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  12. «Melhores de 2003». PÚBLICO. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  13. Abreu, Rui Miguel (6 de novembro de 2015). «DJ Ride: "Sinto que estou a inspirar uma nova geração"». Rimas e Batidas. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  14. «Luxúria Canibal, Adolfo – Ulyssei@s». Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  15. «Fonoteca Municipal - Catálogo - Detalhe do Registo». fonoteca.cm-lisboa.pt. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  16. Portugal, Rádio e Televisão de. «Lucky Stereo e Vicious Five apresentam álbuns de estreia no Porto». Lucky Stereo e Vicious Five apresentam álbuns de estreia no Porto. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  17. «The Vicious Five, Up On The Walls - bodyspace.net». Bodyspace. Consultado em 19 de dezembro de 2022 
  18. Simões, Soraia (12 de abril de 2011). «José Belo - Joining the dots | RDB | www.ruadebaixo.com». www.ruadebaixo.com. Consultado em 19 de dezembro de 2022