Maltas eram grupos de capoeiristas do Rio de Janeiro que tiveram seu auge na segunda metade do século XIX.

Jogo de capoeira no século XIX

Compostas principalmente de negros e mulatos, as maltas lutavam resistiam contra o sistema, a elite carioca da época.

Houve várias maltas: Carpinteiros de São José, Conceição da Marinha, Glória, Lapa, Moura entre outras. No período da Proclamação da República havia duas grandes maltas: os Nagoas e os Guaiamús.

Os capoeiras das maltas introduziram o uso de armas na prática da capoeira, notadamente a navalha, que era utilizada posicionada entre os dedos dos pés, ou presa a um cordão, sendo esta técnica conhecida como navalha voadora. A navalha foi trazida pelos portugueses conhecidos como lisboetas, portugueses que em sua terra natal tinham as mais variadas funções, tais como açougueiros, barbeiros, artesãos ou até mesmo meliantes. Expulsos para a colônia, uma vez no Brasil entraram em contato com a malandragem em geral e assim trocaram conhecimento: a capoeira pelo manuseio da navalha e até mesmo da bengala, muito usada por muitos valentões que diziam que uma bengalada desmaiava e duas matavam.

Navalha, arma usada pelos capoeiras das maltas

Devido à violência e à criminalidade, as maltas e os capoeiras foram duramente reprimidos pelo Estado até a quase extinção da capoeira no Rio de Janeiro. Apesar dos capoeiras terem um papel heróico na Revolta dos Mercenários em 1828 e na Guerra do Paraguai na década de 1860, o Governo Republicano instaurado em 1889 continuou a política de repressão à capoeira do período Imperal, deportando dos capoeiras considerados criminosos para o Arquipélago de Fernando de Noronha. No ano seguinte, editou o Decreto nº 847 de 11 de outubro de 1890., criminalizando a prática da capoeira.

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