Manuel José da Silva

político português (1892-1935)

Manuel José da Silva (Fresno, Califórnia, 19 de Agosto de 1892Horta, 8 de Maio de 1935) foi um político açoriano que se distinguiu durante a Primeira República Portuguesa enquanto deputado pelo círculo da Horta no parlamento da República. A ele se deveram várias iniciativas em prol da educação e do desporto no antigo Distrito da Horta. Após a implantação do regime ditatorial resultante da Revolução Nacional de 1926 manteve-se fiel aos seus princípios democráticos, tendo sido preso e deportado para Angra do Heroísmo, onde teve residência fixa durante algum tempo.

Manuel José da Silva
Manuel José da Silva
Manuel José da Silva.
Nascimento 19 de agosto de 1892
Fresno
Morte 8 de maio de 1935 (42 anos)
Horta
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação político, servidor público

Biografia editar

Depois de realizar estudos preparatórios na cidade da Horta, matriculou-se no curso de Letras da Universidade de Coimbra, mas depois de ter experimentado diversos cursos naquela Universidade, abandonou os estudos em ter concluído a formatura. Ainda assim, segundo algumas fontes aparece dado como licenciado.[1]

Iniciou em Lisboa uma carreira como funcionário público, trabalhando no Ministério do Comércio, mas simultaneamente envolveu-se na política, aderindo ao Partido Republicano Português. Fez parte, nomeado pelo Ministro do Comércio, de uma comissão destinada a regulamentar o Fundo de Protecção à Marinha Mercante e à Comissão de Economia do Ministério das Finanças.

Foi eleito deputado do Partido Popular Republicano eleito pelo círculo eleitoral de Oliveira de Azeméis nas eleições gerais de 1919, mantendo-se no parlamento na área da economia.

Com a fragmentação do Partido Republicano Português, seguiu a ala mais radical. Foi chefe de gabinete de Júlio do Patrocínio Martins, dirigente do Partido Popular Republicano e então Ministro da Instrução Pública do governo de concentração republicana de Bernardino Machado, que esteve em funções de 2 de Março a 23 de Maio de 1921.

Nas eleições gerais de Julho de 1921 foi candidato independente nas listas republicanas pelo círculo da Horta, mas foi derrotado, não conseguindo a eleição. Ainda assim, venceu as eleições na ilha das Flores.

Manuel José da Silva concorreu como independente nas listas do Partido Republicano Português a Deputado ao Parlamento da República pelo Círculo da Horta, que abrangia as ilhas do Pico, Faial, Flores e Corvo, do Arquipélago dos Açores, nas eleições gerais realizadas em 8 de Novembro de 1925. Obteve então 2 311 votos dos 4 506 eleitores inscritos, batendo o Partido Liberal que em 1921 tinha obtido apenas 1 899 votos. No concelho de São Roque do Pico, na ilha do Pico, terra natal do seu pai, obteve a maior votação: 462 votos.

Em 14 de Abril de 1926, foi protagonista de uma sessão agitada na Câmara dos Deputados, pois durante a discussão de um projecto por ele apresentado, uniformizando o subsídio parlamentar dos deputados que eram funcionários públicos, António Maria da Silva chamou epilépticos aos deputados esquerdistas. Os protestos foram tais que ficaram cadeiras e cadeiras partidas na câmara.

No lugar de São Miguel Arcanjo, da freguesia e concelho de São Roque do Pico, foi erigido pelos seus conterrâneos um memorial com um medalhão com a efígie de Manuel José da Silva.

Referências

  1. Luís Menezes, As eleições legislativas de 1921 e 1925 no Arquipélago dos Açores. Angra do Heroísmo: Secretaria regional da Educação e Cultura, 1989.

Ligações externas editar