MT-060
A BR 070 - Rodovia Cuiabá / Cáceres dá acesso a MT 060 – Rodovia Governador José Monteiro de Figueiredo (Dr. Zelito) que dá acesso às cidades de Nossa Senhora do Livramento e Poconé em Mato Grosso.
Em Poconé a MT 060 continua, porém com outro nome: Rodovia Transpantaneira, sendo rebatizada no final dos anos 90 pelo nome de Zelito Dorileo, pecuarista e político ilustre da região.
História
editarA Transpantaneira foi Iniciada em 5 de Setembro de 1972, construída pelo governo militar, as obras na estrada começaram no extremo norte do Pantanal, em Poconé, e seguiram por quatro anos de aventuras até as margens do rio Cuiabá, na Vila São José, hoje Porto Jofre.
No plano original, a Transpantaneira teria ao todo 397 quilômetros, unindo Poconé a Corumbá, formando-se assim uma via de ligação de norte a sul do Pantanal, unindo por sua vez o Mato Grosso ao Sudeste do Brasil e a fronteira com a Bolivia. Entre os objetivos estava originalmente o de atravessar o pantanal e para servir como uma estrada para o transporte do gado local para as fábricas de processamento de carne no sul do país. O projeto foi concebido pelo engenheiro agrônomo, Gabriel Müller.
Em tempos de "milagre econômico" no começo dos anos 70, ela nasceu celebrada com ufanismo comparável a duas outras megalômanas obras de seu tempo: a ponte Rio-Niterói e a Transamazônica .
A estrada foi implantada em revestimento primário (encascalhada) com grande elevado. O aterro da rodovia foi construído com o solo de caixas de empréstimo laterais. A retirada do solo formou grandes bacias ao longo da mesma, servindo como reservatórios de água para gado no período da seca.
Só que o sonhado "caminho do paraíso", revelou-se mais cheio de dificuldades que o previsto. O que restou foi uma estrada com média de dez metros de largura e uma característica só dela: ao longo de seus 127 quilômetros, são 120 pontes. Hoje, das 120 pontes existentes na rodovia, 37 são de concreto e 83 ainda são feitas de madeira, isto é, a estrada com maior número de pontes do mundo. As pontes de madeira todos os anos necessitam de manutenção.
A rodovia adentra o pantanal a partir do Km 10, tornado-se um extenso dique, cortado pelas pontes de madeira cuja extensão perfaz um total de 3,6 Km, representando 2,46% da rodovia no pantanal, o que ocasionou na sua implantação, grave desequilíbrio no sistema de vazão, e conseqüentemente, impactos ambientais, muitos dos quais ainda não estudados.
Por outro lado, ao longo do tempo, percebeu-se que acabaram criando, sem querer, uma "eco-rodovia", onde os aterros revelaram uma surpreendente capacidade de reter as águas das cheias. Assim, mesmo na época das secas mais terríveis, a água acumulada nas laterais da Transpantaneira, transforma-se num prodigioso refúgio de jacarés, capivaras, tuiuiús, sucuris e muitos outros animais.
Em sua construção, ao chegar ao rio Cuiabá, foi verificado a necessidade da edificação de uma grande ponte, fazendo com que o projeto fosse terminado nesse ponto, conhecido como Porto Jofre (faltando 270 km do destino final original).
Em 1977, quando o território de Mato Grosso foi dividido, a rodovia já tinha chegado às margens do Rio Cuiabá, como permanece até hoje.
A Transpantaneira diferencia-se de uma estrada convencional por fatores ligados, em primeiro lugar, a valores ambientais. Suas pontes servem de observatórios naturais da fauna e flora pantaneira. Tem o crédito de ser a melhor região do país para observação de aves, mamíferos e jacarés em várias épocas do ano.
A margem dessa estrada é cercada por fazendas, hotéis e pousadas, tendo como destaque os cursos dágua do Rio Bento Gomes, Rio Pixaim, Rio Cuiabá e os campos alagados, rica em fauna e flora ao longo da via.
O período de águas baixas – de julho a novembro - é o mais interessante por uma série de razões, dentre elas o fato de peixes ficarem presos nas lagoas marginais em processo de evaporação, atraindo milhares de pássaros em busca de alimentos. Nos períodos de águas altas – janeiro a abril - pode ser coberto pelas águas, o que torna o trânsito complicado. Nesta época a visualização de animais pode ser mais difícil. A Transpantaneira permite também visualizar e desfrutar paisagens pantaneiras características, conformadas por áreas de inundação, capões, campos, baías e corixos.
Ao longo de seu percurso distribuem-se pousadas, pesqueiros e restaurantes, dentre outros empreendimentos voltados para a pesca turística e turismo ambiental.
É pela Transpantaneira que ocorre o escoamento da produção pecuária de muitas fazendas. Há também as “comitivas”, quando os vaqueiros percorrem longos percursos a cavalo conduzindo os animais com muita habilidade. Essas viagens podem durar algumas horas ou alguns dias, dependendo das condições da estrada e do clima.
Em função da concentração de fauna que ela gerou e pela necessidade
da conservação do entorno, a Transpantaneira, através do Decreto Estadual n.º 1.028, de 26 de Julho de 1996, foi transformada em uma Unidade de Conservação Estadual, denominada ESTRADA PARQUE TRANSPANTANEIRA.
Características
editarA rodovia apresenta 147 km de extensão.
Pavimentação
editarA rodovia é toda de terra, em certas épocas do ano fica intransitável por ficar alagada.
Pontes
editarHoje, das 120 pontes existentes na rodovia, 37 são de concreto e 83 ainda são feitas de madeira
Infraestrutura
editar- A rodovia não possui postos de abastecimento;
- A estrada passa por muitas fazendas e pousadas rurais;
- Por cruzar o Pantanal, muitas espécies de animais cruzam a pista com frequência.
Referências
3. Governo do Estado de Mato Grosso e Prefeitura Municipal de Poconé.